A chegada no hospital

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Osnin entra no hospital desesperado e encontra uma maca. Ele coloca Aisha em cima daquele equipamento em vai em direção ao corredor. Osnin já conhecia todo aquele hospital, porque estava sendo o responsável pela realização do atendimento e pela logística dos feridos de guerra. Então, ao entrar em uma das salas, ele chama o doutor Willian, um médico vindo da Inglaterra e membro da organização não governamental Médicos sem Fronteiras.

Aquele homem estava desesperado, quando chama o médico para que ele veja Aisha. Imediatamente o doutor Willian olha rapidamente para o rosto de Aisha e ao passar as mãos próximo ao seu nariz ele percebe que ela estava quase sem respirar naquele momento. Ele pega então a maca e leva aquela jovem para longe daquele espaço, para uma sala mais reservada onde ele tinha a disposição aparelhos para poder auxiliá-lo nas ações que precisaria realizar na tentativa de manter aquela jovem viva.

No meio do caminho Osnin vai correndo junto a aquele médico o ajudando a carregar aquela maca. Quando o doutor questiona:

- O que houve com ela que está tão mal?

- Ela tentou suicídio senhor. Ela tomou uns fortes remédios que minha mãe usa para dormir. Ela deve ter tomado muitos remédios, pois a cartela estava vazia quando cheguei e a encontrei deitada no chão.

- Espere aqui, nós vamos ver o que podemos fazer por ela, mas essa jovem está muito mal. Ela está entre a vida e a morte nesse momento! Diz aquele doutor extremamente preocupado a entrar em uma sala improvisada de emergência pedindo para que Onsin esperasse ao lado de fora.

Osnin naquele momento estava extremamente preocupado, passando as mãos sobre os cabelos. Ele não imaginava que Aisha teria coragem de cometer um ato desses. Osnin estava surpreso com a atitude de sua jovem esposa.

Ele ficou sentando em um banco por algumas horas, quando finalmente o doutor saiu daquela sala com um semblante muito preocupado.

Imediatamente Osnin questiona:

- Como ela está doutor, como está a minha esposa?

- Ela não está nada bem senhor. Nós tivemos que reanimá-la por três vezes. Aquela jovem sofreu três paradas cardíacas naquela sala, quase que uma atrás da outra. A quantidade de remédios que ela tomou foi realmente muito grande e isso pode ter afetado fortemente os seus órgãos. Além disso, ela ficou desacordada por muito tempo e não temos condições de saber se ela teve algum trauma cerebral por falta de oxigênio. Só saberemos se ela será uma pessoa normal ao sair daqui quando ela acordar, pois não temos equipamentos que possam avaliar a sua atividade cerebral aqui na cidade.

- Doutor, o que Aisha foi fazer com a sua vida! Diz Osnin demonstrando um certo desespero em sua fala.

- Ela estava mesmo decidida a acabar com a sua vida senhor. Pela quantidade de remédios que ingeriu, ela queria evitar qualquer possibilidade que essa tentativa desse errado.

- Eu posso imaginar doutor. Muito obrigado pela sua ajuda. Sem o senhor, certamente ela não teria sobrevivido. E qual a situação da minha mais nova esposa daqui pra frente?

- Temos que ver como ela vai reagir pelas próximas 24 horas. Se o corpo dela reagir bem e se estabilizar ela tem alguma chance de sobreviver, mas essas primeiras horas será fundamental. Infelizmente a situação da sua esposa é extremamente grave senhor. Diz aquele médico tentando ser sincero.

- Eu vou rezar para que ela retorne doutor. Mais uma vez muito obrigado. Diz Osnin com um semblante triste.

Depois de esperar por algumas horas e ver que não haveria novidades naquele dia, Osnin vai para casa, muito preocupado com a situação de sua esposa. Nesse momento ele começa a ter um pouco de remoço pelas suas ações e pelo desespero que causou em Aisha para ela tomar uma atitude tão desesperada, mas já era tarde demais, o estrago já estava feito. Osnin chega em casa triste naquele dia e a sua mãe o chama para conversar:

- Como está Aisha meu filho?

- Ela está entre e vida e a morte minha mãe.

- Cedo ou tarde você sabia que isso iria acontecer não é meu filho. Aisha era uma mulher muito fraca para viver em meio a nossa família. Ela não iria aguentar a pressão de viver em uma família tão influente por tanto tempo. Diz aquela senhora também com um semblante triste.

- Eu tenho medo de que eu seja o culpado de tudo isso minha mãe. Eu pressionei muito aquela jovem garota a ser perfeita como eu esperava que fosse. A causei um medo extremo e ela não suportou tamanha pressão. Diz Osnin a passar as mãos sobre os cabelos demonstrando uma certa tristeza e remoço naquele momento.

Quando Marian diz:

- Você não fez mais do que a sua obrigação meu filho. Aisha é que não era uma mulher a altura de nossa família e eu te disse isso desde o dia em que resolveu aceitar esse matrimônio. Aisha é de família pobre e sem tradição. Não era digna do nosso nome. Cedo ou tarde ela meteria os pés pelas mãos e sujaria a nossa reputação.

- A senhora tem razão minha mãe. E por falar nisso. Espero que ninguém saiba dessa história na cidade. Pois se souberem isso pode chegar ao conselho religioso e eu posso perder a minha vaga naquele conselho.

- Não creio. É sério isso meu fillho? Questiona aquela senhora em tom assustado.

Osnin se assusta, pois se lembra que a sua mãe não poderia sofrer emoções fortes. Quando ele diz:

- É força de expressão minha mãe. Eu só sei que se algo acontecer comigo naquele conselho ou se eu for humilhado mais alguma vez naquele conselho por culpa de Aisha, eu acabo com ela se ela sobreviver! Diz Osnin retirando aquela sensação de remoço dos seus pensamentos e se lembrando novamente de que a honra de sua família deveria estar em primeiro lugar.

- É assim que se fala meu filho. Eu tenho um orgulho enorme de você. Puxou mesmo o seu pai! A honra da família em primeiro lugar. Diz aquela senhora, quando eles encerram aquela conversa e Osnin vai em direção ao seu quarto. 

Casamento forçado e abusivoWhere stories live. Discover now