O domingo

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No domingo, 11 de novembro de 2001, Osnin vai para o hospital logo pela manhã e Aisha ainda encontrava-se em coma. O médico informou que ela provavelmente ficaria naquele estado por um bom tempo, pela quantidade de remédios que tomou e pela debilidade em que se encontrava. Aquela jovem estava muito fraca após aquela tentativa de terminar com a sua própria vida.

Osnin pede para vê-la e o médio autoriza o levando até o quarto em que Aisha se encontrava. Aquela jovem estava com tubos ligados ao seu nariz e fios ligados a partes do seu corpo. Aisha estava pálida naquele momento e sem nenhuma reação. Osnin ficou intensamente triste ao ver aquela jovem daquele forma. Ele oscilava as suas sensações com relação a sua mais jovem esposa o tempo todo. A relação daqueles dois era pautada por um certo carinho e ao mesmo tempo um extremo ódio por parte de Osnin que não suportava ser contrariado por ninguém de sua família. Infelizmente nos últimos tempos o carinho era inexistente e depois do que Aisha fez contra a sua mãe o ódio foi o sentimento que imperou no coração daquele homem, que havia sido implacável com aquela jovem depois daquela ocasião.

Naquele dia Osnin ficou boa parte do dia naquele hospital, indo para casa apenas para almoçar e logo em seguida retornou. Quando reparou que havia completado as 24 horas críticas que o doutor havia lhe informado, ele foi logo em direção a ele e questionou:

- Doutor, passaram as 24 horas, o que o senhor tem a me dizer?

- Felizmente Aisha não teve mais nenhuma parada cardíaca senhor. E isso é uma ótima notícia. Ela está reagindo bem ao tratamento. Estamos a deixando sedada para que ela possa se recuperar de forma gradativa e mais sustentável, pois tememos que algum órgão dela possa estar com problema devido aos fortes remédios que ela tomou. Infelizmente aqui não temos nenhuma estrutura para fazer os exames necessários, para verificar quais os danos que Aisha teve. Temos que trabalhar de uma maneira muito artesanal para descobrir isso. Estamos tentando fazer o que podemos de acordo com as possibilidades e evitando todos os riscos para que Aisha tenho o menor trauma possível.

- Muito obrigado doutor. Eu ficarei aguardando novas notícias em casa senhor. Obrigado mesmo pela atenção e pelo tratamento de minha esposa. Diz Osnin de forma agradecida.

- Estamos aqui para isso senhor. Diz aquele doutor de forma tranquila.

Assim que Osnin se retirou daquele local, Willian estava a passar por algumas alas para verificar a situação dos pacientes, quando foi chamado por um de seus enfermeiros imediatamente para o quarto de Aisha.

Ao chegar naquele espaço, haviam dois enfermeiros olhando para Aisha, demonstrando um semblante de horror. Quando aquele homem questiona:

- O que está acontecendo aqui?

- Veja isso senhor. Dizem aqueles homens, quando um aponta para o corpo de Aisha e o outro levanta um pouco o seu corpo, retirando parte das roupas em que ela estava a usar.

Aquele doutor se impressiona imensamente ao olhar parte das costas daquele jovem completamente roxas e com marcas extremas de violência. Ele então pede para que um dos enfermeiros levante Aisha e a coloque em uma postura em que eles pudessem ver a extensão e a gravidade daqueles feridas. E quando eles fazem esse procedimento eles ficam ainda mais assustados. As costas de Aisha estavam completamente machucadas e com cortes espalhados por aquela parte do corpo, provavelmente, ocasionadas por golpes severos com uma vara. Aquele doutor já havia atendido várias mulheres violentadas, mas nunca havia visto alguém tão jovem e com marcas de violência tão extremas em seu corpo como Aisha se encontrava naquele momento. Ele chocado então diz:

- Acho que já temos uma explicação do porque essa jovem queria morrer de qualquer forma.

- Acho que sim senhor! Diz um daqueles enfermeiros.

- Como alguém tem coragem de fazer um estrago desses contra uma jovem?

- Todos da sociedade dizem que Osnin é severo com as suas esposas senhor. Mas, ninguém de nós imaginava que fosse tanto, essas marcas e cortes, cicatrizes não são de apenas um dia. Essa jovem foi violentada por muitas vezes naquela casa. Eu não sei como ela suportou tudo isso! Diz o enfermeiro se mostrado intensamente impressionado com aquela situação em que se encontrava o corpo daquela jovem.

Naquele momento o doutor pede para que eles peguem um remédio para passar naquelas feridas, pois eles precisavam cuidar delas, antes que infeccionassem e trouxessem ainda mais problemas para aquela jovem.

Após realizarem esse procedimento, eles ficam ainda mais impressionados quando olham a parte mais abaixo do corpo de Aisha, em sua bunda e pernas, as marcas eram ainda mais extremas. Aquele doutor começa a chorar de ódio de Osnin naquele momento. 

O pior de tudo, na concepção de Willian, é que ele sabia que não poderia fazer nada por aquela jovem a não ser lutar com todas as forças para que ela sobrevivesse. Além disso, provavelmente, quando ela estivesse bem, se isso acontecesse algum dia, era pra aquela casa que ela iria retornar, provavelmente para sofrer ainda mais violência. 

Isso era um fator que levava aquele doutor a ficar ainda mais revoltado com a situação em que encontravam as mulheres naquele sociedade. Por muitas vezes ele atendeu pessoas violentadas, quando elas se recuperavam os seus maridos iam buscá-las e depois ou elas morriam por vontade própria ou chegava a notícia de que o marido havia as matado. Willian já não estava mais suportando presenciar esse tipo de situação! 

Casamento forçado e abusivoWhere stories live. Discover now