Capítulo Vinte e Dois

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# John

O restante do trabalho passou voando, estava também mais contente. Não sei se o motivo foi à resposta súbita de Eliza de aceitar mais uma de minhas propostas! Mas ela topou novamente, e eu me sinto bem por isso. Na volta para casa, paro em uma loja de decorações de interiores. Descido comprar alguns moveis! Acho que já está na hora de minha casa ter um quarto de hospedes, até por que com Eliza e Ana Clara morando em minha casa não posso ficar dormindo no sofá o tempo todo. Depois de comprar quase metade da loja sigo meu caminho para casa. Meia hora depois meu interfone toca, anunciando a chegada do decorador e dos moveis, quero que tudo esteja pronto antes de Eliza e Ana Clara chegarem

# Eliza

O dia está quase acabando. Minha amiga Amanda acabará de levar as últimas caixas para sua casa. São poucos os meus pertences na verdade aquelas caixas só há esperanças, vou deixar a casa com todos os moveis! 1º por que não tenho onde guardar, 2º quero começar do zero, mudar a minha vida radicalmente.
Uma meia hora depois Amanda estava de volta. Ela me ajuda com minhas malas e de Ana Clara. Para a casa de John só irei levar nossas roupas e os brinquedos de Ana Clara! Depois de colocar as últimas malas no carro, Amanda fica com Clarinha, para que eu possa me despedir da casa!
- Não faz muito tempo que me mudei para cá! Com todos eles! – digo para minha melhor amiga. - Eu devia ter o que? Uns 13 anos? Estava cansada de tanto me mudar! Mas quando vi essa casa e os rostos felizes de meus pais, eu soube que iriamos ficar aqui por um bom tempo e que iriamos ser felizes. Lembro que quando comecei na escola nova, você foi a primeira pessoa com quem fiz amizade! Nessa cozinha... – digo andando. – Nessa cozinha tive várias refeições em família. Ainda vejo meu pai sentado à ponta reclamando para minha mãe de como o seu dia de trabalho foi cansativo, enquanto eu e Helena conversamos sobre namorados, refeições que nunca mais terei, nunca mais sentirei o gosto da comida de minha mãe! Eu e Helena nunca mais brigaremos para disputar o lugar ao lado do papai. Lembro-me de quantas vezes dormi no sofá e acordei em meu quarto, enquanto no dia seguinte meu pai reclamava de como eu estava crescendo, de quando eu chegava tarde em casa depois de ter saído com meus amigos, e quando abria a porta minha mãe estava sentada no sofá quase dormindo, só esperando eu chegar para conseguir dormir sem preocupação. – Amanda se aproxima com Clarinha no colo. – Por que isso aconteceu comigo? Amanda! Por quê? Eu estou sozinha e não tenho nada!  Nada! – digo ente um soluço e outro!
- Eliza nunca mais diga que está sozinha! Ouviu? – diz Amanda. – Você tem a mim tem Ana Clara que é um bebe e precisa muito de você, tem a sua irmã, que irá acordar e ficar com vocês! Você pode não ter nada! Isso é verdade! Mas não está e nunca estará sozinha. – caio de joelhos no centro da cozinha Amanda se ajoelha ao meu lado e me abraça, Ana que estava em seu colo me chama com seus bracinhos para um abraço também. E continuo a ouvir Amanda. – Força minha amiga! Continue a lutar, como você sempre fez! Sempre vou estar aqui ao seu lado! Por que somos parte de uma família.
Choro desesperada, um choro que estava entalado em minha garganta já há algum tempo!

# Mudança

Estávamos os três no carro de Amanda indo para a casa de John, ficamos em silencio até chegar ao prédio. Quando o carro para, Amanda pergunta:
- Você quer que eu entre com vocês?
- Não tudo bem! Posso ir sozinha.
Quando eu e Amanda descemos do carro para pegar as malas do carro, John aparece. Avisei apouco que estaria chegando, e ele disse que estaria esperando! Não achei que estaria esperando no estacionamento. Quando ele se aproximou apresentei Amanda a John. Ambos trocaram apertos de mãos até John falar.
- Onde estão suas coisas? – pergunta virando para mim!
- Estão no carro!
Amanda pega as bolsas do porta malas e entrega para John.
- É só isso? – pergunta John.
- Sim é só o essencial! Não pretendo ficar muito tempo, lembra?
- Eliza? – chama-me Amanda. – Se você não for mais precisar de mim eu irei embora! Travis está me esperando! 
- Há! Tá claro! Obrigado por tudo Amanda!
- Por nada! Eliza? Me liga amanhã, quero saber como você passou a noite.
- Claro! – respondo. Amanda se vira para John.
- Cuide bem delas!
- Claro farei isso não precisa se preocupar.
Amanda entra em seu carro e vai embora, Clara está no chão, pego as malas ao meu lado e quando eu vou pegar Clarinha ela se agarra as pernas de John.
- Pode deixar que eu a levo! – despois de pegar Clarinha em um dos braços com o outro ele pega o restante das malas que estavam no chão. Ao entrarmos em seu apartamento, ele coloca Ana no chão e em seguida as malas.
- Tenho algo para mostrar a vocês! – ele pega Clarinha pela mão e eu os sigo. – Esse será o quarto de vocês. – John abre a porta. – Eu estava pensando... – diz enquanto entro, e olho para o quarto de hospedes mobiliado. – Que vocês não poderiam continuar a dormirem em meu quarto. Sem contar que acho que chegou a hora de ter um quarto de hospedes descente. Achei que você fosse gostar dessa decoração principalmente por Clarinha. – olho maravilhada uma linda decoração infantil, o quarto era todo rosa com alguns detalhes em amarelo, para quebrar um pouco o tom rosa, em um dos quantos estava o berço que Clara irá dormir, envolta dele alguns laços brancos o enfeitava. Prateleiras com bichinhos de pelúcias e bonecas. Do outro lado do quarto havia uma linda cama de solteiro com uma colcha branca com bordados de renda. No centro havia uma cadeira de balanço.
- Acrescentei uma cama ao quarto por que achei que talvez você não quisesse se separar de Clara! Mas se sentir melhor o quarto ao lado também está mobiliado para você!
- Não! Está realmente ótimo aqui! Prefiro ficar com Ana! Você não deveria ter se preocupado tanto! Nós não iremos ficar por muito tempo de qualquer forma!
- Eu sei, só quis deixar a estadia de vocês aqui a mais confortável possível.
- Obrigada! – É a única coisa que consigo dizer. Sei que o que ele está tentando fazer também é por ele, mas me sinto mal por... por... estar usando ele, sei que assim as coisas ficam bem mais fáceis para ele. Mas ele está exagerando me fazendo entender as coisas erradas e eu me odeio por isso. Não quero sentir nada por esse homem nem ao menos gratidão. Gosto de pensar que ele me usa tanto quanto eu o uso.
Ele deixa Ana ao meu lado e sai, minutos depois volta com as minhas malas.
- Acho que vocês duas deveriam desfazer as malas! Vou preparar algo para comermos.
Estava com Clarinha arrumando suas coisas e as minhas, quando senti um cheiro maravilhoso que devia vir da cozinha, foi ai que percebi que estava morrendo de fome.

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