Capítulo Dezoito

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Estávamos distraídos conversando quando escutamos o barulho de algo caindo seguido pelo choro de Ana Clara. Eliza foi a primeira a se levantar, eu a segui logo atrás com medo de que a menina poderia ter se machucado, a casa de Alanna não tinha estrutura para ter um bebê correndo por ela.
- O bebê! Você caiu? – disse Eliza para a criança. E ela só balançou a cabeça em resposta – Onde você se machucou? – perguntou Eliza novamente, e Clarinha apenas apontou o dedinho para ela. – Você machucou o dedinho? Ai, ai, ai! Deixe-me dar um beijinho que já vai passar. – em seguida ela estende o dedinho para que Eliza o beije e sai para brincar novamente.
- Você vai ser uma ótima mãe! –diz Alanna. Quando Eliza se vira. – Até por que se você já é assim com sua sobrinha. Imagina com o filho de vocês. Sei que vocês vão ser excelentes pais. – diz olhando para mim e para Eliza.
- Preciso ir trocar a Clarinha. – diz Eliza, se retirando para o quarto de Alanna. Fico observando-a desaparecer nos corredores.
- Você está mesmo apaixonado, não é John! – diz meu primo Marcos. – Quem diria que eu o veria assim por uma mulher.
- Assim como? – pergunto.
- Você não percebe como admira Eliza? Tem que ver como a olhou agora apouco enquanto ela lidava com a criança. Você realmente está apaixonado meu irmão, achei que eu nunca veria você assim!
- Eu vou deixar vocês conversarem, enquanto eu vou ajudar Eliza. - diz Alanna se retirando.
- Sabe John, há poucos dias achei que o seu relacionamento com Eliza fosse só uma farsa, por causa do que a nossa avó lhe propôs, mas agora tenho certeza de que eu estava errado. Depois de olhar você com Eliza e com a Criança. Sei que você realmente está encantado por ela. Quem diria meu priminho caiu! Há! Há! Há! - diz Marcos me dando uns cascudos. – Olha a sua mulher já chegou! – Marcos se vira para Eliza. – Que bom que você voltou rápido por que eu já não aguentava escutar o John chorando de saudades. – Não sei como reagir com a atitude de Marcos, mas é bom que ele acredite no que está dizendo, então apenas sorrio para ele e para Eliza.
Mais tarde nos despedimos de Marcos e Alanna.
- Quero que vocês voltem logo! – disse Alanna. – Senti minha casa tão viva com a Clarinha correndo por ela, Acho que logo podemos ter o nosso bebê não é Marcos! – Eliza me dá um olhar estanho e depois diz.
- Claro! Trarei Clarinha outras vezes. Obrigada por tudo! – diz Eliza enquanto seguimos para o estacionamento.
Enquanto andávamos em direção ao carro Eliza me perguntou.
- Qual é a sua relação com Alanna?
- Como assim?
- Eu vi como você olhava para ela! E não é um olhar que alguém daria para a namorada do seu primo! Você gosta dela?
- Como você pode dizer isso! Ela é noiva do meu primo e logo será sua mulher.
- Só sei que seus olhos não enganam, que quando você está perto dela eles tem um brilho especial. – Eliza para de falar quando eu abro a porta do carro para que ela entre com a menina no banco de traz.
Dentro do carro estava um silencio total até Clarinha de tão cansada que estava tinha caído no sono logo que entrará no carro.
- Onde estamos indo? – Pergunta-me Eliza. – Por favor! Diga que você não vai me deixar em qualquer lugar novamente?
- Não! Já disse que não sou tão idiota quanto pareço. Aquele dia eu estava nervoso e eu não faria isso a você estando com uma criança.
- Ata! Agora me sinto muito melhor em saber que se eu não estivesse com Ana Clara talvez estivesse agora em pé em uma rua qualquer!
Seguimos por mais um tempo em silencio até entrarmos no estacionamento de um shopping.
- O que estamos fazendo aqui? –pergunta Eliza.
- Apenas me siga! Em silencio de preferência, se conseguir é claro!
Seguimos para o elevador, Com Ana Clara no colo de Eliza, entramos nos corredores do shopping, seguimos passando por algumas lojas até parar em uma com decorações infantil. Entro na loja e do lado de dentro espero por Eliza.
- O que você quer fazer em uma loja de acessórios para bebês? – assim que Eliza entra vem uma das vendedoras nos atender.
- Em que posso lhes ajudar?
- Eu quero um bebê- conforto!
- É para a sua filha? – pergunta a vendedora olhando para Eliza.
- Sim! É para ela! – apenas respondo não preciso ficar me justificando para ninguém.
Depois de receber algumas dicas de como colocar a cadeirinha de segurança no assento do carro, paguei a conta e saímos. Já no carro consegui arrumar a cadeirinha na segunda tentativa.
- Pronto! Agora Clarinha estará completamente segura em meu carro!
- Você não precisava ter comprado à cadeirinha.
- Eu já disse isso antes, mas vou repetir! Enquanto ela estiver andando em meu carro quero segurança, não podemos prever o que pode acontecer quando se trata de carros. – juro que vi os olhos de Eliza brilhar.
- Sendo assim!  Obrigada por se importar com a segurança de Clarinha!
Quando chegamos em frente à casa de Eliza, as duas estavam dormindo! Olhei para Eliza ao meu lado, não queria acorda – lá, parecia estar tão bem em seu sonho, me aproximei para tirar os cabelos que caiam em seu rosto. Ela... ela é tão linda, não resisti! Tive de tocá-la sentir sua pele, seus lábios carnudos em um tom natural de vermelho que me envolveram, “oh meu Deus! o que é isso que estou sentindo? Quero muito beijar essa mulher”.  Estava me aproximando dela, mas me afastei quando ela começou a despertar.
- Já chegamos? – pergunta Eliza.
- Sim! – respondo, ela tira o sinto de segurança e saiu do carro indo para a porta de traz, onde estava Ana Clara. Mas fui mais rápido que ela e abri a porta de traz do motorista, tirei o sinto de proteção de Clarinha e a peguei em meu colo. – Deixe que eu a levo! – digo me virando para ir em direção à porta de entrada. Enquanto Eliza procura desesperadamente pelas chaves em sua bolsa, até que ela me dá um olhar de espanto!
- Acho que perdi minha chave na casa do seu primo! Deve ter sido na hora em que fui trocar Ana Clara, e agora?
- Ok! Calma vou ligar vou para Marcos e ver se ele a encontrou! – Espero ele atender as chamadas. – Marcos estou ligando para perguntar se você ou a Alanna encontraram uma chave por ai?
- Chave? – marcos me pergunta!
- Sim! Eliza acha que perdeu as suas chaves ai! E agora estamos do lado de fora da casa!
- Como vocês estão para fora? Sei que você tem um esconderijo onde deixa uma das suas chaves reserva! Use uma dessas! Eu e Alanna iremos procurar, se um de nós encontrar eu ligo avisando.
Depois de desligar o celular me viro para Eliza.
- Você tem algum lugar para ir por hoje?
- Não! Por que? Eles não a encontraram?
- Não! E como eu conheço meu primo, não vai nem se quer procurar, você não tem uma amiga onde possa passar a noite? Aquela sua amiga, a tal de Amanda?
- Eu... Não posso ficar na casa dela! Não posso.
Eu me viro e sigo em direção ao carro com Clarinha ainda em meus braços, coloco-a novamente no bebe conforto. - Entra no carro! – digo me virando para Eliza.
- Iremos até a casa de Marcos buscar minha chave? – pergunta Eliza.
- Não! Vocês duas vão ficar em minha casa, marcos sabe que minha casa não tem só uma cópia! Pelo contrário tem várias e duas delas estão escondidas do lado de fora de minha casa, por isso se parecermos meio desesperados por uma única chave ele irá desconfiar!
- Verdade! Mas me diz uma coisa! Por que você esconde as chaves fora de casa?
- Sempre fiz isso! Por que quando eu chegava bêbado em casa era mais fácil entrar. – seguimos viajem em silencio até ouvir minha voz no ar! – Por que você não pode ir passar uma noite na casa da sua melhor amiga? É o que se espera de uma amiga nessas horas, vocês estão brigadas?
- Não! Não é nada disso! É um pouco complicado de se explicar.
Alguns minutos depois estávamos parados em frente ao meu apartamento. Pedi para Eliza pegar a chave em um de meus esconderijos, pois estava ocupado com Ana Clara em meus braços. Depois que ela abriu a porta me direcionei até meu quarto para que eu pudesse por Clarinha em minha cama.
- Você já sabe como as coisas aqui funcionam. – disse olhando para Eliza. – Você e Ana Clara podem ficar com a cama. Eu vou me ajeitar no sofá. – pego um dos quatro travesseiros que estão em minha cama e um lençol que está na ponta.
- Você já vai dormir? – pergunta Eliza.
- Vou! Você não?
- É que na verdade não estou com sono!
- E o que você quer fazer? – Eliza fica pensando por um tempo. – Se você quiser podemos assistir alguma programação da TV.
- Sim, eu quero!
Sentados na sala de estar mudava de canal em canal, até decidir passar o controle remoto para Eliza.
- Toma você decide o canal! – Eliza continuou a mudar os canais até parar em um seriado two and a half men.
- Essa é minha serie preferida, há muito tempo não a assisto por falta de tempo. Tudo bem se eu deixar nesse canal?
- Você está com o controle, você decide!
Estávamos nos divertindo muito, rindo das idiotices de Charlie, Alan e Jack.
Charlie é um cara solteiro que passara a vida se divertindo, mas se vê na obrigação de ajudar seu irmão que acabará de se divorciar e ficar sem nada, por isso ele aceita que seu irmão passe um tempo em sua casa até conseguir se estabilizar novamente, mas isso parece nunca acontecer. Charlie além de ter que aturar o seu irmão, também vai ter que aturar seu sobrinho uma criança muito... Como posso dizer... Diferente! Deu o intervalo para começar o próximo episódio quando tive uma ideia.
- Já volto! Vou colocar um pacote de pipoca no micro-ondas para nós! – uns quinze minutos depois de ter voltado da cozinha o telefone de Eliza que estava na mezinha ao meu lado toca!
- Você pode passar ele para mim? – pergunta Eliza. Quando o pego não consigo deixar de ver quem estava ligando. Quem mais poderia ser? Nada mais e nada menos do que David. Passo o celular para ela, que o atende.
- Alô? – diz Eliza ao telefone. – Oi David! Me buscar em casa amanhã? Mas... por que? Não vai dá! É por que eu não estou em casa. – fico ouvindo a conversa, e pelo que deu para entender David está querendo dar uma carona para Eliza amanhã! Tento entender o que aconteceu, por que de repente percebo que estou com o celular de Eliza em minhas mãos, enquanto ela me dá um olhar furioso. Mas a única coisa em que sigo dizendo é.
- Ela não vai precisar de sua carona! Por que amanhã eu vou levá-la ao trabalho! – digo tudo isso olhando para Eliza e em minhas últimas palavras vejo sua expressão de fúria se suavizar. Depois desligo o celular e devolvo para Eliza e volto a assistir a two and a half men, como se nada tivesse acontecendo. Por um tempo Eliza fica me encarando pasma, por eu não ter nenhuma explicação lógica para o que eu tinha acabado de fazer, mas como eu poderia explicar algo que nem mesmo eu sei!


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