Capítulo Dezenove

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Olhei para o relógio de cabeceira de John que marcava 3:00 hrs da manhã. Ou seja faz mais de três horas que estou rolando na cama. Minha cabeça está a mil, e tudo é derivado ao John! Sempre que tentava fechar os olhos via o rosto de John, de quando ele olhava para Alanna, os olhos dele brilhavam, ele não conseguia nem se quer piscar! E o pior de tudo não entendo por que meu subconsciente está trabalhando nessas lembranças. E quando abro meus olhos desistindo de dormir, fico fitando o teto tentando entende o meu sentimento. Deu! Chega!
- Vou beber um copo de leite quente!
Levanto-me, passando pela sala onde John parece dormir tranquilo, e vou até a cozinha pego da geladeira uma jarra de leite. Coloco um pouco em uma panela e a boto para esquentar no fogão. Quando vejo que o leite já está quente o suficiente, encho um copo e me viro indo de voltar ao quarto de John!
Mas quando me viro levo um grande susto com John parado a porta e deixo meu copo de leite cair, quebrando e sujando todo o chão da cozinha.
- Ai meu Deus! Você me assustou!
- Desculpa essa não foi minha intenção! Eu só ouvi barulhos na cozinha e quis saber por que você estava acordada há essa hora! – John olha para a sujeira em seu chão e diz: - Espera ai vou pegar uma pá e um pano para limpar isso. – enquanto eu espero ele voltar, pego a cesta de lixo e vou separando os cacos de vidros maiores. – O que você está fazendo? – pergunta John.
- Estou limpando!
- Mas você pode se cortar, deixa que faço isso com luvas.
- Não tudo bem eu que fiz essa sujeira eu devo limpar. – ele foi em minha direção e se agachou ao meu lado.
- Tudo bem! Eu que lhe assustei! Posso fazer isso!
- Não tudo bem eu faço... Ai!
- Viu você se cortou! Por que é tão teimosa!
- Eu não sou teimosa!
- Não é? – Diz com um meio sorriso.
- Talvez só um pouco!
- Vamos até a sala, vou fazer um curativo em seu machucado.
Ele sai me puxado pelo braço e me faz sentar no sofá que ele há pouco dormia.  
- Sente-se! Vou pegar um band-aid e um anticéptico. – depois que John volta com uma caixinha de primeiros socorros e se senta em uma mesa se centro que estava em frente ao sofá. – Me dê a sua mão!
E como eu não estendo a minha mão, ele a pega de cima do meu colo, o corte em meu dedo não foi nada de mais, estava sangrando um pouco demais para um corte tão pequeno, mas nada demais.  Ele limpou o ferimento com água e gases, depois abriu o vidro de anticéptico.
- Isso pode arder um pouco!  - diz com um meio sorriso.
- Nada que eu já não esteja acostumada! É sério já tive outros cortes desse gênero.
- Claro que já!
Sinto uma pequena fisgada quando ele passa o anticéptico em meu dedo, fico pensando no jeito que ele ficava quando Alanna estava presente, nesse estante ele tinha o mesmo olhar de quando estávamos na casa de Marcos. Quando termina de colocar o band-aid pergunta.
- Tudo bem?
- Hã?
- Você parece ter viajado por um tempo!
- Eu estava apenas pensando!
- Em que você estava pensando? Se é que posso saber!
- Nada demais! – ficamos os dois em silencio por alguns segundos.
- Ok! Seu dedo vai ficar ótimo. – diz John dando um sorriso.
- John? Sei que isso não me interessa mais...
- Mas?
- Você gosta de Alanna?
- Claro! Ela é namorada do meu primo!
- Não! Quero dizer... não assim! Sinto que você gosta dela de outro jeito.
- E que jeito poderia ser?
- Vejo em você! Seus sentimentos se transformam quando você está perto dela. Sei que devo estar sendo muito intrometida, me desculpa! E se não quiser responder não precisa. – John me dá um olhar de pena.
- Você está bem curiosa sobre mim não é? Por que essa curiosidade toda?
- Não! Nada disso! – levanto-me muito rápido quase fazendo com que John caia. - É apenas um assunto que me veio agora. Só isso! – John se levanta e fica me encarando por uns segundos.
- Sei!
- É verdade! Só estava curiosa. Fiz uma pergunta que faria para qualquer amigo!
- A então nós somos... amigos?
- S- Somos!
- Ok! Se você se interessa tanto assim pela minha vida, acho que posso te contar algo. Vejamos... por onde começar? A que tal sentarmos primeiro?
- Claro! – sento-me novamente no sofá, enquanto John volta a se senta na mesa de centro em minha frente.
- Eu e Alanna fomos criados praticamente juntos, desde que me lembro meus pais sempre estavam com os pais de Alanna. Aos sete anos quando meus pais morreram fiquei mais próximo dela, aos 13 anos, começamos a namorar, nunca contamos para ninguém, e eles não desconfiariam de nada por que eu e Alanna sempre andávamos juntos. Sem contar que era um relacionamento infantil. Quando eu fiz 16 anos a mãe de Alanna descobriu que éramos namorados, ela não gostou nem um pouco, ela surtou proibiu que eu fosse ver Alanna. – John se silenciou por um momento.
- E o que aconteceu?
- Alanna mudou comigo! Começou a me tratar diferente! Acho que ela não quis contrariar a mãe!
- E você desistiu dela?
- Não! Eu não desisti, continuei tentando. Propus até que ela fugisse comigo. E ela só interpretava o que eu dizia como brincadeira. Quando eu fiz 19 minha avó me mandou para uma viagem de um ano e três messes para a Califórnia, para incrementar meus estudos. E quando voltei fiquei sabendo que Alanna e Marcos estavam namorando. E foi isso! Alguma pergunta?
- N- Não!
- Serio? Por que vejo que há algo para sair dessa sua cabecinha. Não há?
- S-Não! Só que... você teve uma história muito linda, ou triste. – tento dar um sorriso, mas sai mais torto do que deveria ser.
- Certo! Acho que devemos dormir se quisermos trabalhar amanhã!


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