NEPTUNE • jjk x pjm

nine! losing my religion

Alerta de tema sensível: distúrbios alimentares.

Se for sensível a conteúdos assim, peço que interrompa a leitura.

☔️

No primeiro dia em que pisou na faculdade depois do incidente com o pai, Jimin quis se enterrar quando viu Taehyung se aproximando. Não queria que o amigo soubesse, afinal se isso acontecesse acabaria invadindo a casa para agredi-lo ele mesmo. Tae era o maior protetor de Jimin.

— Bom dia, raio de Sol. — o amigo disse animado, mas Park se sentiu um pouco nostálgico ao ouvir aquilo e se lembrar do nome do orfanato.

— Bom dia. — forjou um sorriso e beijou a bochecha corada, afastando-se em seguida.

— Está melhor?

— Estou ótimo, Tae. — é claro que ele não estava. O corpo ainda doía, estava com medo até mesmo de encarar o pai andando pela casa.

— O aniversário do Jongho é semana que vem e eu não sei o que comprar pra ele. Do que héteros gostam?

— Não sei, não sou hétero.

— Amém. — Tae riu e chegaram na sala de aula onde poucos alunos haviam chegado.

Sentaram-se separados e enquanto Taehyung ligava o notebook para rever as anotações do dia, Jimin se encolheu na mesa gélida e tentou segurar o choro lembrando do quão maldoso seu pai adotivo fora. As costelas doíam, e os golpes certeiros nas coxas também. Precisou vestir uma calça de tecido leve para que não houvesse atrito com os machucados pequenos — mas doloridos — porque ninguém poderia saber daquilo.

Mas Taehyung, além de seu melhor amigo, sempre foi bom observador.

— Machucou o pulso, Jimin-ah?

— Hum?

— Seu pulso está avermelhado. — apontou e Park quis morrer por ter esquecido de esconder aquele também. Não havia uma grade cicatriz ou algo do tipo, Dongsun não havia lhe espancado, apenas dado uma lição, mas doía porque o couro legítimo do cinto em contato com sua pele jamais tocada antes o fez estremecer em dor e surpresa.

— É alergia. — Jimin mentiu descaradamente, Taehyung acreditou e a aula começou pouco tempo depois.

No intervalo após a aula aproveitaram para encontrar os outros amigos — que eram de cursos diferentes — no refeitório da faculdade, mas havia algo estranho. Park respirava fundo para andar, vez ou outra fechando os olhos e sentindo as costas e coxas fisgarem, tudo doía e ele precisava manter segredo. Impossível.

— Certo, Jimin. Você está andando todo dolorido, veio com calças largas e mentiu sobre seu pulso. — Taehyung o parou antes que pudessem chegar na mesa dos amigos. — Eu nunca te vi sem aquelas calças coladas que prendem até sua respiração, o que aconteceu?

— Eu só quis vir diferente hoje, Tae. Vamos comer? — mentiu sobre a calça e também sobre a alimentação, comida alguma passaria por sua garganta naquele dia, ainda estava assustado.

— Eu tenho cara de palhaço? Vai dizer ou vou precisar abaixar sua calça aqui no meio?

— Não aconteceu nada, Taehyung.

— Está escrito na sua cara que aconteceu!

— Jimin-ah! Tae! Venham, comprei sanduíches pra gente. — Yeeun gritou de longe, animada enquanto se sentava com os outros.

— Vamos, por favor...

— Eu não vou te deixar ficar quieto dessa vez, Jimin! Você precisa parar de sofrer sozinho, me diz logo o que aconteceu!