parte 3 (4)

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Boa leitura amores.
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...

Na hora não consigo formular uma frase. Eu nem se quer estava cem por cento acreditando no que ele disse. Afinal, ele está bêbado! Quais são as chances disso ser verdade? Eu nunca nem se quer cheguei a cogitar algum tipo de relação entre Daiana e Rael, mesmo que ela tivesse apresentado-o para mim numa noite de balada.

Fito o semblante cansado do mesmo e respiro fundo.

- O que você disse?

Ele leva muitos segundos para responder me deixando aflita.

- Eu? Eu disse que eu e a Daiana temos um caso e você sempre foi ingênua demais para perceber nossas trocas de olhares quando você estava por perto. - meu peito aperta, meus olhos começam a lacrimejar.

- Está me dizendo que vocês transavam enquanto VOCÊ esteve comigo? Enquanto...namorava comigo? Isso não é verdade. Você está fora de si.

Consto a acreditar em suas palavras. Eu tenho certeza que isso é uma grande blasfêmia contra a Daiana. Ela é minha irmã, poxa! É inacreditável que isso tivesse acontecido sobre minha cabeça. Volto a retirar seu outro sapato, mas ele puxa sua perna para o outro lado. Fico estática, Rael tenta se sentar e quando consegue, me olha com um sorriso sacana nos lábios.

- Acredite se quiser. Mas nós te fizemos de idiota todo esse tempo. A real é que, eu só queria te levar pra cama. Só queria te comer e logo mais iria inventar uma desculpa para cair fora. Fala sério, você é tão estranha que chega a ser um pesadelo para qualquer homem.

Não acredito que isso está acontecendo. A Daiana não seria capaz de fazer isso comigo. Eu sei que não!

- Olha pra você, Diana. As suas roupas. O seu jeito tímido. Você se esconde. Há algo em você que faz as pessoas se afastarem. Ao contrário de sua irmã que me faz querer fodê-la a noite inteira.

- PARA! ISSO É MENTIRA! POR QUE ESTÁ DIZENDO ESSAS COISAS, RAEL? O QUE EU FIZ DE ERRADO? - grito, me sinto rejeitada e enganada.

- Eu não vou parar! E tem mais, nenhum homem vai querer se relacionar com a porra de uma virgem...uma virgem deprimente. Pois essa é a verdade, é deprimente estar perto de você!

Meu sangue ferve e sem total controle sobre mim, um estalo se faz e a marca vermelha fica evidente na bochecha de Rael. Ele me olha incrédulo pelo que fiz, porém não consigo dizer mais nada. Saio correndo dali o mais rápido que consigo, agora ele deve estar feliz. Se livrou de mim, e talvez não haja nada pior que ele ter ferido meu coração. As lágrimas correm soltas por meu rosto, não consigo segurar.

Está doendo tanto.

Vou andando pela rua sem rumo. Minhas vistas embaçam e não quero voltar para casa. Não quero ver a Daiana. Estou com tanta raiva e me culpo tanto. E sei que a maior culpada disso tudo fui eu. A noite está fria, os pelos dos meus braços se ouriçam, não sei para onde ir.

Centenas de perguntas rondam minha mente, todas sem respostas plausíveis pelo o que eles fizeram comigo. Eu devo ser muito ingênua e idiota mesmo. De repente algumas gotas de água pingam em meu corpo. Encolho meus braços contra mim e ando o mais rápido que posso. Não demora muito para que uma enxurrada de água caia do céu me deixando completamente encharcada. Mais minutos se passam e...


Atchimm!

Torço o nariz incomodada e vou andando em uma direção qualquer. Um soluço escapa de minha garganta me fazendo praguejar. Paro em um ponto de ônibus e ao olhar para a frente fico surpresa, meu coração acelera. Estou sem dinheiro, não tenho para onde ir e passar o resto da madrugada.

Essa é a minha única alternativa no momento.

Toco a campanha aguardando alguém aparecer. Toco novamente...e de novo...e de novo. Não me importo se levarei uma bronca, só quero uma cama, um sofá ou um colchão para descansar.

Minutos se passam e cogito a ideia de que ele não vai abrir essa droga de porta. Me viro para ir embora quando ouço um trinco, me viro novamente e ali está ele com os cabelos bagunçados, olhos apertados e de...cueca?

Nossa!

- Diana? O que está fazendo aqui? Você está molhada. O que aconteceu?

- Eu...-respiro fundo. - preciso de ajuda.

Connor me olha dos pés a cabeça e franze a sobrancelha.

- Claro. Vem, entre! - passo por ele devagar e sinto o cheiro do teu perfume. - Vou pegar uma toalha pra você, só um instante. - concordo e ele sai em direção à um corredor, volta minutos depois com uma toalha em mãos.

Mas ainda de cueca!

Ele me entrega a toalha e pego. Começo a secar meus cabelos.

- O que estava fazendo na chuva?

- Aconteceu uma coisa, não quis ir pra casa. Se importa se eu dormir aqui? É só fingir que não tem ninguém. - fico aflita com medo dele me mandar ir embora.

Seu olhar de compaixão aquece meu peito e me deixa calma. Algo em seu olhar me traz paz e tranquilidade.

- Sim, sim, pode ficar. Eu não importo. Quer conversar sobre o que aconteceu?

Fito sua expressão preocupada.

Por que ele está sendo tão gentil?

- Acho melhor não. Estou cansada. Eu posso ficar aqui na sala mesmo.

- Tá maluca? Vou te levar para o quarto da Lili, vem!! - sorrio fraco e o sigo.

Durante o trajeto não consigo desviar meus olhos de seu corpo, principalmente de sua bunda durinha. Céus, eu não acredito que estou notando isso.

Quem é Lili?

Chegamos em frente a uma porta rosa.

- A Lili não vai se importar? - indago.

- Ela não mora mais aqui.

Connor abre a porta e entramos. Olho para os lados e vejo uma decoração básica. Pequenas mobílias, uma cama rosa e um roupeiro de solteiro. Tudo muito simples.

Encaro meus pés incomodada com sua presença.

- Então, há umas roupas ali que devem servir perfeitamente em você. Use o banheiro...

Atchimm.

Solto um espirro.

-...e tome um banho quente. Fique bem. - Connor me olha uma última vez antes de sair porta afora e me deixar sozinha.

A sensação de fraqueza toma meu corpo, é como se eu fosse despencar nesse chão. Meus olhos se enchem, não faço questão de segurar. E logo mais, estou desabando em lágrimas porque eu sou fraca demais.

Sob Duas Versões Onde as histórias ganham vida. Descobre agora