43 - Duas decisões

335 40 47
                                    

A história está chegando a 13k de leituras e eu só tenho a agradecer. Tom de Vingança é um presente para mim como é para vocês. Desfrutem e não se esqueçam de votar e comentar. Amo vocês 🎁 💕
O capítulo está com alguns problemas nos comentários que estou tentando resolver. ☺️

***
— Natáliaaaaaaaaaa! — Foi a única maneira que Gustavo encontrou de reagir.

Tremia. Tinha dificuldade em acertar o buraco da fechadura, mas evocou todo autocontrole que pudesse ter para conseguir dar as duas voltas na chave e adentar à casa o mais rápido possível. Ouviu o som de um carro cantando pneu no fundo da cabana e tomando o único caminho possível para sair dali e o silêncio que sentiu ali dentro o desesperou. Ofegante, olhou para todos os lados daquela cabana e sentiu um frio na espinha ao imaginar que pudesse encontrar Natália ferida ou coisa pior.

Num impulso subiu as escadas até o quarto porque algo lhe disse que era àquele o lugar onde ele devia procurar. Arrombou a porta que parecia travada e encontrou Natália ali, parada, olhando fixamente para a porta, tomada de um medo que ele raras vezes havia visto em seus olhos. Ele correu para abraçá-la e, disfarçadamente procurar algum ferimento em seu corpo, não conseguia esquecer o som daquele tiro, mas também não queria provocar ainda mais nervosismo em Natália.

Natália o abraçou quase que de maneira automática, como se estivesse em choque, ainda digerindo tudo o que viveu naquele lugar. Ao sentir o calor da pele de Gustavo tão junto à sua, desabou em lágrimas que não eram comuns nessa mulher que era a própria personificação da força feminina. Assim como qualquer pessoa, se sentia frágil nesse momento. Gustavo também não resistiu às lágrimas ao senti-la novamente em seus braços.

Dentro daquela loucura, havia temido que isso pudesse voltar a acontecer e a simples possibilidade o havia aterrado. No pouco que conseguiu dormir, viu, em seus pesadelos, Natália voltando sem vida ou viveu a sensação de que ela jamais voltasse. O fato de ter, naquele momento, a certeza de que tudo aquilo havia acabado, não tinha preço:

— Você está bem? Bem de verdade, meu amor? — Ele disse emoldurando o rosto dela entre suas mãos, em lágrimas.

— Inteira! — Afirmou Natália por entre os dentes reunindo forças para olhar para os lados.

— Eu senti tanto medo! — Admitiu Gustavo. — Ouvi um tiro, pensei que você... Que ele tivesse... — Não conseguia concluir a frase desgarradora.

— Ele atirou nas correntes. Poderia tê-las aberto com as chaves, ou tê-las entregando a mim, mas preferiu esse jogo de terror psicológico. Não estou surpresa. — Explicou ela engolindo o choro que começava a lhe incomodar.

— Eu posso imaginar. Vem comigo, vamos sair daqui. Leandro, Evelyn e até Fabíola... todos estão muito preocupados com você.

— Eu também senti muito a falta deles. — Respondeu Natália tentando se livrar daqueles pensamentos infames que passavam por sua cabeça.

Não queria ceder àquela desconfiança, mas, ao mesmo tempo, tudo era desesperadamente suspeito, tudo! Por que tinha que haver sido daquela maneira? O fato de ter sido sequestrada na festa de Evelyn, na casa de Gustavo, de ter sido levada para aquela cabana e ter sido obrigada a transferir todas as suas ações, justamente, da Romero Produções para o nome dele... Eram demasiados indícios!

Tudo aquilo poderia ser uma armação muito bem executada? Poderia! Mas, e se não fosse? E se Gustavo, o homem a quem ela havia proposto casamento, assim como na juventude, jamais tivesse se interessado verdadeiramente nela e, somente lhe interessasse o que ela lhe tirou naquela vingança que, a princípio, lhe havia movido?

Tom de VingançaWhere stories live. Discover now