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— Eu falei para você levar a chave! — gritei ao ouvir a campainha tocar, saindo do banho enrolada na toalha e com os cabelos molhados, soltos sobre os ombros. — Já pensou se eu estivesse dormindo? — continuei resmungando, indo em direção a porta.

Girei a chave, destrancado a porta, sem me preocupar com o olho mágico, afinal, quem mais poderia ser além de Letícia?

Meus olhos arregalaram assim que encontraram a pessoa que estava do lado de fora. Levou alguns segundos para que eu pudesse visualizar a situação como um todo e lembrar-me do que estava vestindo... Ou melhor, o que não estava vestindo.

Por reflexo, coloquei as mãos sobre a toalha, segurando a mesma na altura dos seios, na intenção de não deixar desenrolar.

Não havia tempo para algo ser dito, pois apesar do susto de vê-lo, o clima entre nós era quase palpável e seu olhar me causava sensações que nem mesmo sabia explicar.

Arthur entrou no apartamento, empurrando a porta com o pé, fazendo com que a mesma fechasse e me tomou nos seus braços. Seu beijo era tão cheio de desejo, que nem consegui protestar, só retribuir da mesma forma.

O turbilhão de sentimentos tomou conta de mim no momento em que ele me pegou no colo, transpassando minhas pernas, uma de cada lado da sua cintura e apoiando meu corpo sobre a bancada da cozinha. Sua boca percorreu meu pescoço e seus beijos me causaram sensações diferentes de tudo o que já havia sentido antes.

Como uma dança sincronizada, minhas mãos procuraram a barra da sua camisa e a puxaram para cima, tirando a primeira peça de roupa que me impedia de sentir o calor da sua pele contra a minha.

A toalha, que antes cobria meu corpo, a essa altura já estava no chão dando a Arthur total acesso sobre meu corpo. Não demorou para que sua mão tocasse meu ponto mais sensível, me fazendo arfar e chamar seu nome, quase delirando de prazer.

Mais uma vez, Arthur me pegou no colo e, como se já conhecesse meu apartamento, empurrou com as costas a porta do quarto e me deitou sobre a cama. Senti seus beijos descerem pelo meu pescoço, fazendo minha pele arrepiar com o toque dos seus lábios; com maestria, ele desceu a boca para meus seios, sua língua brincava com o bico do meu seio, apertando o outro com a mão, me fazendo desejá-lo cada vez mais. E, sabendo o que estava causando, ele percorreu com a boca toda extensão da minha barriga, até chegar onde eu mais o desejava, fazendo mágica com a língua e me levando a loucura.

Eu estava me afogando em um mar de prazer, sem me preocupar se estávamos em águas perigosas, sem pensar nas consequências que aquilo me traria.

E foi só quando cheguei ao ápice do prazer, gritando seu nome e sentindo minha respiração ofegar, que ele parou, sorriu e me olhou com seus olhos de gavião, cheios de desejo e prazer. Passei a língua entre meus lábios e sorri maliciosamente, olhando enquanto ele despia as últimas peças de roupa que me impediam de tê-lo por completo.

Devagar, o garoto moreno inclinou seu corpo sobre o meu, roçando sua intimidade contra a minha, me fazendo sentir toda a ansiedade de tê-lo por completo dentro de mim; e, sem pressa, ele penetrou. Meu corpo explodiu de prazer, eu estava queimando e queria cada vez mais. Cada movimento seu despertava meu lado mais devassa, fazendo com que aos poucos me soltasse e me entregasse cada vez mais a ele.

Naquele momento eu soube que Arthur seria meu céu e meu inferno, e que em algum momento ele acabaria com toda a sanidade que me restava.

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— Você é perfeita — ele falou e eu senti minhas bochechas esquentarem.

Nós havíamos transado sem nem ao menos trocar uma palavra e era aquilo que me deixava com vergonha.

— Você deve falar isso para todas — comentei, em um tom de brincadeira, mas sentindo que poderia ser verdade.

— Na verdade, não — ele beijou meus lábios e eu me aninhei no seu peito, apoiando a cabeça no mesmo e deixando com que ele me abraçasse.

Continuamos deitados em silêncio, um silêncio confortável, apenas ouvindo nossa respiração e o barulho dos carros que circulavam na rua.

Não sei em que momento adormecemos e, por um momento, me esqueci completamente daquilo que impedia que qualquer relação pudesse existir entre nós dois, deixando com que minha mente mergulhasse em um sono profundo, sentindo o calor do seu corpo contra o meu e o som da sua respiração, tão pesada quanto a minha.

Já passava das nove da manhã quando despertei, achando que tudo não passava de um sonho e só caindo na real ao vê-lo deitado de bruços sobre a cama.

De repente a realidade caiu no meu colo como um baque e a primeira coisa que fiz foi ver se a porta do quarto estava fechada. Levantei rapidamente, vestindo a primeira peça de roupa que vi pela frente e corri para fora do cômodo, fechando a porta e procurando por um sinal de Letícia no apartamento.

Seus sapatos estavam próximos ao sofá e sua bolsa sobre a bancada da cozinha; caminhei até seu quarto, que estava com a porta entreaberta e observei enquanto ela dormia.

Um suspiro de alívio escapou dos meus lábios e retornei ao meu quarto, acordando Arthur em seguida.

— Só mais uns minutinhos... — ele resmungou e eu bufei frustrada.

— Uns minutinhos são o suficiente para Letícia acordar e entrar aqui! — falei entre dentes. — Levanta! — ordenei.

Ele rolou na cama, deixando a mostra o corpo que eu tanto desejei noite passada, fazendo com que o fogo despertasse novamente dentro de mim. A mão de Arthur encontrou a minha, me puxando para cima do seu corpo, colocando os braços em volta da minha cintura.

— Você precisa relaxar mais e curtir o momento — ele sorriu: aquele maldito sorriso de encharcar minha calcinha, e colou os lábios nos meus me beijando devagar.

— Arthur, você precisa ir embora — falei entre o beijo, não querendo de fato que ele fosse.

— Tem certeza? — ele questionou, já sabendo a resposta.

— Não — suspirei —, sim. Precisa! — falei por fim.

Ele rolou nossos corpos sobre a cama, ficando por cima de mim; beijou meu pescoço, me fazendo suspirar e afastou-se o suficiente para que eu visse seu sorriso perfeito antes de se levantar.

Observei frustrada, enquanto ele vestia as calças e colocava os sapatos. Em silêncio, seguimos para a cozinha, onde Arthur juntou a camisa que estava no chão e com um beijo se despediu, prometendo que ligaria quando estivesse em casa e pedindo para que eu não o ignorasse.

Esperei ele sumir no pequeno corredor e fechai a porta, encostando minhas costas na mesma com um sorriso bobo nos lábios. Nem notei que Letícia havia levantado e estava encostada no arco da porta do quarto, com os braços cruzados e me observando. 

Dez Vezes VocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora