capítulo 24: perdendo você

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Junho

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Junho

Esse último mês antes das férias de verão deixa os alunos extremamente ansiosos. Também estou inserida nessa lista extensa e posso dizer que não tem muito a ver com as férias.

Pelo que sei, Benjamin Clifford vai para alguma universidade, provavelmente longe de Columbus, em breve.

Tento enfiar a cara nos livros e pensar nas provas finais ao invés de divagar sobre isso, mas é impossível. Minha tentativa de esquecê-lo falhou miseravelmente, mas, por outro lado, Benjamin não se aproximou nos últimos meses.

Porém, as cartas fofas do meu "admirador secreto" paravam com frequência em minha caixa de correio e eu lia cada uma sem dúvidas de quem poderia ter enviado.

De outra forma não nos falávamos, apenas cumprimentos rápidos na aula de leitura e breves acenos de cabeça pelos corredores eram suficientes. E frios. Ele parecia bem. Com relação à Hilary, não os vi juntos depois do baile.

Benjamin voltou a ser o cara descontraído da escola. Ele surpreendentemente está mais focado nos estudos e no futebol. E é claro, não vou negar, eu o tenho observado mais do que posso admitir.

— Está ansiosa para nossa viagem à Brownsville? — Geórgia questiona ao meu lado, procurando alguma coisa em seu armário.

— Sim. Sinto falta da vovó Rose e acho que vai ser divertido.

— Meus pais disseram que vão me ligar a cada meia hora, pra saber se não me meti em encrenca. — diz ela, fazendo-me rir.

— O que você disse?

— Apenas consenti calada. Não quero deixá-los bravos. — murmura. — Além disso, posso colocar o celular no modo avião. Depois invento alguma desculpa de que o local estava sem sinal, esse tipo de coisa. — ela sorri.

— Coitados dos seus pais. — balanço a cabeça, seguindo-a pelo corredor.

— Clifford nunca mais deu problemas? — ela me encara, mudando de assunto.

— Não. A gente se fala de vez em quando, casualmente. Ele está distante.

— Você criou essa distância, não se esqueça.

— Foi melhor assim. — tento me convencer das minhas palavras. — Sinto falta da Cailyn comum de antes, que vivia sua vidinha normal.

— Você mudou, amiga. Tornou-se mais madura e isso é bom. Ajuda a não errar novamente.

—É, você está certa. Não vou cometer os mesmos erros de antes.

— Só não seja rígida demais consigo mesma, tá bom? Às vezes seguir o coração é legal. — ela comenta, deixando-me pensativa.

Ignoro a informação implícita e aperto a alça da mochila, antes de acompanhá-la até a sala de aula.


Desejo ReprimidoWhere stories live. Discover now