capítulo 19: o confronto

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A festa na piscina foi adiada devido ao clima excessivamente frio de inverno

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A festa na piscina foi adiada devido ao clima excessivamente frio de inverno. Confesso que esperava por isso, afinal uma festa na piscina com esse aspecto climático é algo meio absurdo.

Claro que Hope não desistiu da ideia e sua casa está prestes a se tornar o local de uma nova festa, sábado à noite. A viagem de seus pais contribuiu para o seu sucesso e ninguém falava de outra coisa pelos corredores da escola ou dentro do refeitório.

É claro que uma comemoração antes das férias de ação de graças soava bem para a maioria dos alunos. Hilary fez questão de espalhar que iria com o namorado.

— Tem certeza de que não quer ir? — Geórgia encara Marilyn com expectativa.

— Não, obrigada. — ela nega com a cabeça.

— A festa é que horas? — questiono na sala de aula, enquanto o professor escreve algo na lousa.

— Às 10 da noite. Seus pais deixaram?

— Sim, contanto que eu fique grudada em você e não toque em nada alcoólico.

— Amo seus pais. — ela sorri, empolgada. — Foi meio difícil de convencer os meus. Só deixaram porque o Cole vai com a Paloma.

— Pelo menos não te proibiram, né?

— Verdade.


***


Em torno de dez da noite, estamos paradas em frente à casa de Hope. A casa de dois andares me passa uma sensação de quietude, o que é um absurdo devido ao barulho que vem de dentro.

Quando finalmente entramos, percebo que o interior da casa está excessivamente cheio de adolescentes bêbados. Alguns garotos jogam cantadas idiotas e eu os ignoro, seguindo ao lado de Geórgia.

— Isso aqui tá incrível. Vem, Cailyn. — ela me puxa para a pista de dança improvisada e dança de uma maneira que atrai grande parte dos garotos para a nossa direção. Seu vestido curto e justo contribui bastante para isso.

Encaro meu vestido rosa claro, com uma abertura tênue no busto coberto por renda. Meus saltos incomodam um pouco, conforme movimento o quadril com a música eletrônica, mas deixo de me importar depois de um tempo.

Minutos depois, deixo Geórgia na pista e sigo em direção à cozinha, acompanhando algumas garotas. Bebo um copo de água.

— Humm. — ouço um pigarro atrás de mim e me viro, dando de cara com Hilary. Ela está usando um vestido ainda mais curto do que o meu, de cor marrom, e os cabelos estão soltos, jogados sobre o ombro de forma invejável. Seus brincos cintilam quando ela inclina o rosto para o lado, me encarando com desprezo.

— Eu devia ter puxado os seus cabelos, mas não quero acabar com as minhas unhas. — ela dispara. Franzo o cenho. — Como você consegue ser tão cínica, Shields? — ela põe as mãos no quadril, balançando a cabeça negativamente. — Você transa com o meu namorado na festa do Trenton e pensa que eu não vou descobrir?!

Arregalo os olhos.

— Como você soube?

— Todo mundo viu você subindo as escadas com o Benjamin e uma hora ou outra alguém ia me avisar.

— Vocês nem namoravam, Hilary. — digo entredentes. — Então não pode me julgar por isso.

— Cala essa boca, vadia! — ela me empurra, bruscamente, fazendo com que eu acerte as costas contra a ilha da cozinha. Ignoro a dor e me recomponho. — Benjamin bebeu muito ontem, quando saímos, e eu ouvi da própria boca dele que vocês estavam tendo um caso enquanto éramos namorados. Vai negar?

Benjamin e sua maldita língua solta!

— Eu... — ela está certa.

— Você não tem direito de falar nada. — ela grita; os olhos cheios de lágrimas. — Eu sempre soube que o Benjamin me traia com algumas garotas da escola, mas você foi a única com quem ele passou tanto tempo. Você é uma ameaça, sabia?

— Nós não estamos mais juntos, se isso serve de consolo. Me desculpa, Hilary, por tudo. Você está certa em ficar com raiva.

— Sua sonsa dissimulada. — ela ri entredentes. — Eu sinto tanta vontade de... argh. Que ódio! — respira fundo. — Quer saber de uma coisa? — ela sorri, fazendo-me franzir o cenho. — Você merece apanhar muito.

Antes que eu possa rebater, Hilary segura meus cabelos como uma rapidez incrível e acerta minha cabeça contra a ilha, deixando-me tonta por um momento. Sinto uma dor terrível e tento me soltar, arranhando seus braços.

Ouço gritos eufóricos ao redor e sei que já temos uma plateia.

Ela continua acertando minha cabeça contra a ilha, como uma bola de ping pong.

Afasto suas mãos do meu cabelo, absolutamente dolorida e irritada, e acerto três tapas certeiros em seu rosto, notando a marca da minha mão em sua bochecha.

Seguro seus braços quando ela novamente se aproxima e tento desviar minhas pernas de seus golpes. Consigo empurrá-la contra a ilha da cozinha e ouço o baque forte.

— Cadela! — ela grita fora de si.

Ela tenta segurar meus cabelos outra vez, praguejando contra mim, mas é afastada bruscamente por uma mão masculina.

Respiro fundo, ajeitando meu cabelo desgrenhado enquanto observo uma Hilary descontrolada tentando se soltar do aperto do Benjamin.

Ele a segura contra o peito, visivelmente aborrecido.

— Podem cair fora. O show acabou. — as pessoas se dispersam com um olhar matador do Benjamin. — Calma, caralho! — ele bufa, tentando controlar a namorada.

Ajeito meu vestido amassado.

— Você está bem? — ele me encara, preocupado.

— Sim. — murmuro em voz baixa.

Meus olhos ardem com a vontade iminente de chorar. Tenho certeza que metade da escola vai estar sabendo do caso passageiro que eu tive com o Benjamin.

— Eu já vou indo. — passo por eles, seguindo até a sala. A música continua ensurdecedora e eu me aproximo de Geórgia, que está dançando com um cara que nunca vi.

— Ei, o que houve? — ela se afasta dele e segue na minha direção, me envolvendo em um abraço.

Soluço contra seu aperto e deito a cabeça em seu ombro, pensando na minha noite fracassada.

— Briguei com a Hilary na cozinha. Ela descobriu tudo. — murmuro um tempo depois.

— Caramba, amiga. Ela te machucou?

— Deixou meu couro cabeludo bem dolorido, mas consegui acertar alguns tapas.

— Desculpa por não ter estado lá com você. Eu teria ajudado.

— Ela estava muito magoada. Apesar de eu não simpatizar com a Hilary, não tiro o direito dela, sabe?

— Entendo, mas você já terminou com o Clifford e foi ele quem te procurou. Ela devia confrontar ele, não você.

— Estou me sentindo tão mal.

— Quer ir embora?

— Não, se eu for pra casa vai ser pior, porque eu vou chorar muito abraçada ao Frodo. Eu sei que amanhã metade da escola vai estar sabendo, então preciso me divertir essa noite.

— Tudo bem. Pra começar, precisamos de muito álcool. — ela sorri, me puxando.

Desejo ReprimidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora