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Só tinha conseguido dormir umas 2 horas. As inúmeras possibilidades passavam pela minha cabeça. Será que durante este tempo todo o Nick era o rapaz misterioso dos meus sonhos ou aquilo havia sido um engano da minha cabeça? Mas se ele era o rapaz porque é que ele não tinha dito nada? Ele também tinha de ter as memórias apagadas, mas então porquê é que eu era a única a ter aquelas visões? 

Logo de manhã, a Els foi me visitar na enfermaria. Senta-se preocupada na beira da cama enquanto eu abria a boca para receber os bocados de torrada que o meu garfo enfeitiçado me levava a boca e assim não precisava de tirar os olhos do livro nas minhas mãos.

- Graças a Satanás tu estás bem, não consegui vir ver- te on...

- Não precisas de pedir desculpa Els, eu estou bem.

- É que eu tive um encontro com...

- O rapaz fofo da festa? Diz-me que foi esse.

- Tu estás a ler a minha mente ou eu sou assim tão óbvia?

- Nenhuma magia está a ser usada aqui, eu é que estou a conseguir ler o que vais dizer pelas tuas expressões.

Demos uma pequena gargalhada.

- Mas fico feliz por ti.

- Afinal quem é que lançou a maldição?

- Quem é que achas que foi? -falo pousando duma vez o livro nas minhas pernas-

- humm... as Weird Sisters?

- Elas ameaçavam a algum tempo, até achei que demoraram muito para se vingarem.

Levanto-me começando a arrumar as minhas coisas num saco depois de acabar de comer a minha torrada.

- Para onde vais?

- Tenho muita coisa para resolver e não posso perder mais um dia.

- O que é que se passa? Pareces demasiado agitada.

- Talvez me possas ajudar Els, mas primeiro vou ter de te contar uma longa história.

(...)

Depois de passar a tarde a procurar rituais que me ajudassem a revelar aquelas memórias que pareciam fechadas a cadeado na minha mente só tinha conseguido ter uma ideia que havia encontrado no outro dia com o Scratch. Iria ser arriscado, mas eu precisava de arriscar porque estava a enlouquecer aos poucos. Tinha contado tudo o que se tinha passado comigo a Els enquanto andávamos. Talvez fosse melhor ter alguém para me ajudar. Pelo menos alguém que eu não suspeitava conhecer a mais tempo do que pensava.

Este ritual era muito arriscado ainda por cima feito sozinha, mas não sabia se conseguia confiar em ninguém para entrar na minha mente.

Quando chegamos a um espaço longe o suficiente da academia no meio da floresta, pousei o saco que trazia com o material. O sol começava a descer pelas montanhas o que causava bonitas formas de luz passassem pelo meio dos ramos.

Comecei a desenhar os desenhos que indicavam no livro enquanto a Els começava a distribuir as velas nos pontos estratégicos e acendia as mesmas.

- Não querendo duvidar do teu poder, porém eu acho que isto é muito arriscado Mag.

- Porque dizes isso?

- Tu vais entrar nas tuas próprias memorias e se não te lembras delas quer dizer que elas estão numa parte muito funda do teu cérebro. Tu podes ativar coisas que não é suposto ativar.

- Eu sei, pode me causar uma morte cerebral ou até desligar parte do meu cérebro, mas eu preciso de experimentar... eu estou a enlouquecer assim.

Sweven [Nicholas Scratch]Where stories live. Discover now