A escuridão dominava tudo a sua volta.
As suas mãos e pés estavam presos a cadeira em que estava sentada que continham um poderoso encantamento que a mesma desconhecia, mas cada vez que tentava algo para se soltar, as cordas queimavam a sua pele.
Um homem bate-lhe com um pau na barriga fazendo-a cuspir sangue.
Outro homem andava dum lado para o outro a frente com a cabeça baixada.
Todas as caras das pessoas naquela cena estavam de alguma forma desfiguradas, impedindo a rapariga de reconhecer qualquer uma das pessoas.
- Margaret, o que eu vou fazer contigo?
Ela simplesmente sorri mostrando os seus dentes vermelhos de sangue levando outra vez com o pau como consequência, mas desta vez nas suas pernas.
As imagens estavam em fragmentos, sem segmento nenhum e mal conseguia perceber o que se passava.
- Amor é uma fraqueza e sabes como eu sei disso?
- Eu não tenho medo de ti.
O homem aproxima-se da cadeira a frente da rapariga e assim como os restantes, ela não conseguia ver a cara do rapaz a sua frente.
Apenas consegue ouvir um grito agoniante enquanto o homem murmurava em latim e outro batia com o pau nas pernas do rapaz assim como tinha batido a ela.
Grossas lágrimas caiam pela cara da rapariga.
- Para por favor, deixa-o em paz.
Uma gargalhada soou alto pela sala.
A cena parece avançar de novo e o homem tinha as mãos na cabeça do outro rapaz enquanto murmurava.
- Tu vais aprender minha querida, eu vou-te compor.
- Não por favor, não faças isto eu imploro-te.
A voz da rapariga soava desesperada em lágrimas enquanto tentava-se soltar a força toda das cordas que a prendiam nem se importando com a constante sensação de ardor na sua pele.
- Eu amo-te Maggie.
Com esta palavras a ecoar na minha cabeça eu despertei de imediato sentindo o meu corpo em chamas assim como o meu coração a bater forte no meu peito.
Que raio havia sido aquilo?
Não tive tempo para conseguir raciocinar ao ouvir uma risada. Levanto a cabeça vendo assim a Prudence a minha frente.
- Devias estar a ter um maravilhoso sonho.
- O que é que queres Prudence?
De repente sinto o meu corpo cair em terra e estou numa cela. Prudence não se encontrava mais sozinha estando agora na companhia da Dorcas e da Agatha.
- Onde raio me trouxeste?
- É hora da praxe, é uma tradição bruxa. Terás de aguentar o que as velhas bruxas de Greendale tiveram que aguentar. Treze delas chegaram a forca, mas muitas pereceram aqui mesmo.
- Este lugar seleccionava as mais fortes. - disse a Agatha-
Neste momento as três andavam em roda a minha volta e sinceramente começava a ficar mais aborrecida a cada palavra que diziam.
- Sem luz, nem água muito menos comida. Imersas na sujeira. A maioria enlouquecia e cortava as suas próprias gargantas. Ainda assombram este lugar. Elas vão te mostrar coisas horríveis durante a noite, talvez piores que o teu querido sonho que estavas a ter a pouco. Coisas que te vão levar a insanidade.
Okay chega desta treta.
Levantei o meu braço esmagando uma pequena pérola que soltava um vapor verde feito numa poção para paralisar alguém durante alguns minutos e tapei a minha boca com a outra mão.
Rapidamente passei entre elas e fechei a porta atrás de mim.
-Que tal isto para selecionar as mais fortes? Vocês devem se esquecer do facto que eu fui treinada desde bem pequena a defender-me de qualquer ataque surpresa ou talvez tenham se esquecido que eu sou uma Jackson. Mas claro que vocês se lembraram que me demonstraram claramente o quanto as notícias voam rápido na academia. Tenham uma prazerosa noite.
Continuei a andar ouvindo-as de longe a gritar por socorro batendo na porta ao mesmo tempo enquanto regressava ao dormitório.
Estas bruxas subestimavam-me.
Patéticas.
Voltei a deitar-me debaixo dos lençóis voltando assim a lembrar-me do pesadelo que havia tido. Tinha sentido tudo tão a flor da pele que era difícil de acreditar que tudo aquilo era apenas um fruto da minha imaginação.
Já a uns meses que tinha começado a ter sonhos deste género. Era sempre praticamente o mesmo. Nunca conseguia ver a cara de ninguém e sentia que faltavam partes, como se tivessem colado estas várias imagens a sorte na minha cabeça. Porém a última parte era nova. Aquela declaração de... amor por mim. Por um lado sentia-me patética porque amor era um sentimento que os bruxos não acreditavam porque o único amor que tínhamos era a nossa devoção pelo senhor das Trevas e amor era uma coisa de mortais. Porém por outro lado aquelas palavras haviam aquecido o meu coração e sentia que havia sido recíproco e bem lá no fundo eu desejava ter alguém que me amasse dessa maneira.
Mas uma questão sempre havia martelado na minha cabeça.
O que eram estes sonhos?
Um aviso? Uma premonição? Uma memória?
Não a última soava loucura era impossível ela já ter vivido aquilo, ela se lembraria.
Ou será que não?
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Desculpem pela demora a publicar capítulos, mas tem sido difícil ter tempo para escrever e depois sempre temos aqueles bloqueios chatos. Mas se tiverem a gostar comentem, adorava saber as vossas opiniões.
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Sweven [Nicholas Scratch]
General FictionMargaret Jackson é enviada para a Academia das Artes Ocultas depois de mais uma vez desobedecer ao seu pai. Só não esperava conhecer o bruxo Nicholas Scratch e descobrir nele o significado das visões que a atormentavam a sua vida. Quando dois bruxos...