☾ 2

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A escuridão dominava tudo a sua volta.

As suas mãos e pés estavam presos a cadeira em que estava sentada que continham um poderoso encantamento que a mesma desconhecia, mas cada vez que tentava algo para se soltar, as cordas queimavam a sua pele.

Um homem bate-lhe com um pau na barriga fazendo-a cuspir sangue.

Outro homem andava dum lado para o outro a frente com a cabeça baixada.

Todas as caras das pessoas naquela cena estavam de alguma forma desfiguradas, impedindo a rapariga de reconhecer qualquer uma das pessoas.

- Margaret, o que eu vou fazer contigo?

Ela simplesmente sorri mostrando os seus dentes vermelhos de sangue levando outra vez com o pau como consequência, mas desta vez nas suas pernas.

As imagens estavam em fragmentos, sem segmento nenhum e mal conseguia perceber o que se passava.

- Amor é uma fraqueza e sabes como eu sei disso?

- Eu não tenho medo de ti.

O homem aproxima-se da cadeira a frente da rapariga e assim como os restantes, ela não conseguia ver a cara do rapaz a sua frente.

Apenas consegue ouvir um grito agoniante enquanto o homem murmurava em latim e outro batia com o pau nas pernas do rapaz assim como tinha batido a ela.

Grossas lágrimas caiam pela cara da rapariga.

- Para por favor, deixa-o em paz.

Uma gargalhada soou alto pela sala.

A cena parece avançar de novo e o homem tinha as mãos na cabeça do outro rapaz enquanto murmurava.

- Tu vais aprender minha querida, eu vou-te compor.

- Não por favor, não faças isto eu imploro-te.

A voz da rapariga soava desesperada em lágrimas enquanto tentava-se soltar a força toda das cordas que a prendiam nem se importando com a constante sensação de ardor na sua pele.

- Eu amo-te Maggie.

Com esta palavras a ecoar na minha cabeça eu despertei de imediato sentindo o meu corpo em chamas assim como o meu coração a bater forte no meu peito.

Que raio havia sido aquilo?

Não tive tempo para conseguir raciocinar ao ouvir uma risada. Levanto a cabeça vendo assim a Prudence a minha frente.

- Devias estar a ter um maravilhoso sonho.

- O que é que queres Prudence?

De repente sinto o meu corpo cair em terra e estou numa cela. Prudence não se encontrava mais sozinha estando agora na companhia da Dorcas e da Agatha.

- Onde raio me trouxeste?

- É hora da praxe, é uma tradição bruxa. Terás de aguentar o que as velhas bruxas de Greendale tiveram que aguentar. Treze delas chegaram a forca, mas muitas pereceram aqui mesmo.

- Este lugar seleccionava as mais fortes. - disse a Agatha-

Neste momento as três andavam em roda a minha volta e sinceramente começava a ficar mais aborrecida a cada palavra que diziam.

- Sem luz, nem água muito menos comida. Imersas na sujeira. A maioria enlouquecia e cortava as suas próprias gargantas. Ainda assombram este lugar. Elas vão te mostrar coisas horríveis durante a noite, talvez piores que o teu querido sonho que estavas a ter a pouco. Coisas que te vão levar a insanidade.

Okay chega desta treta.

Levantei o meu braço esmagando uma pequena pérola que soltava um vapor verde feito numa poção para paralisar alguém durante alguns minutos e tapei a minha boca com a outra mão.

Rapidamente passei entre elas e fechei a porta atrás de mim.

-Que tal isto para selecionar as mais fortes? Vocês devem se esquecer do facto que eu fui treinada desde bem pequena a defender-me de qualquer ataque surpresa ou talvez tenham se esquecido que eu sou uma Jackson. Mas claro que vocês se lembraram que me demonstraram claramente o quanto as notícias voam rápido na academia. Tenham uma prazerosa noite.

Continuei a andar ouvindo-as de longe a gritar por socorro batendo na porta ao mesmo tempo enquanto regressava ao dormitório.

Estas bruxas subestimavam-me.

Patéticas.

Voltei a deitar-me debaixo dos lençóis voltando assim a lembrar-me do pesadelo que havia tido. Tinha sentido tudo tão a flor da pele que era difícil de acreditar que tudo aquilo era apenas um fruto da minha imaginação.

Já a uns meses que tinha começado a ter sonhos deste género. Era sempre praticamente o mesmo. Nunca conseguia ver a cara de ninguém e sentia que faltavam partes, como se tivessem colado estas várias imagens a sorte na minha cabeça. Porém a última parte era nova.  Aquela declaração de... amor por mim. Por um lado sentia-me patética porque amor era um sentimento que os bruxos não acreditavam porque o único amor que tínhamos era a nossa devoção pelo senhor das Trevas e amor era uma coisa de mortais. Porém por outro lado aquelas palavras haviam aquecido o meu coração e sentia que havia sido recíproco e bem lá no fundo eu desejava ter alguém que me amasse dessa maneira. 

Mas uma questão sempre havia martelado na minha cabeça.

O que eram estes sonhos?

Um aviso? Uma premonição? Uma memória?

Não a última soava loucura era impossível ela já ter vivido aquilo, ela se lembraria.

Ou será que não?

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Desculpem pela demora a publicar capítulos, mas tem sido difícil ter tempo para escrever  e depois sempre temos aqueles bloqueios chatos. Mas se tiverem a gostar comentem, adorava saber as vossas opiniões. 

Sweven [Nicholas Scratch]Where stories live. Discover now