Capítulo 69 - Mãe e filha

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Oi pessoal, agradeçam à minha professora que por ser a primeira semana não deu aula então eu tive tempo de terminar esse capitulo para postar.

Estava a dias com um bloqueio criativo nele, mas acabei escrevendo porque não tinha nada para fazer.

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Após uma cansativa tarde de trabalho, Mary foi para seu quarto, querendo descansar um pouco antes do jantar. Ela havia passado a manhã toda reunida com James, Leith e Francis para acertar detalhes de seu plano de conseguir o tesouro espanhol.

Para todos os outros, aquilo não passava de uma reunião de assuntos militares já que Mary havia promovido os irmãos Bayard. Leith agora ocupava o cargo de chefe da guarda real que pertencera a Francis que agora era o conselheiro de Mary para assuntos militares.

No começo ele havia ficado um pouco incomodado com o novo posto, pois pretendia voltar para seu antigo, como guarda da rainha, ou no máximo chefe da guarda real, que era seu cargo antes de ir embora. Porém, Mary o havia surpreendido com a oferta e não aceitou um não como resposta. Depois de seu primeiro dia de trabalho, ele admitia que aquele era o trabalho perfeito. Ele gostava da ação e das batalhas e de planejar essas coisas, sentindo falta disso em seu período como chefe da guarda real, cujas principais atribuições eram montar escalas e fiscalizar os outros guardas. Já esse novo cargo era mais agitado, principalmente porque ele estava cuidando de tudo para que, quando chegasse a hora, Mary pudesse atacar Leeza. Além disso, essa função lhe permitia passar muito tempo ao lado da rainha.

Na parte da tarde, Mary ficou presa em uma reunião com alguns nobres e o pai de Lola. Já fazia uma semana desde a fuga da dama e depois dessa reunião, o pai dela havia concordado em ir embora, se Mary pudesse "esquecer o assunto", pois não queria o nome de sua família manchado pela suposta traição da filha. A rainha sentia-se mal por enganá-lo, mas era necessário. Ela pensaria em uma maneira de recompensá-lo depois.

Quando abriu a porta de seu quarto, deu de cara com sua mãe mexendo em sua mesa. Catherine deu um pulo quando viu a filha, tentando esconder algo nas costas.

- O que você faz aqui? - perguntou Mary, brava.

- Eu queria falar com você - disse Catherine, recompondo-se.

- Sobre o que? - indagou Mary, desconfiada.

- Não gosto desse clima entre nós.

Desde a volta de Francis, Mary e Catherine vinham discutindo quase que diariamente. A rainha-mãe não conseguia se conformar com a decisão de Francis de ficar e muito menos com a loucura de sua filha de ter ido atrás dele no meio da madrugada. Isso tinha gerado alguns rumores pelo castelo. Devido a esse fato, Catherine tinha até mesmo falado com Francis, o que gerou uma briga ainda maior com sua filha.

- Me poupe disso, mãe - pediu Mary - fale logo o que você quer.

- Por quê você não pode acreditar que eu queira somente conversar com minha filha para acertar as coisas - Catherine sentiu-se ofendida.

Mary a encarou com um olhar duro, esperando que ela começasse a falar logo.

- Eu vim mesmo para conversar com você, mas você estava demorando e eu acabei encontrando isso.

Catherine tirou as mãos de trás do corpo, revelando um envelope em suas mãos.

- Você mexeu nas minhas coisas? - a voz de Mary se elevou.

Apressada, ela andou, tirando o envelope das mãos da mãe. Era inútil, ela sabia, e isso só fez com que ela se sentisse ainda mais irada. Sua mãe não tinha o direito de mexer em suas correspondências. Ela tinha costume de enviar cartas à Elizabeth, pedindo conselhos à rainha inglesa.

- Você não tem o direito de invadir minha privacidade desse jeito - brigou.

- Eu estou preocupada com você - disse Catherine.

- Isso não justifica nada - Mary a fuzilou com o olhar.

Catherine suspirou, levando as mãos às têmporas. Ela parecia cansada.

- Você precisa se preservar Mary - disse ela, mantendo o tom ameno - os boatos já estão correndo pelo castelo.

- Eu não ligo.

- Mas deveria. Boatos podem te tirar do trono.

- Ninguém vai tirar o que é meu por direito - disse Mary, entredentes.

A rainha-mãe respirou fundo, sabendo que discutir não seria útil. Por mais que ela quisesse proteger a filha e colocar juízo em sua cabeça, não podia obrigá-la a nada.

- Você pretende mesmo insistir nessa loucura? - perguntou Catherine, indignada - vai colocar seu reino em perigo por um simples soldado.

- Esse simples soldado tem nome - rebateu Mary - e Francis não é qualquer soldado, você sabe muito bem disso.

- Esse não é o ponto.

- Então qual é?

Mary arqueou uma das sobrancelhas, desafiadoramente. Catherine se sentou na cama, assumindo uma postura calma e um tanto maternal, indicando que Mary fizesse o mesmo.

- Eu sei que você está apaixonada - começou ela - e eu sei que é muito injusto você não poder viver esse amor. Infelizmente, essas coisas não são para a realeza.

- Você e meu pai se amavam.

- Sim - concordou Catherine, sorrindo - mas não quando nos casamos.

Essa era uma informação que Mary nunca havia ouvido e isso a pegou de surpresa. Catherine deu um sorriso para a filha.

- Nós éramos jovens. Seu pai era um futuro rei a procura de uma esposa e eu era uma jovem e ric viúva. Minha família negociou nosso casamento e a quantia paga por eles compensava o fato de eu ser viúva e ter um filho.

Mary estava supresa, pois sempre achou que seu pai havia se apaixonado por sua mãe e por isso eles haviam se casado.

- Eu sei - Catherine pareceu adivinhar os pensamentos da filha - na verdade, era eu quem não queria me casar. Eu havia acabado de perder meu marido e minha família já havia conseguido um novo casamento para mim. Seu pai foi paciente nós acabamos nos amando com o tempo.

Elas ficaram em silêncio por um tempo, enquanto pensavam no que dizer.

- Você poderia ter tido isso com Darnley - disse Catherine.

O comentário fez a irritação de Mary voltar, ela se levantou novamente.

- Você não vai me convencer, mãe - ralhou ela - eu já decidi o que eu quero e estou pronta para enfrentar os nobres. Também apoiarei Claude se ela quiser ficar com Leith.

- Você ainda vai se arrepender das suas escolhas - disse Catherine, levantando-se - depois não diga que não lhe avisei.

Mary encarou a mãe por um instante, antes de ajeitar sua postura.

- Se você fizer algo, eu nunca te perdoarei - avisou.

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O que acharam galera? Eu realmente não tive muitas ideias nesse capítulo, mas tentarei compensar nos próximos.

My Reign [Concluída]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant