Capítulo 51 - O melhor para Mary

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Demorei um pouco, mas eu voltei com um capítulo novo. Esse deu trabalho para sair, as ideias não batiam, além da falta de tempo né?!!

Mas o importante é que saiu e espero que vocês gostem.

Não se esqueçam de comentar bastante e dar seu voto.

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- Você demorou - disse Catherine, quando Francis passou pela porta.

- Majestade! - exclamou ele, assustado.

Francis olhou para a rainha-mãe tentando entender o que ela estava fazendo em seu quarto. Catherine estava confortavelmente sentada em uma cadeira.

- Com todo respeito, majestade - disse ele, cauteloso - o que faz em meu quarto?

- Nós precisamos ter uma conversa - disse ela, calma.

Ela indicou que ele sentasse em outra cadeira, demonstrando que não falaria sem que ele se acomodasse.

- Eu vou direto ao ponto - começou ela - eu sei o que você sente por minha filha.

- Eu não sei do que a senhora está falando - Francis tentou negar.

Catherine o encarou, soltando um riso curto.

- Não tente negar - pediu ela - eu também sei sobre seu irmão Leith e minha outra filha Claude, mas com eles eu não me preocupo tanto. Sei que Claude se cansa fácil e logo ela esquecerá dele. Já Mary, eu percebi que ela sente algo por você também e isso é perigoso.

Francis não sabia o que dizer. Ele não esperava que alguém descobrisse o que Mary e ele sentiam. Ambos nunca demonstraram nada na frente dos outros.

- Eu achava que Bash era o motivo de Mary querer a anulação - explicou Catherine - mas quando ele voltou, estava envolvido com Kenna. Então eu fiquei pensando o que mais faria Mary insistir tanto nessa ideia de anular seu casamento com Lord Darnley, não era só uma simples vontade, tinha que ter algo por trás disso.

Parecia que Catherine havia adivinhado o que Francis pensava quando começou a explicar como descobriu sobre os sentimentos dos dois.

- Sua atitude diante do que Lord Darnley fez só confirmou minhas suspeitas - afirmou ela.

Francis não teve nenhuma reação.

- Você precisa se afastar de Mary - pediu Catherine - ela é uma rainha e você é um soldado, nada pode acontecer entre vocês. E mesmo que pudesse, o que Mary está sentindo irá passar. Ela não está apaixonada por você de verdade, e eu sinto muito por isso, mas ela só está confundindo a gratidão que ela tem por você ter salvo sua vida com paixão.

Ouvir isso, para Francis, foi como se a rainha-mãe tivesse lhe jogado um balde de água fria. Seu sentimento por Mary era real e, ainda que soubesse que eles não podiam ficar juntos e que Mary não deveria sentir o mesmo, saber que ela sentia era algo dolorosamente confortante. Porém as palavras de Catherine faziam todo o sentido e provocaram uma ferida em seu coração.

Na verdade, a ferida sempre existiu, ela foi criada a partir do momento em que seu sentimento por Mary começou. Quando ele soube que era recíproco a ferida pareceu não doer tanto, pelo menos por um tempo, mas ela voltou a sangrar quando eles voltaram para suas vidas na corte. Ele sabia que devia encontrar uma maneira de fazer com que esse sentimento fosse embora, mas saber que Mary sentia o mesmo era como um bálsamo para sua ferida. Porém agora, depois das palavras da rainha-mãe, sua ferida sangrava e doía livremente.

- Você é um bom rapaz - disse Catherine, com um tom solidário - e seria um bom marido para minha filha, se ela não fosse a rainha da Escócia e da França. Precisamos ser realistas, reis e rainhas se casam para forjar alianças e é isso que Mary terá que fazer, se ela quiser recuperar seu país.

Apesar de saber de todas as verdades que Catherine lhe falava, ouvi-las machucava.

- Por isso eu te peço - Catherine se levantou, ajeitando seu vestido - afaste-se de Mary, para o seu bem, mas para o dela principalmente.

Francis não respondeu. Ele encarava o chão, tentando não demonstrar o quanto estava sofrendo naquele momento.

- Tenho certeza que você fará a coisa certa - expressou Catherine - assim como eu farei o que é melhor para minha filha.

~~*~~

Já era tarde da noite quando Catherine adentrou a enfermaria de forma sorrateira. Ela sabia que naquele horário não haveria ninguém ali e isso lhe daria total privacidade para fazer o que precisava ser feito.

Andou em direção à segunda sala, onde ficava a ala nobre e encontrou somente um paciente. Ele estava de costas para a porta e coberto por uma manta cinza. A sala estava mal iluminada, com apenas uma vela acesa na parede oposta.

Catherine se aproximou da cama, retirando um frasco pequeno de dentro do cinto que prendia seu vestido.

- Isso é mais do que você merece - ela pensou alto.

O frasco continha uma mistura que ela havia preparado durante a tarde. Era um veneno novo que ela havia aprendido, que matava de forma rápida e sem deixar rastros. A parte da morte rápida não lhe agradava muito, pois ela queria que Lord Darnley sofresse pelo que havia tentado fazer com Mary, mas, no fim, sabia que era melhor ele ter uma morte rápida, assim não teriam tempo de salvá-lo. Ela queria ter o gostinho de vê-lo sofrer bastante, mas tinha que ser rápida, então teria que se contentar com a agonia momentânea dele.

Ela se aproximou mais, tocando o ombro do homem a sua frente. Quando ela o puxou, forçando-o a se virar, levou um susto, deixando o fraco cair no chão.

- Francis! - exclamou ela brava.

- Desculpe-me majestade, mas eu não podia deixá-la fazer isso - disse ele, levantando-se.

- Como você ousa? - praguejou ela - seu abusado. Onde ele está?

- Em um lugar seguro, Catherine - disse uma voz atrás dela.

A rainha-mãe mãe se virou, encontrando Nostradamus parado na porta, com uma expressão reprovadora.

- Então você também está metido nisso? - indagou ela - como foi que vocês descobriram? - ela emendou a segunda pergunta, sem deixar que eles respondessem a primeira.

- Eu demorei um tempo para entender o que vossa majestade quis dizer com "farei o melhor para minha filha" - explicou Francis.

Ele estava se referindo à ultima frase dita por Catherine em sua conversa mais cedo. Aquilo ficou em sua mente até virar uma hipótese que o fez procurar Nostradamus. Os dois decidiram juntos que seria melhor prevenir e tirar Lord Darnley da enfermaria sem que ninguém soubesse.

- No fim o rapaz estava certo - disse Nostradamus.

Catherine o encarou, com uma expressão indecifrável.

- Eu fiz o que a senhora me pediu - disse Francis - fiz o melhor para Mary, respeitando sua decisão sobre Lord Darnley.

- Você pensou no que Lord Narcisse poderia fazer contra a rainha Mary depois da morte de seu filho? - questionou Nostradamus, tentando trazer Catherine para seu juízo.

- Está na cara que Mary tem algo para usar contra Lord Narcisse, algo que ela não quer me contar o que - respondeu Catherine - além disso, ele tem mais dois filhos, não faria nada para colocá-los em risco.

- Ele conhece o coração justo de Mary - Nostradamus rebateu - ele sabe que ela não condenaria dois inocentes, por isso ele investiria todas as suas forças para atacá-la.

- E então ele seria um homem morto - declarou ela - por minhas próprias mãos ou pelas mãos da própria rainha. Não seria muito difícil acusá-lo de traição para poder se livrar dele, eu, com certeza, ajudaria a forjar as provas.

- Já passou pela sua cabeça que talvez Mary queira ser um tipo diferente de rainha? - disse Francis, bravo.

Mas se arrependeu imediatamente de ter dito.

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Não foi dessa vez Catherine.

O que vocês acharam? Foi bom o que o Francis fez ou ele devia ter deixado ela concretizar o plano?

My Reign [Concluída]Where stories live. Discover now