Capítulo 36 - Recaída

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Voltei rapidinho com mais um capítulo. Eu até tento guardar o capítulo por uns dias e soltá-lo um tempo depois, pra ver se consigo criar uma folga de capitulos prontos. Mas eu não me aguento, acabo de escrever e já quero compartilhar com vocês.
Por isso os capítulos não tem dias certos para sair e as vezes demoram.

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- Como ele está? - perguntou Catherine, entrando nos aposentos do rei.

Nostradamus estava sentado ao lado do rei. Henry dormia e havia uma toalha úmida em sua testa para abaixar a febre.

- Dei um remédio para ele dormir, a febre deve começar a baixar em breve - respondeu o médico - descobriu algo com os provadores?

Desde que o rei voltara a adoecer a dois dias, Catherine e Nostradamus mantiveram os sete provadores de Henry presos para ter certeza de que ele não havia sido envenenado. A segunda opção, percebida por Nostradamus depois de pensar bastante, era que o vinho trazido por Louis pudesse estar envenenado. Catherine consentiu em analisar o vinho, mas sabia que aquilo não daria em nada. Louis Condé era um nobre leal, não trairia Henry dessa maneira e, mesmo assim, Louis também havia tomado do vinho, se houvesse algo nele, Louis também estaria doente. O que não era o caso e a análise também não indicou nada.

- Acho que temos que aceitar o fato de Henry estar doente de verdade - disse Catherine, olhando para o marido - a ferida demorou para cicatrizar, pode ser que alguma doença já tenha se instalado.

- Provavelmente - concordou Nostradamus.

Catherine massageou as têmporas, afastando-se em direção à janela. Sua cabeça começava a doer só em pensar que teria que expor o assunto aos nobres do Conselho Real. Porém era necessário. Só eles poderiam ajudá-la a manter o país estável caso algo acontecesse com o rei sem que Mary tivesse retornado ou que Claude estivesse pronta para assumir o trono.

- Alguma notícia da princesa Mary? - indagou o médico, mudando de assunto.

- Luc está checando cada fonte de informações, mas até agora nenhuma delas levou-o à minha filha.

- Tudo ficará bem, minha rainha - disse Nostradamus,  mantendo um tom leve.

- Espero que sim - Catherine suspirou - para o bem de todos nós. Henry precisa melhorar e Mary precisa aparecer para que nós possamos esquecer a ideia louca de tornar Claude uma rainha.

- A princesa tem progredido - disse Nostradamus, tentando soar otimista.

Ele estava junto com Catherine na missão quase impossível de treinar a princesa Claude.

- Você sabe tão bem quanto eu que Claude não serve para a função - lamentou Catherine - ela é muito movida pelo momento, impulsiva e emotiva, não sabe agir diplomaticamente. Nossa esperança será casá-la com alguém que possa fazer isso por ela, o que torna a tarefa ainda mais difícil.

- E a segunda opção - disse Nostradamus - já comentou com o rei sobre isso?

Os dois haviam pensado em uma solução para todo o conflito, mas ela não seria nada fácil. James era muito bem preparado para assumir o trono, mas não tinha direito a fazê-lo por não ser filho de Henry. Catherine já havia sugerido ao rei, assumi-lo como filho, mas isso era extremamente complicado e perigoso. Para que isso acontecesse, Catherine e Henry teriam que afirmar que eram amantes enquanto ela ainda era casada com seu primeiro marido. Com um escândalo desses, a reivindicação de James podia não ser aceita.

- Não vamos pensar nisso por enquanto - Catherine disse - você precisa focar na saúde do nosso rei e eu cuidarei do Conselho Real. Além disso, preciso me preparar, um mensageiro avisou que Lord Aloysius Castleroy chegará ao castelo em breve acompanhado da filha  e do genro, preciso me preparar para recebê-los.

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Era chegada a hora da princesa partir para a Escócia. A rainha inglesa já havia preparado tudo e havia solicitado a presença de Mary, Francis e Lord Castleroy em seu escritório para se despedir. O embaixador Blackburn também estava lá.

- Não tenho como agradecer o que vossa majestade fez por mim - disse Mary

- Não foi nada.

Elizabeth pousou as mãos juntas em seu abdômen.

- Espero que entenda minha posição de não declarar meu apoio publicamente - falou.

- É claro - Mary assentiu, sorrindo.

- Mas tentarei encontrar uma forma de apoiá-la quando for necessário - disse Elizabeth - alguém precisa parar Leeza e, com certeza, esse alguém é você.

Mary deu um leve aceno com a cabeça, não querendo mais falar sobre esse assunto. Ela tinha algo a falar, mas queria dizer apenas à Elizabeth, por isso pediu que os outros as deixassem.

- Elizabeth - Mary se aproximou dela - eu realmente te agradeço por tudo - ela pegou as mãos da rainha - mas eu espero que a próxima vez que nós nos encontremos seja no seu casamento com Lord Blackburn.

- Não é nada fácil - Elizabeth suspirou - você sabe.

- Sim - Mary concordou - mas você é uma rainha forte, tem o apoio do Conselho Real, ou melhor ainda, você o controla, ninguém ousa te desafiar. Lord Blackburn é um homem rico, influente e será um bom rei. Não deixe ninguém atrapalhe a felicidade de vocês.

- Eu sempre ouvi que felicidade e amor são coisas que ficam em segundo plano para pessoas como nós - Elizabeth andou até a janela, esquivando-se de Mary.

- Eu também sempre ouvi isso e creio que seja verdade em muitos casos - Mary deu um sorriso triste - mas não precisa ser o seu. Se você tem a chance de ser feliz ao lado de quem você ama, não jogue isso fora.

Faça isso por mim, porque pelo menos uma de nós duas poderá viver o amor.

Era isso que os olhos de Mary diziam. Elizabeth a abraçou, sentindo seus olhos ficarem mareados. Ela sabia exatamente o que Mary estava sofrendo e sabia que ela tinha razão, ela devia lutar para estar com Gideon. Mesmo assim, não deixava de se sentir culpada por ter uma chance que Mary nunca teria.

Pouco tempo depois, a carruagem de Mary, Francis e Castleroy deixava a corte inglesa rumo à Escócia. Francis e Mary haviam feito as pazes, ele havia pedido desculpas por seu comportamento, mas ambos evitaram falar sobre seu sentimento, sabendo que isso só aumentaria a dor que sentiam.

Mary não conseguia parar de pensar que retornaria para sua antiga vida. Não que não quisesse isso, ela queria. Queria retomar seu país e queria livrar a França das mãos da Espanha, mas havia uma parte dela que sentiria falta desse tempo na estrada. Sentiria falta de poder ser verdadeira com alguém, sentiria falta de ter alguém que se preocupasse com ela de verdade e não somente por ser uma princesa.

Ela também não deixava de pensar que teria que voltar para seu casamento com Lord Darnley. Isso era o que ela menos queria, pois nunca seria capaz de amá-lo, talvez até fosse, antes de tudo. Talvez antes do ataque ela pudesse dizer que se esforçaria para pelo menos gostar dele. Mas agora isso era uma tarefa impossível, seu coração estava já estava ocupado.

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Pobre Mary. Pobre Francis.

Não enrolei muito porque quero que a Mary chegue logo na Escócia, muitas tretas a esperam por lá e você não pode perder.

Por isso, acomodem-se na carruagem, mas não deixem as vestes se amassarem muito, porque no proximo capítulo chegaremos - finalmente - na Escócia.

Que tretas você acha que acontecerão por lá?

E antes de terminar, não esqueça de deixar sua estrelinha para o capítulo (faça essa autora feliz ☺)

My Reign [Concluída]Where stories live. Discover now