Capítulo 22 - Sotaque inimigo

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Cheguei com um capitulo novinho só pra vocês.

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Mais uma semana de viagem havia se passado, Mary já estava perdida no tempo, por suas contas ela podia dizer que já estava viajando com Francis a quase dois meses. E isso era somente uma parte da viagem, eles ainda tinham mais duas vilas para passar até chegar à cidade do porto, Calais, depois enfrentariam uma viagem de navio que duraria no mínimo mais duas semanas e quando chegasse à Escócia ainda teria que conseguir chegar a Edimburgo.

Ir para Calais era a melhor escolha, pois era uma região recém pacificada da França, em que os espanhóis não conseguiriam dominar tão cedo. Mary e Francis haviam escutado notícias de que a rainha Leeza havia ocupado o castelo e dominado duas cidades próximas a ele. A princesa francesa sabia que os planos de sua prima eram tomar toda a França e, embora isso fosse demorar bastante para acontecer, só fazia Mary sentir cada vez mais a urgência de chegar na Escócia logo.

Não havia muitas notícias da Família Real, a ultima coisa que Mary ficou sabendo era que eles haviam desembarcado na Escócia. Ela tentava não pensar no fato de que havia sido deixada para trás pelo resto da família, sempre que esses pensamentos lhe ocorriam ela os espantava, dizendo para si mesma que havia uma explicação.

Já era quase noite quando Francis e Mary chegaram à penúltima vila. Encontraram uma taberna para se hospedar, mas, novamente, só havia um quarto disponível.

- Tudo bem - disse Mary quando foi avisada por Francis - estamos casados de novo.

Os dois deixaram suas coisas no quarto e aproveitaram para contar quanto ainda tinham. Não era muito, mas conseguiriam chegar à próxima vila. Lá não teriam que gastar com hospedagem, pois era aonde a mãe de Francis morava. Quando chegassem lá teriam que se preocupar em conseguir o dinheiro para as passagens para a Escócia, Mary ainda tinha um anel e um brinco que eles poderiam vender.

Ela resolveu descansar um pouco antes do jantar e Francis a deixou a vontade, descendo para o salão da taberna.

Pouco antes do jantar, Mary desceu. Ela percebeu que a taberna estava mais cheia do que antes e havia alguns homens vestidos com roupas mais nobres, provavelmente senhores de terra da região.

Francis não estava em lugar nenhum e Mary decidiu sentar-se em uma das mesas para esperá-lo. Não demorou muito para que ela o visse, com um avental amarrado na cintura e dois copos, levando-os para a mesa dos senhores de terra.

- O que você está fazendo? - indagou ela, quando ele se aproximou.

- A garçonete da taberna está doente e eles precisavam de uma ajuda - disse ele - eu me ofereci e em troca vamos ganhar nossa hospedagem de graça - ele piscou para ela - assim podemos economizar um pouco mais para as passagens.

Mary sorriu, tendo uma ideia.

- Acha que eles pagariam se eu me oferecer para ajudar também?

- E por quê você faria isso?

Mary não achava certo que só Francis trabalhasse para conseguir dinheiro para eles. Mesmo sendo ela que conseguia a maior quantidade de moedas vendendo suas jóias, era Francis que vinha fazendo todo o trabalho duro desde que saíram do castelo.

- Você não precisa se preocupar - disse ele, quando ela falou sobre como se sentia.

- Eu preciso fazer alguma coisa para me sentir útil Francis - ela falou, levantando-se.

Ela foi até ele, dando a volta em seu corpo para soltar, agilmente, o avental que ele estava usando. Em seguida, ela o colocou, amarrando-o em sua cintura enquanto.

- Além do mais - ela sorriu de um jeito travesso - eu ganharei muito mais gorjetas que você.

Os dois continuaram a trabalhar por um bom tempo, para a felicidade do dono da taberna, pois o movimento era intenso. Os pés de Mary já doíam por conta do esforço de andar de um lado para o outro sem pausa, assim como suas costas. Ela não estava acostumada com nada disso, mas estava valendo a pena pelas gorjetas que estava ganhando.

Já era tarde quando o movimento diminuiu e os clientes começaram a ir embora. Os dois ainda limparam as mesas e o chão antes de ir até o balcão onde o dono da taberna estava conversando com um dos senhores de terra.

- Partiremos amanhã para a Espanha - disse o senhor de terra.

Mary reconheceu seu sotaque espanhol imediatamente. Seu corpo enrijeceu e ela ficou alerta, assim como Francis.

O senhor de terras pagou o dono da taberna e se despediu, virando-se para Francis e Mary antes de sair.

- Você é nova aqui não é? - ele se dirigiu à Mary - eu me lembraria de ter sido servido por alguém tão bela.

- Eu não sou garçonete - disse Mary - meu marido e eu nos oferecemos para ajudar quando soubemos que a garçonete estava doente.

- Em troca de algumas moedas eu espero - disse o espanhol.

- É claro - Mary respondeu - estamos indo em direção à Paris, para servir à uma família nobre, mas precisamos de dinheiro para isso.

Paris ficava para o lado oposto do destino final deles, Mary achou melhor inventar um local do que dar informações verdadeiras. Apesar de saber que era praticamente impossível de ser reconhecida, era melhor prevenir.

- Você é espanhol? - indagou Francis, desconfiado.

- Sou - disse o homem - mas não precisa se preocupar, nós espanhóis não somos bárbaros, apesar do que pensam todos por conta do ataque ao castelo, coisa que, aliás, eu lamento muito.

Mary e Francis acenaram com a cabeça.

- E me deixou muito feliz saber que a princesa Mary foi encontrada e está bem - disse ele.

- Ela foi? - Mary ficou surpresa.

Não havia escutado nenhuma notícia sobre isso, mesmo sabendo que era realmente possível que seus pais tivessem optados por dizer que ela estava bem e com eles, para evitar confusões e boatos desnecessários.

- Foi - o espanhol afirmou - fiquei sabendo disso hoje - ele deu um sorrio misterioso.

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Estava demorando para eles encontrarem algum espanhol no caminho né?

Não se esqueça de deixar seu comentário e seu voto no capítulo, porque logo logo eu volto com a continuação.

My Reign [Concluída]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora