Cap. 44 - Planeta Murdock

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CATLÉYA NARRANDO...

Após meu súbito apagão, já em outro local, sinto que estou deitada em algo macio. Mas não consigo me mexer, nem gritar ou abrir os olhos.

Ouço um zumbido estranho seguido de xingamentos e gritos ao longe, que se aproximavam. Tudo muito vago.

- Seus incompetentes. Por qual motivo ela está amarrada? - Uma voz grave brada a alguém.

- Senhor, foram apenas por precaução. Ela é esperta e de todas as formas consegue nos enganar e causar alguma confusão.

- Não interessa. Ela pode matar metade de vocês que eu não me importo, só quero o bem estar dela. - Aquela voz familiar vocifera enquanto sinto dedos tocando meu rosto. - Livrem-na destas amarras e dos sedativos e a levem para o quarto dela.

- Sim senhor.

...

Após eu conseguir acordar de vez, ainda meio sonolenta, observo onde estou. Um quarto branco.

- Que beleza, presa novamente. - Falo enquanto me levanto e sigo até a porta. - Trancada. Que novidade.

Noto que uma pequena câmera me observava do canto do grande cômodo.

- Pervertidos. - Grito pra câmera que possui um sensor de movimentos.

Em outro canto vejo uma mesa grande, com variadas comidas. Frutas, carnes, ensopados, doces e água. Não sei se devo comer ou não, mas minha barriga ronca de fome. Tenho que comer, meu bebê precisa de uma mãe forte e saudável. Então resolvo comer de tudo um pouco.

Após estar satisfeita, abro um armário grande, branco com dourado, ao lado da cabeceira da cama. Está cheio de roupas, vestidos e sapatos pra mim, e algumas roupinhas e sapatinhos de bebês.

- Nem morta vou ficar aqui. Vocês ouviram? - Digo apontando o dedo pra câmera que pisca uma luz vermelha.

Eu tenho que sair daqui.

Abro as cortinas, e olho pela janela. Do lado de fora vejo um ambiente arenoso cheio de pedras até aonde a vista alcança. Um lugar meio anêmico, acinzentado, como se o sol não batesse nesta região a muito tempo. E as plantas daqui parecem corais enormes e retorcidos, é como se eu me encontrasse no fundo do mar, porém está totalmente seco.

Vejo uma outra porta que é o banheiro. Resolvo me trancar lá dentro pra tomar um banho, pois estou imunda.

...

Após um banho demorado, visto um vestido branco com florzinhas roxas, bastante confortável que encontrei dentro do guarda-roupa. E quando abro a porta, vejo parado ao lado da cama, um ser de costas, com um enorme par de asas douradas.

- Quem é você? - Digo aflita pelo enorme susto.

- Katy? - Ouço uma voz familiar, o ser se vira e fico paralisada quando vejo quem ele é.

- Ga-Gabriel? - Gaguejo com os olhos arregalados. - Ah, meu Deus. Ah, meu Deus.

Corro ao seu encontro, já lhe abraçando. Não acredito que reencontrei meu irmão.

- É você mesmo? - Digo segurando seu rosto e passando a mão em seu cabelo loiro, não crendo que seja real. - C-como? Por quê? O q-quê aconteceu? - Questiono deslizando as mãos nas asas douradas acopladas em suas costas.

- Calma, minha irmã. Vou sanar todas as suas dúvidas. - Ele diz com serenidade, enquanto eu estou surtando.

- Primeiramente... Como você cresceu tanto e outra, onde você arrumou essas asas de anjo? Será que eu morri ou você que tá morto e virou um anjo? - Ele sorri com minhas perguntas, e me pede pra sentar.

Mil Estrelas por Você Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt