"Não importa onde eu esteja, o importante é eu estar com você."
Reed
***
CATLÉYA NARRANDO...
Conversando com o ETsão sobre o progresso em fazer contato com o planeta do Reed, noto que ainda estava de toalha, poderia estar semelhante à um vestido, mas ainda era uma toalha. Me retiro, e um pouco mais disposta, caminho até o quarto de Anny, onde minhas coisas estavam. Visto uma roupa confortável, e vou até a área dar boa noite pro meu bebê.
- Reed? - Me sento junto à ele, que já se preparava pra ir dormir.
- Oi mãe. Já está melhor? - Ele pergunta passando levemente a ponta dos dedos em meu cabelo, tomando cuidado para que suas garras não me machuquem.
- Estou sim, meu querido. - Digo acariciando seu rosto que agora estava à poucos centímetros do meu.
- Fico muito feliz. - Ele sorri, mas logo dá um suspiro e se deita no cantinho onde passaria a noite. - Sabe mãe Cat, às vezes eu imagino que meus pais de verdade não me querem mais. Estou perdido já faz um tempo e até agora ninguém veio me procurar. Ninguém, mãe.
Eu via em seus olhos que ele sentia falta de seu planeta natal, ainda mais agora que está crescido e confuso. Ele não estava se adaptando por aqui. O lugar ficando cada dia menor, a comida inapropriada pra ele, e além de tudo, ele sentia falta de outros da sua espécie.
- Meu amore, não fique assim. Vai dar tudo certo, tenha paciência. Tenho certeza de que o Dante está fazendo de tudo pra contactar seu planeta. - Digo tentando o consolar, o embrulhando com um cobertor que mal cobria seu corpo.
- A verdade é que não importa onde eu esteja, o importante é eu estar com você, mãe. - Reed fala fechando os olhos logo em seguida e dormindo.
Meu coração dói ao ouvir isso. Saber que ele vai embora mais cedo ou mais tarde. Saber que nunca mais iria vê-lo, me doía.
Quase todos já se encontravam dormindo, e já era minha hora também. Pé por pé, entro no quarto da Anny e me deito no chão.
Porém, após alguns instantes, sinto um leve cutucão no braço.
- Cat, estás acordada?
- Estou, Anny. O que foi?
- Quero que venhas comigo na festa do Scot. Por favor, necessito ir vê-lo.
- Mas seus pais te proibiram.
- Eu sei, mas não importa. Irei mesmo assim. Vens ou não?
Sei que é errado, mas eu não poderia deixar ela ir sozinha. Uma moça como ela seria fácil de se meter em apuros.
- Ah, me deixa só vestir algo melhor. - Falo pegando uma calça e uma blusinha. - Não vamos demorar muito, tá? Tem certeza de que só seus amigos vão estar nessa festa?
- Tenho sim. Obrigada, obrigada, obrigada, Cat. - Ela fala dando pulinhos e me abraçando. - Só vamos tomar cuidado para não acordar ninguém, principalmente o meu irmão, ele não entenderia.
Me visto rapidamente, saímos tentando fazer o mínimo barulho possível, ela pega uma chave que estava em cima do armário da cozinha, e seguimos até a garagem. Ela pega uma das motos, toda prateada como aquelas de filmes futurísticos, rodas grandes, retrovisor pequeno, painel brilhante.
A porta da garagem faz um ruído estridente, mas mesmo assim saímos. Pegamos apenas um óculos que serve de capacete. Após alguns metros de distância da casa, Anny liga a moto, que é bem silenciosa. Nos ajeitamos e ela pede pra eu me segurar, coloco o óculos e automaticamente ele faz um invólucro na minha cabeça, formando assim um capacete como qualquer outro, do tamanho exato, porém translúcido.
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Mil Estrelas por Você
Science FictionCatléya é uma jovem que não tem mais nada na vida, e vive perambulando de casa em casa, roubando comida para se manter viva. E em um de seus roubos, em uma grande fazenda, ela se vê na situação mais complicada de todas: ser levada por um ladrão de g...