...pois eu sempre...

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Porto Real.

 Safira

  Dor irradiava por todo o meu corpo, meus sentidos não funcionavam e tudo oque eu queria era gritar para que alguém tirasse essa agonia de mim.

  E então de repente tudo voltou de uma vez e eu encontrei olhos amarelos que me encaravam com tanta preocupação que meu coração se contorceu, mãos  envolveram meu rosto e aqueles belos olhos se moviam com rapidez procurando algo, seus belos lábios disseram algo mas eu não compreendi, sequer escutei, e seus olhos, seus malditos olhos, me encaravam com tantos sentimentos misturados que sequer sabia diferencia-los.

  Eu podia ver por completo aquele belo rosto, o rosto do homem que tem meu coração nas mãos, mas eu não podia sentir seu toque em meu rosto, podia apenas ver sua feição cansada.

  Ele estava sentado na cama, quase debruçado sobre meu corpo, tão malditamente próximo, eu podia ver sua pequena cicatriz próxima da sua sobrancelha, quase invisível. Seus lábios ainda se moviam mas eu não conseguia escutá-lo.

  Olhei em seus olhos e lágrimas surgiam neles, naqueles olhos tão bonitos, ergui minha mão para limpar aquelas lágrimas que abavam com a alegria daquele belo rosto, mas assim que fiz o movimento senti uma onda excruciante de dor percorrer meu corpo, a única coisa que senti desde que acordei, e eu devo ter expressado alguma reação a dor, pois seus olhos se desviaram dos meus apenas naquele momento, segui seu olhar e encontrei meu braço repleto de ataduras, seus olhos voltaram aos meus e seus lábios se moveram de novo, o que diabos ele estava dizendo?

  -Tomas.

  Consegui dizer e seus olhos se encheram de alívio, suas mãos voltaram para o meu rosto e eu consegui perceber ataduras em suas mãos, usei meu outro braço torcendo para que não estivesse ferido também e agarrei sua mão, ele não pode estar machucado, não pode, não por minha causa.

  E então tudo voltou como um relâmpago, eu disse ao Tom sobre amá-lo, ele não disse nada e então eu corri pela floresta, o vento ao meu redor se tornou estranho e gritava para que eu seguisse outro caminho, mas minha cabeça estava confusa e magoada de mais, e então senti algo se prender em volta do meu tornozelo e parei de sentir meus poderes e então ele apareceu e me manteve sã, me salvou, se machucou por mim, e me trouxe para o castelo em segurança.

  -Ah Tomas, você me salvou. Obrigado, muito obrigado.

  Eu ainda não conseguia ouvi-lo mas seu rosto se aproximou mais ainda do meu e ele colou nossas testas, ainda dizendo algo.

  -Não posso, não consigo ouvi-lo

  De repente um homem surgiu na sala e eu apenas conseguia ver sua boca se mexendo assim como a de Madson, ele pegou em seu braço e assim que o soltou, todos os meus sentidos voltaram de uma única vez. Eu podia escutar Madson conversar com o homem, eu podia sentir o toque de Tom sobre a minha pele e podia sentir sua respiração em meu rosto.

  Olhei-o e encontrei seus olhos que ainda não haviam se desviado de mim.

  -Safira, por favor, me diga que está bem, por favor.

  Sua voz causou arrepios por toda a minha pele, e não consegui mais segurar minhas lágrimas, e apenas balancei minha cabeça em concordância. Vi os ombros de Tomas relaxar e ele me abraçou, eu pude sentir seu cheiro e seu toque, e mais lágrimas ainda escorreram do meu rosto.

  Continuei nos braços de Tom até o homem ir embora, agradeci Madson por salvar minha vida e então conversamos sobre os rebeldes, mas eu não me importava com eles agora, não quando Tom mantinha um carinho constante nas minhas costas e segurava minha mão, as vezes a levando até os lábios e depositando pequenos beijos.

Um Demônio para um SupremoWhere stories live. Discover now