...sempre estarão lá...

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Porto Real.

 Mathew Farsett

  -Certo, por onde quer que eu comece?

  Madson perguntou ao meu lado.

  -Desculpe-me mas, eu não pude deixar de notar duas cicatrizes nas suas costas, é indelicado eu sei, mas isso está me matando, onde...onde você as conseguiu?

  Eu sabia que não era a melhor maneira de se iniciar o questionário, mas eu precisava saber, eu precisa descobrir como diabos ela conseguiu aquelas cicatrizes.

  -Eu...eu tinha asas, mas precisei cortá-las.

  Senti minha respiração falhar, qual foi a motivação para ela cortar as próprias asas? Meu peito se contorceu ao imaginar a dor que ela causou em si mesma, eu poderia perguntar o porquê mas o seu tom ríspido deixou claro que ela não queria conversar sobre isso, então eu mudei de assunto.

  -Eu sou seu companheiro ou vocês demônios chamam esse laço de outra forma?

  Eu perguntei e ela me olhou, como se ela pudesse ver minha alma.

  -Alma-viva, nós chamamos a pessoa com quem firmamos o laço de alma-viva.

  -Por que?

  Eu perguntei e Madson se deitou na cama novamente e cobriu o rosto com as mãos.

  -Nós demônios não sentimos como todos vocês, nós não ficamos tristes ou alegres, envergonhados ou raivosos, mas quando encontramos a nossa alma-viva nós voltamos a sentir, voltamos a viver. Quando eu encontrei você...Eu pude sentir novamente.

  Ela me respondeu, fazendo meu lobo uivar em alegria pelo "reconhecimento" da parte dela.

  -Deve ser ótimo não sentir nada.

  Disse sem pensar, lembrando-me de uma época em que eu desejava todos os dias parar de sentir todas aquelas emoções.

  -Por um tempo, não sentir remorso ao matar ou tristeza ao perder alguém é delirante...Mas quando o sentimento volta, tudo se acumula e você não consegue superar.

  -Sinto muito por trazer isso para você, digo...os seus sentimentos de volta.

  -Não se preocupe, as pessoas precisam sentir Mathew...todas elas.

  Olhei para Madson, que ainda tinha o rosto tampado pelas mãos, deixei que o silêncio dominasse o local, nós dois estávamos presos em nossos próprios pensamentos.

  -Prometa-me que não irá discutir com o Avignon quando chegar no castelo.

  Escutei meu lobo rugir dentro de mim ao escutar o nome dele.

  -Eu não posso prometer Madson, ele tentou matar você, e para nós, lobos, proteger a nossa companheira é a nossa prioridade, principalmente para os alfas.

  -Eu sei Mathew, mas se você fizer qualquer coisa contra ele, você vai estar quebrando o Tratado também.

  E ela tinha razão, se eu fizesse qualquer coisa contra ele eu teria as mesmas consequências que ele, a única pessoa que tinha o direito de puni-lo agora era a Madson, pois ele atacou ela primeiro, a não ser que...

  -Mas eu sou sua alma-viva e você é minha companheira, sendo assim, eu posso matá-lo se eu quiser.

  -Claro, se tivéssemos firmado o laço oficialmente, ninguém do conselho sabe sobre nós.

  Suspirei novamente com a verdade.

  -Então vamos para a minha alcateia, eu te nomeio luna e então nós voltamos para cá e eu finalmente mato ele.

Um Demônio para um SupremoWhere stories live. Discover now