- Quero você aqui todos dias às treze em ponto. - informei, vencido - Você vai treinar três horas por dia e à noite vai fazer musculação. Esses gravetos não vão te levar a lugar nenhum. - caçoei - E traga seu material e uma roupa decente. Você parece que foi vestido pela minha avó. - ele esboçou um sorriso -
- Obrigado, cara. - ele sorriu, agradecido - Significa muito pra mim. Amanhã estarei aqui pontualmente às treze. Te garanto. - ele virou as costas, fazendo menção de ir embora -
- Amanhã? Aonde você vai? - questionei, levemente irritado -
- Pra... casa? - ele devolveu a pergunta, repleto de incerteza -
- O seu treino começa hoje. - eu informei - Tire os sapatos e vista isso. - joguei uma bermuda em cima dele -
- Vai ser difícil treinar com esses curativos nas mãos. - ele explicou -
- Ninguém disse que seria fácil. - eu rebati -
O Andrew trocou de roupa e saiu do vestiário, ocasião em que eu comecei a ensina-lo os nomes dos golpes do boxe.
Jab.
Direto.
Cruzado.
Uppercut.
Gancho.Eu nunca imaginei que estaria ensinando o ABC do boxe para alguém um dia. Aquilo era vergonhoso até mesmo para mim, que era o "professor".
- De novo. - exigi, segurando o saco de pancadas enquanto ele voltava a desferir a sequência de golpes que eu havia acabado de ensinar -
Ele estava ferido, exausto e honestamente, parecia que tinha duas mãos esquerdas. Aquilo era um completo desastre e doloroso de assistir, mas eu estava tentando me manter confiante, afinal era apenas a primeira aula dele.
- Wow... - o Cobra falou, aparecendo ao meu lado e cruzando os braços - Você anotou a placa, cara? - questionou, olhando para o Andrew -
- Do que? - ele questionou -
- Do caminhão que te atropelou. - caçoou, me fazendo rir -
- Dei de cara com uma porta. - o Andrew respondeu, dando de ombros -
- Deve ter sido uma porta das grandes. - o Cobra sorriu, dando dois tapinhas no meu ombro e se retirando -
- Podemos fazer uma pausa? - o Andrew questionou, deixando o corpo cair sobre o banco de madeira ao nosso lado - Estou exausto e as luvas estão machucando as minhas mãos.
- Não. - respondi -
- Qual é, cara! Eu não vou aprender tudo num só dia! - ele argumentou - Eu não tenho a sua técnica nem a sua força.
- Quando eu entrei aqui eu era um garoto que mal tinha pêlos no sovaco, Andrew. Boxe não se trata apenas de preparação fisica, saber atacar, defender, esquivar ou movimentar. Boxe é muito mais que isso, e se você não entende a essência dele, aqui não é o seu lugar.
- Eu pretendo aprender, Luke. - ele explicou -
- Não, não pretende. Você só está aqui porque tomou uma surra. - eu rebati -
- E o motivo pelo qual eu estou aqui importa? - ele questionou - Todo mundo tem um plano de luta até ser atingido.
Eu o olhei por alguns segundos, tentando organizar os meus pensamentos. O Andrew não era um cara ruim - ele era apenas uma pessoa boa com a qual coisas ruins tinham acontecido. E eu via um pouco de mim nele por isso.
- No boxe, normalmente pra ganhar existe um tipo de lutador: aquele que bate forte. - expliquei - Mas mesmo o que bate mais forte, quando se encontrar com um que aguenta apanhar, ele não conseguirá vencê-lo, então, mais importante do que saber bater, é ter resistência de apanhar e ficar em pé. E isso eu vejo que você tem. - ele me lançou um olhar esperançoso - Mas quanto ao restante, cara, sendo bem sincero... você é uma bosta. - eu ri -
Ele gargalhou com o meu comentário, provavelmente concordando com ele.
- E o que iremos fazer a este respeito? - ele questionou -
- Você não vai gostar de saber. - eu respondi - No boxe, chamam de "superação". Mas na vida, eu chamo isso de "pegar pesado". - finalizei -
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Proibida Pra Mim
Teen FictionAnnie Thompson tinha apenas algumas certezas na vida. Uma delas é de que o amor verdadeiro existia, e outra era de que não queria ir para Harvard após a conclusão do seu último ano na escola. Luke Reed, por outro lado, tinha convicção de que o amor...
CAPÍTULO 58
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