CAPÍTULO 42

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LUKE

Eu tinha uma luta importante naquela noite. Estava me preparando para os regionais que se aproximavam, e o Tony havia arranjado um competidor à minha altura para me testar.

A luta ia acontecer em um clube fechado que geralmente era palco de competições importantes. Eu estava nervoso, mas confiante de que venceria meu adversário. O cara era um latino-americano que já estava quase se aposentando, mas que ainda era bem conhecido na região por nocautear seus oponentes no primeiro round.

Vesti minha bermuda e esperei no vestiário, ansioso pra que a luta começasse. Eu estava inquieto, minhas pernas não ficavam paradas e eu sentia meu pescoço estralar cada vez que repetia meu aquecimento: uma série de golpes rápidos e alguns pequenos pulos pra que meu sangue circulasse rápido pelo meu corpo.

- Cuidado com a direita dele. - o Chris falou enquanto amarrava as bandagens em minhas mãos - O cara é mais velho, então você tem a vantagem de ser mais veloz que ele.

- E se você conseguir encaixar um de seus cruzados nele, ele vai sentir na mesma hora. - o Cobra completou -

- Ok. - respondi olhando para um ponto fixo, sem perder a concentração -

- Vou avisar ao árbitro que você está pronto. - o Tony falou, saindo do vestiário -

- Boa sorte, irmão. - o Chris falou enquanto dava dois tapas simultâneos em meus ombros -

Depois de doze rounds difíceis, eu estava exausto. O meu oponente era mais bem preparado do que eu imaginava e não tinha nada a perder, o que fez com que ele me desse bastante trabalho. Apesar de haver golpes certeiros de ambos os lados, não havíamos conseguido terminar a luta com um nocaute, então quando o sino tocou pela última vez, tivemos que aguardar o resultado da luta por desempate, que ficou a critério dos juízes que estavam do lado de fora do ringue e avaliaram os golpes e atribuíram uma pontuação para o nosso desempenho.

Depois da espera, nos posicionamos ao lado do árbitro central e ele levantou o braço do meu oponente, anunciando-o como vencedor. Com um misto de emoções que oscilavam entre raiva, decepção e vergonha, eu voltei pro vestiário. Eu sabia que a derrota fazia parte do esporte e que estava suscetível a isso sempre, mas nunca era fácil perder.

- Você foi bem, cara. - o Chris entrou no vestiário, me consolando -

- Não o suficiente. - resmunguei, tirando impacientemente minhas luvas -

- Está tudo bem, filho. - o Tony falou - Descansa. Faz parte não conseguir.

- Falhar não é uma opção, Tony. - rebati -

- Mas acontece. Agora vamos trabalhar e ajustar o que precisa ser ajustado pra que isso não se repita nos regionais. - ele garantiu - Esfrie a cabeça e tenha uma boa noite de sono hoje. - ele me orientou - Não vou pegar leve com você amanhã. - avisou, saindo do vestiário logo em seguida -

Desamarrei as bandagens das mãos e me sentei no banco do vestiário com uma perna de cada lado, completamente decepcionado.

Proibida Pra MimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora