Respirou aliviado ao ver Naruto na porta já à sua espera. Ele sorriu, como sempre, como se o mundo ao redor não existisse e nada mais importasse que eles dois ali, e isso quase o fazia esquecer a pressa. Quase.
— Vamos — pediu, e Naruto riu ao entrelaçar a mão à sua antes de apertar o passo e apoiar a mão em sua cintura.
— Sim, senhor. Como foi a consulta? — perguntou ao chegarem no carro e ver Sasuke colocar o cinto depressa.
— Bem.
Naruto rolou os olhos pela resposta, mas a verdade era que já estava acostumado. Perguntava por preocupação e por saber que Sasuke apreciava o cuidado, apesar de não admitir, mas nunca tinha tido uma resposta concreta. Não achava ruim para ser sincero, não precisava que Sasuke falasse o que ele próprio podia notar, a mudança que vinha no dia a dia, nos detalhes. O escândalo com Orochimaru tinha trazido algo de bom, era visível como o apoio recente fazia bem a Sasuke, sentia-o menos na defensiva, mais relaxado, como se não houvesse mais o que esconder ou motivo para isso.
— O que foi? — Sasuke arqueou a sobrancelha ao perceber Naruto o observando.
— Minha mãe quer que você vá jantar em casa de novo. — Sorriu de modo aberto. — Meus pais te adoraram. Me sinto levemente enciumado.
Sasuke gargalhou ao se lembrar do último jantar, a memória de Naruto derramando a travessa toda de macarronada no chão logo na hora de colocá-la na mesa seria algo por que choraria por não ter gravado. O melhor de tudo tinha sido a expressão incrédula de Kushina enquanto Minato enterrava o rosto nas mãos e o olhava envergonhado. Por sorte, conhecia um restaurante perto e havia um generoso limite em seu cartão de crédito (cortesia de Mito). Depois disso, a mãe de Naruto não parou mais de contar sobre os momentos "engraçados/trágicos" do filho e, daí em diante, foi como se qualquer formalidade já não existisse.
— Não é minha culpa se você é um filho desajeitado — provocou. — Alguém tinha que ser o cérebro desse relacionamento.
— Eu sou muito inteligente, okay?
— Naruto, colocar açúcar no feijão porque está salgado não é prova de inteligência. — Riu ao lembrar o que Kushina tinha contado ser a primeira experiência culinária do namorado.
— Eu tinha doze anos e fazia todo o sentido na época. — Naruto bufou e estacionou o carro na frente da casa de Sasuke. — Eu vou buscar minha mãe e Hinata pro desfile. Te encontro lá?
— Não se atrase — enfatizou. — Vou com meus tios. E é sério, Naruto, não se atrase.
Naruto sorriu ao concordar, inclinou-se na direção de Sasuke que se livrava do cinto e retirou a franja da frente dos olhos negros antes de deslizar a mão até a nuca dele e beijá-lo. Sentiu o suspiro, o relaxar, a mão de Sasuke indo até seu cabelo para a boca dele começar a correspondê-lo, entregue. Deslizou a boca até o ouvido dele e conteve-se muito para não brincar com o brinco recém colocado.
— Não se atrase você, Teme.
Sasuke sorriu de canto e se afastou com um palavrão que fez Naruto rir até acenar e dar partida no carro. Sasuke não esperou que ele sumisse, nem mesmo que virasse a esquina, não tinha tempo para isso mesmo que ainda estivesse com o sorriso bobo estampado na cara ao entrar em casa.
— Neji já te ligou três vezes — Madara avisou. — Corre para não nos atrasarmos.
— Ele deixou recado?
— Só falou que vai dar uma carona para Sakura — Mito explicou enquanto arrumava a camisa de Madara e revirava os olhos por ele não conseguir ficar um segundo parado.
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Não pare a Música
ספרות חובביםA dança é composta por vários elementos. Você tem a coreografia, o tempo, a música, o dançarino, a técnica... várias partes que tentam se somar para produzir um único resultado que tende à excelência. Contudo, entre uma nota e outra tocada pelo pian...
Capítulo 41 - Vida
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