Capítulo 41 - Vida

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Ino respirou fundo, ouvia as instruções de Hanabi e soltou o ar conforme a contagem dela. Estavam sentadas no chão, se acalmando para o grande desfile.

— Inspira — Hanabi falou.

E Ino obedeceu.

A Chunin de fato não havia pedido sua saída do desfile, e Konan parecia muito calma. Claro que tinham conversado após o ocorrido, Konan e Pain pediram que ela explicasse o que havia acontecido e todos chegaram a um acordo sobre como proceder. A mídia com certeza pediria por mais detalhes, Gaara tinha lhe avisado, ela já havia dado algumas entrevistas para revistas de moda e até mesmo aparecido em um programa de televisão, tudo sob autorização da agência e de forma a esclarecer o incidente da melhor maneira possível. Recusou-se a mentir, manteve sua posição contra Sasori e não poupou o veneno ao falar sobre ele e Orochimaru.

— E solta devagar — Hanabi instruiu.

O ar saía de seus pulmões como o peso de seus ombros. Fora da companhia, com seu contrato seguro na agência e já alguns desfiles e fotos agendados, era como sentir sua vida entrando finalmente nos trilhos. Seu pai e Madara coordenavam o processo contra as pessoas que a tinham atacado, difamado e humilhado na internet, e Konan ofereceu apoio uma vez que aquilo poderia repercutir na empresa. Orochimaru, ao que tudo indicava, seria julgado, as investigações ainda aconteciam e alguns novos alunos apareceram para prestar queixas. Tudo encaminhado... e pensar que em um mês e meio ou dois ela ainda teria que fazer as provas para o vestibular.

— Acho que temos que começar a nos maquiar, Ino — Hanabi falou, e Ino bocejou ao abrir os olhos. — Podemos almoçar agora porque depois não vai dar tempo de comer nada e você não almoçou que eu sei. Konohamaru me disse que viu você chegar direto lá da aula.

Ino riu do bico inconformado que Hanabi tinha nos lábios enquanto tirava da bolsa o almoço delas.

— Sua irmã caprichou, hein? — falou ao sentir o cheiro da comida.

— Hinata se empolga na cozinha. — Hanabi riu. — E depois que contei para ela... bem... sobre tudo, ela acha que me ensinar a cozinhar um pouco pode ajudar. A psicóloga e a terapeuta concordaram, disseram que era uma forma de eu me reconciliar com minha alimentação.

— E como você tá? — Ino perguntou com cuidado, e Hanabi deu de ombros.

— É... — Hanabi olhou para o alto procurando as palavras. — difícil ignorar os comentários dos outros sobre nós, mas é ainda mais difícil ignorar os nossos próprios, sabe?

— Sim...

— Mas estou confiante. Sei que vai levar um tempo e que não é fácil...

— Mas você vai conseguir — Ino assegurou. — Quem é a dona da porra toda? Hum?

Hanabi riu incrédula e apontou o garfo para Ino.

— Nós somos as donas da porra toda — respondeu antes de levar a comida à boca e tentar não rir enquanto mastigava.

— Esse é o espírito.

* * *

Sasuke olhou, impaciente, para o painel no elevador, contando cada andar que descia do consultório da psicóloga até o térreo onde Naruto o esperava. Olhou mais uma vez o relógio, teria pouco tempo para passar em casa, se arrumar e então sair de novo. Bufou. Apesar de entender que a importância de suas consultas e de esse ter sido o único pedido dos tios depois das denúncias feitas contra Orochimaru, já fazia quase um mês, mais de oito sessões, Madara podia pelo menos tê-lo deixado remarcar aquela para que não tivessem que sair correndo para o desfile de Ino.

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