Capítulo 5 - Quebra de rotina

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Sasuke combinou de passar na casa de Ino às dez. Os dois teriam aula no dia seguinte, contudo, só após as dez e meia, portanto, podiam acalmar um pouco Madara indo se divertir. Sozinho em casa por enquanto, abriu o computador e baixou os vídeos das obras que Orochimaru disse que apresentariam. Precisava decorar as coreografias, ninguém as ensinaria; se quisesse fazer a audição, deveria aprender por conta própria e treinar sozinho.

Sentou-se no chão, as costas apoiadas na cama enquanto ele se estendia para abrir a gaveta da estante e pegar os headphones. Aumentou o volume no computador e o apoiou nos joelhos dobrados.

15h05min. Tinha tempo. Começaria por Giselle, ainda não havia finalizado o download de Les Sylphides.

Play.

Os olhos fixos acompanhavam a coreografia, a música ele já conhecia, todos já tinham ouvido pelo menos uma vez na vida alguma música que fosse de Giselle.

Play.

Aquela versão era russa, o ballet russo tinha sempre boas técnicas, a coreografia era impecável. Os saltos altos e bem executados chamavam atenção, o pas de deux, a dança em dupla, tinha sincronia, simetria.

Play.

O bailarino russo não possuía bom equilíbrio após muitos giros. Os pés davam pequenos dois toques antes de se firmar no solo e dar sequência à coreografia. Além disso, ele não tinha muita expressão. Técnica boa, encenação nem tanto.

Remexeu-se, puxou o travesseiro para o chão e se sentou sobre ele.

Play.

A versão francesa era mais caprichosa, não melhor, apenas mais caprichosa. Os cenários, os figurinos e as maquiagens eram sim mais bem feitos, a coreografia possuía uma ou outra diferença, mas nada significante. Ele podia escolher qualquer uma das duas desde que levasse para a banca a referência correta.

Play.

A técnica da primeira bailarina era impecável, boa altura de perna, giros rápidos e equilibrados, aterrissagens suaves, elementos de ligação entre um passo e outro eram feitos tão bem que até mesmo eles possuíam sua graça.

Play.

O bailarino era o oposto do russo, ele entrava no personagem, vivia-o com todo o seu ser. A expressão facial acompanhava os clímaces e anticlímaces da sinfonia, e os movimentos do corpo pareciam traduzir a dor e a agonia do personagem.

Play.

Ele errava, mas Sasuke só percebeu isso na terceira vez que assistiu. Ah, sim, ele chamava muita atenção para a interpretação, os erros, pequenos até, passavam despercebidos para a maioria dos espectadores.

Pla-...

Retirou os fones ao ver o celular cair da estante enquanto vibrava.

Seis ligações perdidas, Ino, 21h40min.

— Merda!

Correu para o banho depois de avisar que se atrasaria, não que tivesse problemas, Ino nunca estava pronta no horário também. Não perdeu muito tempo escolhendo sua roupa, não lhe faria diferença, apenas vestiu uma calça escura e uma blusa menos séria para que Ino não ficasse reclamando a noite toda.

Colocou o celular no bolso de trás, pegou a carteira e xingou ao não achar a chave do carro. Óbvio que não acharia! Madara tinha ido para a boate, era claro que o tio usaria o carro, como tinha se esquecido disso?

Não pare a MúsicaWhere stories live. Discover now