• CICLO • 16

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Em todos os dias que se passaram, pude sentir à flor da pele as sensações oscilando dentro de mim, me deixando conturbado com o casamento, a grande cerimônia e meus problemas pessoais. Minhas mãos suavam frio quando tocavam no assunto da marca e até mesmo sobre o matrimônio, meu estômago tinha embrulhos intensos. Durante todo esse período de noivado, ouvi as pessoas me explicarem dezenas de vezes sobre a importância da marca, da formação de uma matilha real e outras coisas que não me dei por interessado. E bom, a marca é o símbolo da união do casal, nada os separa, somente a morte. É comum que os ômegas tenham a marca em seu pescoço, assim afastam outros alfas e exibem que pertencem a alguém. Eu particularmente acho isso patético, os alfas deveriam respeitar os ômegas com ou sem marca, e ela deveria ser feita como ato de amor e não uma forma eficaz de prender alguém, como uma gravidez. Acredito no amor mútuo e recíproco, gostaria que minha marca fosse feita por alguém que amo de verdade. Uma lástima que nem tudo na vida será ao nosso favor.

A viagem durou cerca de meia hora. Não ensaiei pela última vez a dança e muito menos estava no palácio, em um silêncio aflito pensei: — Meu pai irá devorar minhas entranhas.

Avistei ao longe o palácio e senti em segundos um frio na barriga, teria que enfrentar um casamento e um pai irritado no mesmo dia, estava em dúvida sobre o que mais me causava arrepios. Rodeamos o lago central da entrada, observando a quantidade de pessoas que já chegavam. Não somente as colônias assistiriam como também diversas regiões parceiras do rei Park Minjung prestigiariam o tal evento, era o casamento do século.

A imprensa já se posicionava para registrar cada convidado real que adentrasse o palácio. Caso me atrevesse passar pela entrada principal, sem sombra de dúvidas seria sufocado pelas câmeras. Nosso carro se dirigiu até os fundos da fortaleza, sendo essa a única maneira de entrar civilizadamente e com calma.

— Ei, você! - Alguém berrou enquanto passávamos pelos corredores. - Ji!

O susto foi tão grande que apoiei a mão no peito, mas logo me senti aliviado ao perceber a quem este grito pertencia.

— Soo! - Bradei de volta. - Por que estamos gritando?

— Porque hoje é o dia! - Ela estava tão eufórica que dava pulinhos enquanto balançava nossos braços.

— É! Eu estou em pânico! - Fazia as mesmas coisas que ela, mas rindo de nervoso.

As três riram do meu desespero.

— Ji, lembre-se do que eu te disse! - Jihyo piscou para mim e apontou os dedos em minha direção.

— Não se esqueça que quase todos os príncipes e a única princesa alfa tentaram lutar pela sua mão, seu bobinho. - Park Jisoo apertava meu braço esquerdo enquanto caminhávamos para o salão, no qual me aprontaria.

— E principalmente, você é um Park. - Yangmi usou um tom esnobe. - Trate de arrasar cada um ali com a sua beleza inigualável.

Elas depositavam tanta confiança em mim que era possível sentir uma pitada de autoestima acender-se dentro do meu coração. Sorri tímido com todas as palavras positivas que ouvia, elas eram as pessoas mais importantes para mim naquele momento. Em meus pensamentos inquietos, me sentia muito feliz por saber que seria a trupe de doidas que cuidaria de todo o casamento durante o meu ensaio.

Desta vez seria só eu, já que todos estavam ocupados organizando todo o resto do evento com o exército, a recepção dos estrangeiros e até mesmo do meu traje. Com apenas vinte minutos, tive que me organizar ao máximo para que houvesse tempo aquecendo a voz e aprimorando alguns passos. Durante o ensaio, o trio de mulheres da família Park entraram no salão em meio os cochichos.

INCÓGNITA • pjm✕jjkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora