- Olá, Lucas. - ele acenou pra mim -

- Nós vamos jantar. - minha mãe anunciou - Quer se juntar a nós?

- Jantar? - perguntei, sem entender - O que esse cara está fazendo aqui?

- Filho... - ela me lançou um olhar triste e medroso -

- O que esse cara tá fazendo aqui? - repeti a pergunta, começando a ficar impaciente -

- Senta aqui, vamos conversar... - ela pediu - Temos algo a contar pra você.

- Espera... - comecei a entender tudo - Vocês... - eu parei de falar, organizando os pensamentos - Vocês estão juntos? - questionei, incrédulo -

Nenhum dos dois respondeu a minha pergunta, mas não era necessário. Estava estampado em seus rostos que eles estavam juntos e que tinham organizado aquele jantar para me contar tudo.

Minha reação na hora foi gargalhar, sem um pingo de humor na voz. Era inacreditável. Minha mãe era inacreditável. Dentre todos os milhares de solteiros da Califórnia, ela tinha escolhido namorar com o Diretor Harris?

Não que eu ficasse feliz com a ideia dela namorando qualquer outra pessoa - ninguém seria bem-vindo na minha casa para ocupar o lugar que pertencia ao meu pai. Mas aquilo ultrapassava todos os limites! Só podia ser brincadeira!

Eu sentia tanto nojo daquela situação que tinha vontade de vomitar. Não existia nenhum código na escola que proibia os diretores de namorar com as mães dos alunos? Isso era inadmissível!

- Luke, já queríamos contar pra você há um tempo... - ele começou a falar -

- Cala a porra dessa boca. - ordenei, mantendo o tom de voz - Você está tirando uma com minha cara? - questionei, me direcionando à minha mãe - Digo, isso não pode ser verdade!

- Luke...

- MEU DEUS! - gritei - E eu achando que não tinha como minha vida piorar. - ri, sem humor - Você é inacreditável! Está namorando com esse idiota? Isso é sério?

- Ei! - ele me advertiu - Respeito é bom e eu gosto!

- É, dinheiro é bom e eu gosto e nem por isso eu tenho. - retruquei com ironia - Saia de minha casa agora. - ordenei -

- Luke! Pare com isso! - minha mãe me enfrentou -

- Você é patética, Elizabeth. - eu a olhei de cima a baixo - Saia daqui agora! - repeti para o Diretor Harris -

- Eu não vou a lugar nenhum. Sou bem-vindo aqui, Lucas. - ele rebateu - Enquanto sua mãe me receber bem aqui, irei frequentar a sua casa. Estamos juntos e é melhor você se acostumar com a idéia.

- O que está acontecendo aqui? - a Emma apareceu no topo da escada, questionando -

Num impulso, fui até ele e o puxei pelo colarinho da camisa, arrastando-o pelo corredor em direção à porta da rua. Minha mãe interviu e me empurrou, fazendo com que eu soltasse sua camisa e batesse minhas costas na parede.

- JÁ CHEGA! - minha mãe gritou - Há muito tempo eu perdi o controle sobre você, Lucas, mas agora as coisas vão ser diferentes!

- DIFERENTES? - eu respondi à altura - Diferentes como, se você continua procurando alguém pra substituir o lugar do meu pai? Diferentes como, se continua colocando qualquer homem que conhece dentro de casa quando tem uma filha de treze anos sob o mesmo teto que ele? - gritei enquanto apontava para a Emma, que observava a situação assustada -

- Não vou admitir que faça suposições tão graves ao meu respeito, rapaz! - ele disparou -

- Boa sorte com ela, por sinal. - falei, olhando pra ele - Ela vai enjoar de você rapidinho e já já vai te substituir por qualquer outro cara com um pau no meio das pernas, porque é isso que ela faz de melhor.

Assim que calei a boca, senti a mão espalmada de minha mãe tomar conta de meu rosto. Em seguida, um rubor e uma vermelhidão tomaram conta do local em que a mão dela estava.

Ela me lançou um olhar de arrependimento e remorso logo em seguida, procurando as palavras certas a serem ditas. Com certeza ela não queria ter feito aquilo, mas agora já era tarde demais.

Peguei minha jaqueta de couro em cima do aparador e saí de casa, batendo a porta com força logo atrás de mim.

- Luke! - ouvi a Emma me chamando, já no jardim - Luke!

- Volte pra casa, Emma. - ordenei, subindo em minha moto -

- Pra onde você vai? - ela me perguntou, com os olhos cheios de lágrimas -

- Eu não sei. - respondi, com sinceridade - Talvez pra casa da vovó. Ainda não pensei nisso direito.

- Mas ela mora há uma hora daqui! - ela ponderou - Não vá, por favor!

- Vou ficar bem, pirralha. - a tranquilizei - Venho te ver todos os dias depois da aula, enquanto ela estiver trabalhando, ok?

Ela se levantou nas pontas do pés e me deu um abraço de despedida apertado.

- Eu te amo muito. - ela falou entre lágrimas, com sinceridade -

- E eu gosto muito de você. - respondi -

Proibida Pra MimWhere stories live. Discover now