Nos passos do destino • Ereri

Ihre Koordinaten

Ele deu a volta no carro e parou diante de Levi, olhando-o nos olhos.
Decerto que o mais novo não teria mudado tanto a ponto de aceitar ser beijado em meio a uma turma com mais de dez pessoas. No entanto, era o maior desejo do professor.

Estava almejando tomar os finos lábios naquele momento de tamanha felicidade. O olhar que estavam trocando era resplandecente. Deixava emanar deles o mais puro carinho, gratidão e admiração. Até mesmo a expressão costumeiramente inerte ganhou certo calor, certo sentimento.

Petra ficou até mesmo constrangida de observar a cena de perto e foi se juntar aos alunos. Levi tinha apenas ido de encontro ao Eren para auxiliá-lo, caso precisasse, todavia estava sentindo a mesma vontade que o mais velho, então acabou não sendo somente um apoio.

Talvez fosse uma atitude surpreendente, mas ele só queria se deixar levar um pouco. À essa altura, não era algo que realmente lhe faria sentir mal, ao contrário.

Em todo caso, haviam se beijado diante da turma em outra ocasião, na amostra de dança, meses atrás. Para nenhum dos dois era motivo de vergonha e muito menos temiam ninguém. Também não tinham nada a esconder, especialmente se em algum momento fossem assumir que estavam em um relacionamento sério. Provavelmente num futuro não muito distante.

Considerando tais detalhes, o Ackerman precipitou-se até o mais alto e pôs as duas mãos em seu peito.
— Seja bem-vindo de volta. — Cumprimentou, mirando-o de pertinho com orgulho. Seus olhos estavam suntuosos e iluminados. A voz soou doce e baixa.
— Obrigado, Levi... — Admirou os olhos azuis por um instante. — Fico mais feliz ainda por ver que você está aqui.

Eren sorria e logo sentiu os braços menores do outro envolverem seu pescoço e os lábios tomarem os seus. Ainda que fosse surpreendente, não cogitou sequer por um segundo deixar de corresponder.

Não foi nada muito exuberante, apenas um ósculo calmo e simples. Um cumprimento carinhoso entre duas pessoas que se amavam.

Tornou-se inevitável voltar a sorrir quando o contato labial findou. O mais novo estava um pouco corado por ter tomado aquela iniciativa, contudo não se arrependia. Ao passo que Eren estava pra explodir de tanta felicidade.

Os dois viraram de frente para a turma, que antes esteve cochichando entre eles por causa do beijo. Alguns estavam sérios, porém sem traços de reprovação, enquanto outros sorriam abertamente. A mão do Jaeger procurou a do outro, que se encaixava perfeitamente na sua por ser menor. Este aceitou o contato e fez questão de entrelaçar os dedos com os do amado, fitando-o com um sorriso a despontar no horizonte de sua boca.

Os alunos começaram a aplaudir — não o beijo, mas sim a chegada de Eren —, gritando vários cumprimentos de boas vindas ao professor. Estavam contentes pelo retorno daquela pessoa tão querida que lutava por eles; tinham imenso apreço pelo Jaeger.

Eren começou a andar ao lado de Levi, sorrindo e agradecendo o carinho daquelas pessoas. Ele as vira toda semana há algum tempo, pois algumas estavam na escola desde o começo da mesma. Era incrível poder revê-las.

Os alunos acompanharam os dois para dentro do lugar como se estivessem vendo uma criança dar seus primeiros passinhos. Todos observavam cuidadosamente para que se o professor precisasse, pudessem ampará-lo a tempo. O baixinho apreciava aquele zelo, porém não pretendia deixar o maior cair. Jamais. Continuaria segurando aquela mão tão terna, grande e quente, que o deixava com uma sensação de agitação no estômago e que lhe afagava sempre, trazendo conforto e carinho.

Atrás deles, Carla seguia ao lado de Petra. Levi mirou a sogra de soslaio e ela sorriu, então piscou para ele. Teriam tempo para se cumprimentarem decentemente depois.