Capítulo 10 - Novos Objetivos

4 1 0
                                    

Subi com o carro no avião, desliguei-o e desci. O carro teve suas rodas presas por ganchos que saíram do chão. Esse avião era igual o outro, bancos grudados nas paredes, o espaço onde o carro ficava e uma porta que dava para a cabine do piloto.

- Para onde vamos senhor? – o piloto saiu de sua cabine e perguntou para mim.

- Londres.

- É para já. – ele fechou a cabine e recolheu a rampa por onde subimos, assim fechando a porta.

- Sentem-se, vamos demorar para chegar em Londres. – eu me sentei num banco.

Clarisse sentou a minha esquerda, Melissa a minha direita e Jack a minha frente.

- E então, planejou algo? – Jack olhou em meus olhos.

- Vamos manter o plano original, vamos conversar com as pessoas da base. – peguei meu celular – Só um segundo.

Liguei para Collins.

- Roger? – Collins atendeu – Do que precisa?

- Estou indo para Londres, preciso da localização da base de emergencia de lá.

- Pode deixar, precisa em quanto tempo?

Fui até a cabine do piloto e abri.

- Com licença, quanto tempo até chagarmos?

- Umas 7 horas senhor.

- Obrigado. – fechei a porta e encostei o celular na orelha – 7 horas Collins.

- Certo. – Collins desligou.

Voltei para perto dos bancos.

- Vamos para a base assim que pousarmos? – Jack olhava para mim.

- Vamos, não podemos demorar muito lá.

- Por quê? – Clarisse me olhava com duvida.

- Longa historia, depois eu explico. – comecei a andar.

- Para onde você vai? – Melissa me cutucou.

- Vou pegar algumas coisas no carro. – fui em direção a ele e abri o porta-malas, peguei minha mochila e fechei-o – Preciso ver os vídeos das câmeras de segurança que restaram e ver alguns documentos. – eu sentei no chão.

- Então eu te ajudo. – Jack se levantou e sentou no chão ao meu lado.

- Eu também. – Clarisse se sentou a minha frente.

- E eu? – Melissa chegou perto de mim – Eu posso ajudar?

- Claro que sim, vocês não podem ver os vídeos, mas tem muitos documentos.

Ela sentou do meu outro lado. Pluguei o pen drive no computador e abri os arquivos.

- Jack, você apagou os vídeos das câmeras de segurança da sala de treinamento?

- Apaguei, mas só os que não acontecem nada. Achei que você poderia querer ver como Zack luta por isso deixei os que ele esta lá treinando.

- Bem pensado.

Tirei os documentos da minha bolsa e os distribui para cada um deles. Cliquei na pasta e comecei a ver o primeiro vídeo, e ainda bem que somente eu estava vendo.



O vídeo começava com Zack entrando na sala de treinamento.

- Sua tarefa de hoje é simples. – a voz no alto falante disse – Apenas vença as batalhas. Colocamos cinquenta pessoas para tentar te matar, então você poderá usar seus poderes.

Zack escolheu uma espada como arma e a pegou da parede, logo após criou apenas três monstros. Portas secretas embutidas nas paredes se abriram e os soldados deram alguns passos à frente naquela sala gigante.

Eles estavam com espadas, armas de fogo, machados, arco e flecha e todos os tipos de armas que pudessem matar Zack. Os soldados eram compostos de homens e mulheres, e todos estavam chorando.

- Mate-os. – a voz ordenou.

Os soldados avançaram na direção de Zack gritando, se eram de tristeza ou de bravura, eu não sei. Zack correu em direção aos soldados com os monstros logo atrás dele. Ele pulou no meio da multidão caindo em cima de um velho com aparentemente uns setenta anos, cravando suas espadas no crânio dele, soltando-as rapidamente e já indo para a próxima vitima.

Os monstros separavam pessoas ao meio, cortavam suas cabeças ou as desmembravam. Zack correu até uma mulher que levantou sua espada para tentar fincá-la nas costas de Zack, mas foi interrompida quando a parte de cima de seu tronco tombou para o lado assim que Zack a cortou ao meio.

A chacina era grande. Pessoas gritando e agonizando enquanto eram desmembradas ou mortas, os monstros urrando quando eram feridos e, logo após, rugindo quando matavam alguém.

Quando a chacina acabou haviam dois monstros feridos e todas as pessoas estavam mortas, seus restos estavam espalhados pelo chão banhado de sangue.

Zack olhou ao seu redor e olhou para a câmera, ele começou a rir com sua cara e suas roupas sujas de sangue, inicialmente como se tivesse ouvido uma piada muito boa, mas depois de alguns segundos sua risada se tornou insana e descontrolada.

- Muito bem Zack, agora volte para seu quarto e tome um banho. – a voz ordenou.

Zack parou de rir e absorveu uma expressão seria. Ele começou a andar em direção a porta e, ao passar pelos dois monstros, cortou suas cabeças e o sangue preto deles jorrou para fora de seus corpos.

Pausei o vídeo e olhei ao redor para conferir se ninguém havia visto nada. Todos estavam concentrados nos documentos.

- Acharam algo útil? – perguntei.

- Acho que isso pode te interessar. – Melissa estendeu um papel em minha direção.



Peguei o papel e comecei a lê-lo.

- A cidade de nascimento dele?

- Exato, se formos até lá podemos encontrar os pais dele e pará-lo.

Baguncei o cabelo dela.

- Mandou bem maninha.

Ela sorriu.

- Onde é? – Jack me olhava buscando a resposta.

- Washington.

- O que? Estávamos lá perto. – Clarisse disse desapontada.

- Agora já foi, vamos para lá depois de Tóquio.

- Tóquio? – Melissa me olhava curiosa.

- Sim, não vou falar sobre isso aqui, pois ninguém sabe que vãos para lá.

- Não acha melhor irmos para Washington depois de Londres? – Clarisse levantou a cabeça para me encarar.

- Mas pense no seguinte, eles não sabem que vamos para Tóquio, assim como não sabem que vamos para Washington para juntar pistas sobre Zack. Em Tóquio tem novos documentos para lermos com conteúdos que podem ir alem de Zack e que podem ser iguais a esse, contendo novas informações e novas cidades para irmos.

- É, acho que você tem razão.

- Algo mais pessoal? – olhei para todos.

- Não tem nada muito interessante aqui. Só alguns documentos de pessoas que aparentemente eram para estar presas. – Jack parecia desapontado.

Meus olhos se estalaram e peguei os papeis das mãos dele.

- O que foi cara? – Jack tentou olhar para os papeis novamente.

Coloquei-os enfileirados no chão.

- O que eles têm em comum para vocês?

Melissa chegou para mais perto dos papeis.

- São todos presos?

- Errada.

- Espera. – Clarisse chegou para mais perto dos papeis – Eles são… da mesma prisão?

- Exato e ela fica em Londres. Acho que já sabemos nossa segunda parada lá. – parei para pensar e então olhei para o rosto de todos – Acho que não teremos muito tempo para descansar, então durmam um pouco.

Todos concordaram com a cabeça, juntaram os papeis, me deram e Jack foi dormir. Melissa e Clarisse se levantaram, mas continuaram ao meu lado.

- Você não vai dormir maninho?

- Não. – levantei-me para me esticar um pouco – Acho que vou continuar vendo os vídeos.

- Mas você vai precisar de energia, pois como você mesmo disse, nós não teremos tempo para descansar lá. – Clarisse olhava para mim.

- Ela tem razão maninho. – Melissa olhava para mim com um olhar de cachorro triste – Você precisa descansar, por favor. – ela abraçou meu braço – Por mim.

Dei risada.

- Ok, ok. Eu vou descansar.

Melissa e Clarisse sorriram uma para a outra. Era bom ver aquelas duas se dando bem.

Eu me sentei, me recostando na porta da frente do carro e esticando minhas pernas.

- Onde vocês vão dormir? – olhei para Jack que já estava roncando em uma das fileiras de bancos – Acho que dá para uma de vocês dormirem na outra fileira e a outra dormir nos bancos de trás dos carros.

- Eu acho que eu vou dormir aqui. – Melissa deitou no meu colo.

- E eu vou dormir aqui. – Clarisse colocou sua cabeça em meu peito.

Eu sorri. Tinha algo errado comigo, eu me sentia… estranho, como se meu peito fosse explodir de tanta emoção e era como se minha cara não quisesse parar de sorrir.

Será que era isso que eles chamavam de…

Estar feliz?

Todos fechamos nossos olhos e eu cai no sono.

Absolute PowerWhere stories live. Discover now