Capítulo 3 - A batalha perdida

23 1 12
                                    

Saímos da escola e fomos para a garagem, entramos num carro militar que, assim que entramos, arrancou para a rua. Olhei para trás e vi mais monstros invadindo a escola, gritos ecoavam pelo ar.

Melissa tentou olhar para trás, mas eu cobri seus olhos, pois um dos monstros arrancou a cabeça de um monitor de corredor que saiu da escola tentando fugir, mas não havia tido sucesso, com um soco. Sangue espirrou para todo lado e a cabeça do homem bateu na parede e se abriu em dois.

- Vocês não podem lutar contra eles? – olhei para o homem de terno no banco da frente.

- Não temos tempo para isso.

- Então as pessoas vão continuar morrendo ate que impeçamos o garoto?

- Estamos fazendo tudo ao nosso alcance para que o mínimo morra. – o homem de terno disse com frieza.

- Tipo o que?

- Estamos evacuando cidades.

- Evacuando? – tirei a mão do rosto de Melissa – Só isso? – isso me fez sentir uma pontada de raiva.

- Não podemos fazer mais nada, estamos levando todos para bases do exercito que tem em cada país. Estamos lutando contra eles o maximo possível.

- É, mas, para nos chamar, não estão indo muito bem, não é? – eu disse com ironia.

- Salvamos o máximo de pessoas que podemos, porem ainda a aquelas que ficam nas ruas e acabam sendo mortas.

- O homem do radio disse que eles haviam dominado o mundo. – Clarisse interrompeu – Isso é verdade?

- Parcialmente.

- Como assim? – Melissa perguntou confusa.

- Eles já atacaram todas as cidades, mas ainda há muitos sobreviventes nas nossas bases, que estão escondidas. Portanto não venceram, ainda. Essa é a ultima cidade que estão atacando e estamos tentando tirar as pessoas daqui e leva-las para a base.

- Estão? – eu perguntei enquanto olhava pela janela.

Foi quando começamos a prestar atenção no que estava acontecendo a nossa volta. Pessoas correndo, voando, gritando e morrendo. Os que sabiam usar seus poderes para combate tentavam, mas pereciam rapidamente. O carro continuou andando e eu continuei vendo aquela cena, Melissa e Clarisse também estavam olhando.

Melissa era muito nova para ver aquele tipo de coisa, mas me toquei que, como aceitamos a missão, ela não só veria mortes, como teria que evitar a sua. Deixei que ela visse, mas mesmo assim ela era muito nova e estava em choque, paralisada de medo, e não era a única, pois Clarisse estava na mesma situação.

Enquanto o carro seguia em frente um homem estava correndo a poucos metros do carro e alçou vôo, mas um Soulless o agarrou pelo peito, apertou sua cintura e o partiu em dois ao meio.

Dei uma boa olhada nos monstros, eles tinham músculos definidos e a pele de todos era branca. Eles pareciam humanos comuns em muitos aspectos, porem era em seus rostos em que se notava a diferença. Seus dentes eram afiados e pontudos, suas línguas eram longas e circulares, mas oque mais os diferenciava dos humanos era que eles não tinham os buracos dos olhos, das orelhas e nem do nariz.

- Acelere! - o homem de terno ordenou ao motorista que pisou fundo no acelerador.

Depois de um tempo, Melissa e Clarisse ainda estavam em choque e eu estava tentando conversar com elas, mas quem as tirou do transe foi o homem de terno.

- Chegamos. – ele disse assim que passamos pelo portão da casa de Clarisse.



O carro parou em frente à porta de entrada e nós entramos na casa de Clarisse com ela na frente.

- Pai! – ela correu até seu pai e o abraçou – Que bom que você esta bem.

O pai de Clarisse era um homem negro, musculoso, careca, com uma barba cheia, feições rígidas de um soldado assim como o homem de terno e tinha um olhar de quem poderia te matar a qualquer segundo, mas, ao vê-lo ficar aliviado por ver Clarisse bem, percebi que ele poderia ser um cara legal. Ele estava sentado numa pequena mesa com um homem em sua frente.

O homem estava em forma, tinha olhos castanhos e uma cicatriz que começava na sua testa e descia até seu queixo, passando pelo olho direito, seu cabelo era preto, mas com alguns fios brancos.

- Ele é o homem que fará parte da nossa equipe? – questionei.

- Sim, o nome dele é Jack. – o homem de terno foi até ele e apertou sua mão – É um prazer ter você conosco.

Jack se levantou e olhou para cada um de nós.

- Você quer que eu trabalhe com crianças Black? – ele olhou para o homem de terno que eu havia acabado de descobrir que se chamava Black – Eu tenho cara de babá?

- E eu tenho cara de quem quer cuidar de vovôs? – eu encarei seus olhos que agora estavam cheios de ódio.

- O que disse moleque? – ele começou a se aproximar de mim – Você se acha o bonzão não é? Já lidei com gente como você, achando que esta no topo do mundo. Você acha que já viu de tudo e que nada te assusta? É porque você não viu o estado em que eu deixei as pessoas que quiseram tirar onda comigo. – ele levantou sua mão e acendeu-a com uma chama ardente perto do meu rosto.

Ativei meu poder de copia. Senti que eu já não podia usar a telecinese, senti meu corpo esquentar, tudo formigava enquanto meu organismo se acostumava rapidamente ao novo poder, a sensação de poder controlar o fogo corria pelo meu corpo, era muito poder destrutivo. Levantei minha mão na altura do rosto dele e acendi uma chama com uma intensidade maior que a dele.

Ele recuou surpreso.

- Desculpa vovô, não queria te assustar. – eu disse ao apagar minha mão e abaixá-la.

- Filho da puta! – ele disse ao tentar me socar com sua mão em chamas.
Levantei minha mão e o bloqueei. Com o impacto de nossas mãos em chamas, faíscas voaram pela sala.

- Agora você está mort… - não terminei a frase, pois o pai de Clarisse nos empurrou, voamos longe e batemos contra a parede deixando algumas rachaduras e caindo no chão.

- Parem com essa bagunça na minha casa. – ele olhou para Black que observava calado como se estivesse se divertindo com o pequeno show – Essa é sua equipe Black?

- Não se preocupe senhor Evans, eles vão aprender a se comportar.

- Continuem bagunçando minha casa que vocês não vão ter essa oportunidade. – ele disse enquanto esmagava uma pedra que havia saído da parede com sua mão.

Eu e Jack apenas concordamos com a cabeça, levantamos nos encarando e ele foi para longe de mim. Copiei a super força de Evans, pois poderia ser útil.

- Venham comigo seus arruaceiros. – ele disse e nós o seguimos.


Absolute PowerWhere stories live. Discover now