O banco da praça continuava sendo o local predileto para as duas se encontrarem e conversarem.
— Oi.
— Olá! — Déboras observava a amiga que chegava andando a passos acelerados.
— Qual é sua decisão? — Assim que Alessandra se sentou, focou a garota.
— Antes de comunicar, eu queria saber: Você também faz isso?
— Sim. É assim que me banco. — A resposta veio simples.
— E os homens? Eles te trataram bem? Você teve algum problema?
Havia certa insegurança na voz da garota.
— Quando saio com eles é tudo tranquilo, mas eu prefiro sair com mulheres.
Déboras ficou estática diante da resposta. Levou algum tempo até ela dizer algo.
— É a sua preferência?
— A minha preferência é dinheiro. — Ela riu descontraindo o clima — Mas confesso que tenho vivido algumas experiências mais interessantes com elas.
— Eu acho que... Eu acho...
— Olha. Você pode escolher, tá?! Sei que se trata de dinheiro, mas é bom quando se faz o que se gosta, né?! — Alessandra tratou de deixar tudo às claras.
— Verdade.
— Pagando bem, que mal tem? — Novas risadas das garotas — Mas e então? O que decidiu?
— Sendo bem franca, acho que sou um pouco tímida para agir dessa forma. Será que consigo?
— Se for o que realmente quer, você consegue. Ainda mais comigo para ajudá-la.
— Confesso que tenho receio. Tive poucas experiências, e foram com caras imaturos. Você me entende, né?!
— Um pouco. — Confessou Alessandra — Não passei exatamente por esse processo.
— Como foi pra você?
— Comecei no primeiro ano do secundário, com um professor. Eu tinha completado quinze anos e ele já tinha mais de quarenta e era casado. Confesso que foi uma paixão por ele. Não sei explicar exatamente o porquê mas, o que importa é que ele me ensinou boa parte do que sei hoje.
— Você se apaixonou por ele?
— Sim. Mas ele tratou de deixar a nossa relação mais racional. Me disse que não seria justo que me transformasse em sua amante, porque ele não pretendia largar a sua família. Então ele me pagava todas às vezes em que transávamos.
— Pôxa, Alessandra. E isso não te machucou?
— Não! Me libertou. Mesmo gostando dele eu me sentia muito livre e foi por isso que comecei a sair com outros homens.
— E quando começou a sair com mulheres?
— Pois é. Fui vista saindo de um motel com um cliente. Era uma policial que fazia ronda. Ela nos seguiu e viu quando ele me deixou perto de uma parada de ônibus. Imediatamente me abordou e mandou que eu entrasse na viatura. Me olhou por alguns instantes e em seguida me beijou. Dali fomos para a casa dela. Foram meses mágicos.
— Uau! Pensei que ela fosse te prender.
— Eu também. — De certo modo, Alessandra se sentiu bem em relatar tudo aquilo — Mas e então. O que você decidiu?
— Você me ajuda?
— Claro que ajudo. Como você quer?
Déboras ponderou um pouco:
— Gostaria de sair com homens, não que eu não possa, no futuro, sair com mulheres, mas é até eu me sentir mais segura.
— Tudo bem.
— E como é a minha primeira vez, encontra alguém legal, tá?
— Fica sossegada.
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BOIN - Amor das Profundezas
RomanceMissões, missões, missões. Boin se entediava, tanto com o tempo gasto, como com o seu papel nelas. Por isso que nelas, buscava se distrair de todas as formas, mas nem sempre conseguia. É quando conhece Pedro. Não! Espera... Ela não conhece Pedro, el...