Capítulo 059

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O seu show foi um fracasso do começo ao fim. Não sendo isso o suficiente, se aproximava o prazo dado pelo dono da boate.

"Uma semana."

A lembrança veio incômoda até ela, que pegava a sua bolsa no camarim. As outras meninas não a olhavam diretamente, mas a observavam com o canto dos olhos. E viram quando ela retirou os 10 dólares da calcinha e colocou na carteira.

"O que vou fazer com esse dinheiro?"

Era uma angústia o que sentia naquele momento. Queria beber, mas o dinheiro não dava. E o barman, já tinha percebido que ela roubava bebidas. Tudo agora ficava trancado e sob o seu olhar atento.

Melissa passou pela porta de serviço e ganhou as ruas gélidas naquele início de madrugada. Olhava para os lados, como quem busca por algo, mas só havia breu, frio e solidão. As lágrimas correram os seus olhos e ela acelerou os passos, desejosa de chegar em casa e, ao menos, tomar um banho.

Se lembrou do período que morou com sua tia, Deuzuite. Foi um bom período, menos por seu tio que era tão autoritário. Ele batia muito na esposa e nos filhos. Quando foi fazer o mesmo com ela, Melissa não permitiu e a briga foi feia. Foi expulsa de casa aos dezenove anos e, naquela idade, iniciou na prostituição. A pior parte da sua vida? Talvez o abandono dos parentes. Perdeu a maioria dos contatos familiares quando souberam que era uma mulher da vida. Uma ou outra prima que, quase nunca, ligava para perguntar como estava.

Duas ruas depois do estabelecimento, ela percebeu alguém na esquina. Ao longe não conseguiu distinguir a silhueta mas, ao se aproximar, o reconheceu:

— Wilson?

— Oi, Melissa. — A voz mantinha o acanhamento habitual. — Sei que não avisei mas, será que podemos ficar juntos hoje?

— Sem problemas. Podemos sim.

— Ótimo! Eu conheço um motel aqui perto, é limpo e higiênic...

— Não precisa. Não precisa. — Ela o interrompeu — Hoje você vai pra minha casa.

— Tem certeza, Melissa? Não quero que se sinta desconfortável.

— Não estou e nem ficarei desconfortável. Não se preocupe.

— Legal! Eu te trouxe isso.

Ele abriu um embrulho, revelando a garrafa de whisky.

— Uau! É o meu preferido. Como adivinhou?

— Eu vi que você bebeu duas mini-garrafas dessa marca lá no motel naquele dia. Decorei o nome e... é isso aí.

Sem mais palavras, ela o abraçou e caminharam pela rua. Conversando, o tempo passou e logo chegaram à entrada do prédio, subiram a escada e acessaram o corredor, até destrancar a porta e entrarem no apartamento.

— Vou me banhar. Você espera?

— Claro. Por favor.

— Tudo bem. — Melissa tirou a roupa e foi para dentro do box.

E Wilson se sentou em um puff na sala. Como ele afundou, quase desaparecendo, achou melhor passar para uma cadeira que ficava mais próxima do banheiro. Dali falou alto:

— Posso te pedir para dar especial atenção aos seus pés? Gostei muito daquele dia.

— Nem precisa pedir. — havia empolgação em sua voz.

Wilson se arrepiou ao ouvir o barulho da escova esfregando o solado dos pés da garota.

— Você é linda.

O elogio veio enquanto ela se enxugava.

— Obrigada! Já estou quase terminando. Só vou passar um creme.

— Não faça isso. Por favor!

— Mas... porque?

— É que o cheiro é bom, mas o gosto não.

Ambos riram.

Assim que Melissa abriu a porta, havia um par de chinelas a aguardando.

— Mais um presente? — ela sorriu se calçando.

— Sim. Para que dê mais descanso para os seus pés.

— Gosta tanto assim, Wilson?

— É fetiche, né!?

Riram novamente.

— Como você quiser.

Diante de Wilson, Melissa jogou a toalha e se aproximou dele, se sentando em seu colo, desabotoando e retirando-lhe a camisa. Tirou-lhe o chapéu e lançou sobre o tapete. Segurou-o pela mão e foram para o quarto. Cuidadoso, ele a deitou e se ajoelhou aos pés da cama. Foram minutos de satisfação em que Melissa sentia os seus dedos serem sugados, lambidos, beijados e, vez ou outra, a garota bebericava um pouco do whisky.

— Que delícia, amor. — Fazia questão de agradá-lo.

Lá embaixo, Wilson besuntava com a sua saliva os pés de Melissa.

— Que bom... que está... gostando.

Ele quase não conseguia falar e, na verdade, até evitava, para não ter que parar. Então ouviu dela:

— Vem chupar outra coisa. Só um pouquinho, vem?!

De onde ele estava, ele tinha perfeita visão da vagina de Melissa.

— Certeza?

Ela segurou-o pela nuca e o puxou contra o seu sexo, enterrando a cara dele em sua intimidade.

— A mais absoluta.

Disse forçando mais ainda. Foi o instante em que os pelos do bigode de Wilson, espetaram os grandes lábios e clitóris de Melissa, somando-se à liberalidade do álcool e ao desejo que Wilson lhe nutria. O resultado foi um orgasmo que a garota se esforçou em conter e, à priori, conseguiu. Porém, vendo a situação da garota, Wilson esfregava, lambia e forçava mais ainda contra a vagina, fazendo o esforço de Melissa cair por terra. Não foram segundos até que Wilson sentiu o líquido quente jorrar em seu queixo.

— Nossa! — Melissa tentava fechar as pernas que ainda tremiam.

— Que... foi? Fiz algo errado?

— Não, é que... é que... foi a minha... foi a minha primeira gozada com um cliente.

— Sério?

— Seríssimo. — e pediu: — Me faz um favor?

— O que é?

E o puxou de uma vez sobre si.

— Faz isso de novo?

A madrugada seguiria quente para o casal.


[Azar No Jogo... Sorte No...]

BOIN - Amor das ProfundezasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora