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Era um trabalho árduo, mas que Samara amava fazer. Não foram à toa os seis anos no curso de medicina, o concurso para a Secretaria de Saúde e o direcionamento para a Equipe Móvel de Atendimento.

— Moma, acelera aí ou vamos perde-lo!

Moma era o motorista da ambulância e auxiliar de enfermagem fazia quatro anos. E trabalhava com Samara havia apenas três semanas. Ele ainda se acostumava com o jeito da médica. A sirene tocava alta e as luzes eram refletidas nas construções laterais. Nas faixas das pistas os veículos se afastavam para os lados dando passagem ao serviço de socorro.

— Não vai adiantar nada se eu bater a viatura.

— Não vai adiantar nada chegarmos com um corpo no hospital.

Ele guiava por um corredor feito pelos veículos enquanto se comunicava com a central do hospital mais próximo pelo microfone do rádio na viatura.

— Hospital Regional! Hospital Regional!

A voz metálica passou pelo pequeno autofalante:

— Prossiga EMA3!

Seguindo com ferido por trauma. Há fratura exposta e possibilidade de hemorragia interna. Chegada em 2 minutos.

— Entendido EMA3. Rampa dois liberada para desembarque — Respondeu a central do Hospital Regional.

Moma sentiu um afago no coração, mas Samara não. Ainda nova na atividade, com menos de dois anos, ela não queria perder nenhum socorrido.

— Acelera! Acelera!

Ela continuava as avaliações na vítima que parecia estável.

— Pára de se intrometer no meu serviço! Cuida do seu! — Moma já vinha se irritando há algum tempo. — Quando pararmos é melhor termos uma conversa.



BOIN - Amor das ProfundezasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora