CAPÍTULO 28 - INCERTEZAS

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Heeeey amoras lindas
Preciso agradecer imensamente ao apoio, aos votos e comentários de vocês ❤️❤️
Estão me ajudando e fazendo toda diferença com isso, vocês são maravilhosas.
Amo vocês!


||SEBASTIAN||

EU TINHA CERTEZA que Cassie estava escondendo algo de mim, o jeito como ela reagiu com um simples abraço por trás me fez desconfiar e ao ver a sua arma na gaveta fez a minha dúvida virar certeza. Dei a chance dela me dizer o que estava acontecendo mas ela disse que estava tudo bem, e não estava.

Cassie é muito diferente das mulheres que já conheci, é independente, arisca e não tem medo de nada. Mesmo que essas caracteristicas sejam positivas isso muitas vezes pode atrapalhar e muito.

A minha desconfiança me fez segui-la até o casarão abandonado e graças a Deus eu fiz isso. Ao chegar no local, percebi que havia mais alguém por ali e fui atrás. Deixei dois de vigia na Cassie e levei o outro comigo, com bastante cautela subimos pelas escadas podres e no segundo comodo eu pude presenciar que a minha detetive estava correndo risco de vida.

O homem de roupas pretas estava de costas próximo a janela, apontando uma arma na sua direção assim que ela desceu da moto e o meu coração veio a boca com medo do que estava por vir. Agi com rapidez lhe dando um chute que jogou sua arma para longe e o peguei por trás apertando seu pescoço com meus braços. Estava com muita raiva e cego de ódio pois ele estava a um fio de matar a Cassie, perguntei quem havia lhe mandado mas ele não disse nada, apenas tentava se defender e cada vez que o ódio subia mais em minhas veias eu apertava mais o seu pescoço. Meu segurança manteve a arma apontada em sua cabeça mas eu queria ouvir daquele desgraçado quem havia mandado matar a detetive. Ele não disse. Quando consegui desmaia-lo, peguei a minha arma silenciosa e tirei três vezes em sua cabeça.

Desci as escadas com a raiva inflamada no meu corpo, fui até ela e a sua cara de surpresa me dizia que ela realmente não me esperava ali. Cassie tentou se explicar mas não quis ouvir, a raiva me cegou. Eu queria gritar com ela, brigar por ela quase ter morrido ao não me dizer o que estava acontecendo. Preferi me calar e leva-la para casa, eu estava a ponto de explodir e eu tenho certeza que as coisas seriam piores se ela me visse assim.

Eu gosto de ter tudo sob controle e saber que eu não tinha controle sob a situação me deixou bastante abalado.

Naquele dia eu não preguei o olho pensando no que poderia ter acontecido, eu estava esgotado. Se algo acontecesse a ela eu não me perdoaria, me culparia pelo resto da minha vida. Cassie é importante demais pra mim e perder uma das únicas pessoas que eu me importo me quebraria completamente. Eu já me sinto um merda por não ter evitado o sequestro da minha irmã e saber que a minha detetive está correndo risco de vida me enlouquece. Ela deveria ter confiado em mim.

A verdade é que Cassie ainda é uma incógnita pra mim.

Sinto que ela não confia em mim o suficiente para me contar tudo e eu já dei provas suficientes para ela confiar. Isso me deixa inseguro pelo que já vivi no passado e mesmo que eu saiba que ela jamais agiria contra mim, ainda estou mal com que aconteceu.

Tem dias que eu não a procuro por estar chateado com que aconteceu mas o que ela não sabe é que eu não deixei de observa-la todos os dias do lado de fora da sua casa, de ficar de olho pessoalmente e me certificar que ela estava segura. Virei duas noites sentado no sofá da sua varanda e mandei os meus seguranças rodar pela casa de meia em meia hora certificando que não havia nenhuma ameaça. Mesmo que eu tenha matado aquele desgraçado, as suspeitas são que ele veio a mando do Mascarenhas e enquanto eu não matar esse homem e pegar a minha irmã eu não dormirei tranquilo.

É a minha obrigação lhe proteger, isso eu jamais deixarei de fazer. Sei que Cassie tem um passado escuro no qual ela não deixa eu saber. Quando a conheci eu consegui sentir que ela havia sofrido muito, uma pessoa quebrada sempre reconhece a outra. Eu queria muito saber o que te tornou essa mulher forte, independente e sem medos, mas ela ainda não consegue dizer e respeito isso. Até hoje não superei o inferno que vivi quando meus pais morreram.

Eu não agi certo em não ter lhe procurado pessoalmente nesses últimos dias, estou muito puto com que aconteceu mas eu mantive meus olhos em cada passo que ela dava. Vi que os seus dias se resumiram em ir ao mercado, escritório e voltar para casa. A solidão piorou quando o seu pai foi embora.

Há dois dias atrás, eu me arrependi do que tinha feito quando a vi cabisbaixa encarando o celular, eu tinha certeza que ela estava esperando uma ligação minha. Pensei em entrar na sua casa e acabar com essa tortura que eu havia construído entre nos dois mas segundos depois eu desisti pois sabia que ela deveria aprender a não esconder nada de mim principalmente quando lhe afeta diretamente.

Russel viu de perto o quanto eu estava mal por estar longe da detetive quando entrou no meu escritório no meio da madrugada e me encontrou bebendo metade de uma garrafa de whisky, eu odiava whisky e só estava bebendo por que me lembrava ela.

- Não me diz que já bebeu metade da garrafa?

Diz sentando de frete pra mim, entorno o resto do liquido ambar pela garganta que desce corroendo.

- Já.

Sirvo outra dose enquanto ele me observa.

- É por causa da detetive não é? - fico em silêncio - Eu sabia que você gostava dela mas não a ponto de beber whisky.

- O whisky me lembra ela.

Ele balança a cabeça, parece não acreditar no que eu disse. Na verdade nem eu acredito. Russel se serve uma dose da bebida antes de dizer.

- É, parece que a Srta. Joplin mexe contigo demais... Mais se você está mal e ela também, por que não a procura?

- Eu sou um bandido porra, e ela não confia em mim.

- Pode ser que ela não confie mas você não sabe o que realmente rolou para ela ser assim. - ele bebe um gole - Você sabe mais do que ninguém que Cassie é uma mulher diferente das outras.

- Esse é o problema. - digo com a voz embargada - Esse é o grande problema.

- Desde o início eu sabia que você não estava atrás dela apenas por causa da investigação, claro que a maior parte até poderia ser mas tinha algo mais. E agora eu pude comprovar isso. - bufo e desabafo.

- Ela me instiga, sua personalidade forte me desafia mas ao mesmo tempo eu quero proteje-la contra o mundo e eu sei que ela jamais permitirá que eu faça isso.

- Realmente, ela não é como as outras mulheres que você fazia de fantoche. A detetive tem uma personalidade forte, não acredito que conseguirá domá-la um dia.

- É meu caro, ela me tem nas mãos e nem sabe.

- E cuidado para que ela não descubra isso. - ele adverte me encarando.

- Eu sou um dos bandidos mais procurados do pais e sempre cuidei para que ninguém descobri-se a minha identidade e os meus negócios, jamais deixaria uma mulher me comandar.

Ele termina a sua bebida e se levanta mas antes de sair diz:

- Lembre-se, uma mulher é essencial na vida de um homem mas pode destruí-lo em um piscar de olhos.

Aquela última frase martelou em minha cabeça por horas e eu não pude deixar de analisar o que mudou depois que eu permiti que a detetive entrasse na minha vida.

(...)

NO DIA SEGUINTE EU recebi uma ótima noticia, uma luz que clareou minha mente sobre o próximo passo que daria para buscar Stacy.

Angelina Piontkovisky.

A mulher comanda metade do Texas, é a inimiga número 1 do Nunes e consegui uma reunião com ela. A curiosidade atiçou Angelina e ela foi até a minha fábrica para que eu pudesse convence-la. Era uma grande oportunidade para por em prática parte do meu plano, eu precisava que ela aceitasse meu plano se juntando a mim e meus homens com o seu exército. Após duas horas de conversa, ela aceitou. Seu homem de confiança modificou algumas partes do meu plano e no final fechamos em fazer uma nova emboscada a Nunes e seus homens. Ela me informou que Mascarenhas estava recuado depois do meu atentado, ele mudou de localização e me disse que ainda estava trabalhando na localização dele. Disse que um ataque agora poderia colocar tudo a perder, já que é o que ele espera no momento, alertou que nós deveríamos ter paciência e cautela antes de por o nosso plano em ação.

Angeline propôs um jantar, fiquei receoso em responder e o nome da Cassie me veio a cabeça na mesma hora mas ao ver a minha reação que não costumava ser assim, se fosse meses atrás aceitaria na mesma hora, Angeline me disse que curtia mulheres e então eu fiquei mais tranquilo. Mesmo que ela quisesse algo comigo, eu não aceitaria. Não penso em me envolver com outra mulher que não seja a minha detetive.

Cassie está tomando o meu coração para si aos poucos, está com ele completamente em suas mãos.

Meu celular toca me acordando dos desvaneios que tive dos últimos dias ruins, Angeline está falando algo mas não estou prestando atenção. Olho o número e vejo que é de Calum um dos meus seguranças que está olhando a casa de Cassie.

- Galvani.

- Patrão é... Eu não sei como mas a Srta. Joplin saiu de casa sem a gente perceber. - travo o maxilar e passo as mãos nos cabelos.

- Tratem de acha-la porra.

Angeline tem a minha atenção e eleva as sobrancelhas.

- É que na verdade só soubemos por que ela chegou em casa muito bêbada com a ajuda da amiga.

Engulo seco e fecho os olhos rapidamente.

- Estou indo pra ai. - desligo - Angeline, eu preciso ir, vou pedir para que um dos meus homens te busque.

- Claro sem problemas, vai salvar a donzela que estava nos seus pensamentos o jantar inteiro. - diz com um meio sorriso.

- Nos falamos em breve - ela assente.

Saio do restaurante as pressas e vou até Josh, que logo fica de prontidão a minha espera.

- Me leve até a casa da detetive o mais rápido possível e peça que alguém venha buscar Angeline. - ele assente e entra no carro.

Assim que o carro para em frente a casa da detetive eu saio correndo até sua porta, aperto a campainha desesperadamente e bato com as mãos na madeira.

- Cassie, abre a porta.

Ninguém responde.

- Louise eu sei que está ai, abra essa porta eu preciso vê-la.

Bato na porta mais vezes e segundos depois a amiga de Cassie aparece na porta com cara de poucos amigos.

- O que você quer aqui?

- Cadê a Cassie?

Passo por ela entrando na casa procurando a minha detetive.

- Ela está dormindo e você não vai até lá, já não basta o que você fez? - me viro para ela.

- O que? Do que você está falando?

Ela cruza os braços enquanto me encara de cara fechada.

- Isso tudo é culpa sua. Você simplesmente a ignorou por dias e traiu ela com outra, você é um canalha.

- O que? Eu nunca trai a Cassie.

- Ah não? Ela te viu com outra mulher de vestido vermelho mais cedo.

Puta que pariu.

- Ela entendeu tudo errado.

A amiga aponta o dedo pra mim e diz se aproximando.

- Você é o errado dessa história e tudo isso é culpa sua. Você a ignorou por dias, nem ao menos um telefonema... Que porra de namorado você é? Você sabe que apesar da postura de durona a Cass é muito frágil e você acabou com ela. Como pôde ter coragem de fazer isso? Você sabe da porra do problema que ela tem com o álcool.

- Eu não... - ela não me deixa falar e altera a voz.

- Você errou e errou feio. Sabe a onde eu encontrei a minha amiga? Caída na mesa de um bar bêbada, chorando por sua causa. - aponta o dedo - Você tem noção da gravidade?

Meu estômago corroe e meu peito se rasga ao meio ao ouvir tudo isso. Eu sou um bosta, eu causei isso tudo por não saber lidar com os meus sentimentos. E magoei a Cassie, não tem dor maior de saber o que eu causei a ela.

- Ela atravessou a porra dos Estados Unidos pra ir ver como você estava e eu apoiei, e na primeira briga você faz isso com ela? Que tipo de ser humano você é?

- Eu.. eu não queria magoa-la, eu jamais quis magoa-la. - digo abalado sentindo as lágrimas aparecerem em meus olhos.

- É mais foi isso que você fez.

Ando de um lado para o outro e passo as mãos pelos cabelos antes de olhar na direção ao seu quarto.

- Deixa eu ver ela.

- NÃO! Você já causou danos demais, vai embora.

- Eu vou cuidar dela, me deixa ficar. - imploro segurando as lágrimas.

- Eu estou cuidado dela e a última pessoa que ela quer ver é você. - ela abre a porta - Agora vai embora e leve esses brutamontes mal encarados com você.

Respiro fundo, seguro a vontade que eu estou de avançar até seu quarto e me dou por derrotado, caminho para fora da casa mas antes dela fechar a porta eu digo:

- Diga para Cass que eu sinto muito, que a última coisa que eu queria era magoa-la.

Louise cruza os braços e da de ombros.

- Vou pensar se direi a ela, eu só peço que dê um tempo, Cassie precisa disso. - assinto e ela fecha a porta.

Caminho para o carro sentindo uma lágrima rolar em meu rosto, me sentindo o pior homem do mundo. Ela não merecia isso, eu a machuquei. Eu machuquei a pessoa que mais merecia o meu amor.

Soco a janela do carro a quebrando em pedaços, um dos meus seguranças vê o meu estado e então se aproxima.

- Senhor, é melhor eu ir dirigindo.

- Não! Peça para alguém trazer um carro pra vocês e não tirem a porra do olho da detetive mas façam isso escondido.

- Sim senhor.

Dou a volta e entro no carro sem me importar que minha mão esteja escorrendo sangue e que eu não esteja bem para dirigir. Nada mais importa, ela me odeia e mais uma vez eu fiz tudo errado.

(...)

DOIS DIAS SE PASSARAM e eu ainda continuo na fossa. Nunca pensei que ficaria na merda por magoar uma mulher, fiz isso a minha vida inteira e nunca me senti tão mal como agora.

Não tenho trabalhado direito pensando nela, no que causei a ela. Cassie não merecia o que fiz e agora o meu peito dói só de pensar que a fiz sofrer.

Pego sua foto que tenho guardada na minha gaveta, tirei com o meu celular no dia em que voltamos do México, ela estava sorridente enquanto eu contava algumas piadas sem graça. Fico lhe admirando enquanto passo meus dedos em seu rosto.

- Eu não queria magoa-la Cass.

Russel interrompe meu momento quando entra na minha sala as pressas e ofegante.

- Que porra tá acontecendo?

- A Srta. Joplin... - ele para pra respirar e eu me desespero ao ouvir seu nome.

- O que tem a Cassie, fala porra. - grito.

- Ela foi para o Texas com o FBI e a SIA.

- O que? - me levanto sem acreditar do que ouvi.

- Parece que o governador recrutou uma equipe enorme para ir atrás da Stacy e Cassie está nessa lista.

Pisco algumas vezes, passo as mãos pela barba e balanço a cabeça sem acreditar no que acabei de ouvir.

- Eu não acredito nisso. - derrubo tudo que está em cima da minha mesa.

- Eu acabei de saber, também não acreditei quando ouvi mas confirmei com o nosso informante do FBI e o nome dela estava na lista como uma das policiais.

Ando de um lado para o outro desesperado.

- Aquela merda do governador de novo e ainda colocou ela como policial... - passo as mãos pelos cabelos - Eu tenho que dar um jeito de ir até lá, Cassie está correndo risco de vida.

- Pirou? Não podemos ir até o Texas, eles vão matar a gente se aparecermos lá.

- Eu não posso ficar parado, preciso traze-la de volta.

- Sebastian se acalme, você sabe mais do que ninguém que não podemos dar as caras no Texas e muito menos com FBI e a SIA lá, seria suicídio. Eles devem estar espalhados por toda cidade inclusive nos aeroportos e rodovias.

Minha cabeça está a mil, nem raciocinar direito eu estou conseguindo depois dessa revelação. A minha Cassie, a minha detetive no Texas com esses merdinhas correndo risco de vida...

- Precisamos de um plano, temos que dar um jeito. Mascarenhas já sabe da identidade dela e ele quer mata-la.

Russel me segura pelos ombros e me encara sério.

- Não faremos plano nenhum e não iremos pra porra do Texas. Se acalma caralho, a detetive está em segurança junto com a SIA. Se tentarmos entrar no Texas com eles lá colocaremos tudo em risco inclusive os negócios. Para e pense em outra solução. O seu parceiro que é do FBI está lá, ele pode fazer a segurança da Cassie mas eu não vou deixar você se foder por causa dela.

Assinto e me afasto dele, Russel está certo isso nunca daria certo. Deve ter policial para tudo quanto é canto no Texas. Ou acabaríamos mortos ou presos.

Deus! Eu vou enlouquecer.

Por que você fez isso comigo Cassie?

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NOTA DA CAAH: O surto é livre hahahah
Eu amo uma mulher vingativa 😎❤️
Façam suas apostas 😘

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