CAPÍTULO 24 - SINAIS

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||CASSIE||

VOLTO PARA A SALA com um pote de pipoca nas mãos e encontro Louise pensativa e meia cabisbaixa, eu sei o por que está assim e odeio seus parentes por isso.

- Lou, não quero te ver triste. - sento ao seu lado - O que seus pais fizeram dessa vez?

Ela passa as mãos sobre os cabelos e respira fundo antes de começar a dizer.

- Você acredita que minha mãe me esperou na porta do meu trabalho, e avisou que meu pai vai me deserdar se eu não voltar a ser quem eu era antes? - ela balança a cabeça - Inacreditável.

- Que babacas... Nossa sua mãe é insuportável e o seu pai é um pau mandado de merda. Não se sujeite as ameaças dela, não vale a pena ficar se estressando por isso.

- Eu sei mas eles são meus pais. Saber que eles nunca vão me aceitar do jeito que eu sou, me machuca muito Cass. - lhe abraço apertado.

- Uma hora eles vão perceber a merda que eles estão fazendo e tenho certeza que vão te pedir desculpas por tudo. - desfaço o abraço e encaro seus olhos - Agora chega, xô tristeza, abre um sorriso agora Louise. - ela não sorrir e então eu ameaço - Se não sorrir irei fazer cócegas.

- Tá... - força um sorriso.

- Assim tá melhor, agora vamos falar de coisas mais interessantes... E o Ryan?

Ela abre um sorriso bobo e escora sua cabeça na mão.

- Ah, tá indo. - franzo as sombrancelhas.

- Já assumiram o que sente?

- Não, quer dizer ele disse que gostava de mim na última vez que nos vimos.

- E você respondeu o que?

- Nada, eu fiquei sem graça.

- Humm... Engraçado, nem parece que é a mesma pessoa que mandou eu ir até o México assumir o que eu sentia, né dona Louise?

- Ah Cass, com você é diferente...

- Diferente por que? Somos iguais, tanto você quanto eu temos traumas da vida. Você dentro de um relacionamento e eu com pessoas que eu amo.

- Ah mais mesmo assim Cass, eu sou trans e não é tão fácil confiar em uma pessoa a ponto de entregar meu coração.

- Mais o Ryan já demonstrou que gosta mesmo de você, o cara deixou de visitar os pais do outro lado do país pra ficar com você quando estava mal pelo que seus pais haviam feitos. - ela sorrir pensativa - Só você que não enxerga que o cara gosta realmente de você.

- Parando pra pensar, realmente ele é um príncipe... Você acredita que ele levou sorvete de morango pra mim? Ele lembrou que eu gostava... - suspira apaixonada.

- Iiii essa carinha ai não engana... Tá apaixonada!

Seu rosto erubece e ela me da um tapa de leve enquanto encho a minha boca de pipoca rindo da sua reação.

- Cala a boca, você não está em condição de me zoar Srta. Cassie Joplin, tá caidinha pelo tatuado gostosão. - reviro os olhos sorrindo.

É verdade.

- Sem exageros Louise. - ela gargalha.

- Esse ai com certeza te pegou de jeito, nunca te vi tão preocupada por um homem, tirando seu pai... Cara, você atravessou os Estados Unidos por ele, tem noção disso?

Me jogo no sofá e cubro meu rosto com as mãos.

- Ah nem me lembra dessa loucura... - sorrio - A onde que eu estava com a cabeça?

- A sua eu não sei mas aposto que a do Sebastian estava dentro de você o final de semana inteiros. - gargalho alto e lhe dou um tapa.

- Que escrota!

- Mais vai falar que é mentira?

Enfio mais pipoca dentro da minha boca para não ter que responder essa pergunta. Só de lembrar.... Uiii.

- Safadona.

- Vamos mudar de assunto Louise?

- Ta, me diz ai qual tamanho do pau mágico dele?

Arregalo os olhos e lhe taco uma almofada.

- Meu Deus Louise...

(...)

- DIRETO, DIRETO, cruzado, direto, direto, gancho.

Alec grita rondando a sala enquanto nós, meros alunos treinamos uns com os outros.

- Acho que o Alec não acordou bem hoje, ta pegando pesado. - Josh diz sorrindo enquanto treinamos.

- Ele tá mal humorado.

- Tem dias que ele tá assim...

Não digo mais nada e continuo meu treino. No final da aula eu vou até o vestiário, tomo um banho e recolho as minhas coisas antes de ir embora. Quando viro o corredor da academia Alec está trancando a sala ao me vê abre um meio sorriso.

- Hey.

- Oi, e ai tudo bem? Te achei um pouco tenso hoje. - pergunto.

- Algumas preocupações.

- Hum, a sua mãe está bem? - andamos lado a lado em direção a escadas.

- Sim, não tem nada haver com a minha família não.

- Ata. - não aprofundo.

- E você como está?

- Estou bem, com alguns problemas mais nada que eu não possa resolver.

- É sobre aquele caso sigiloso? - estamos descendo as escadas.

- Sim, estou preocupada a meses trabalhando nesse caso e nada solucionado... - bufo.

- Calma você vai conseguir fechar esse caso.

- Tchau Alec, tchau Cassie. - Grace diz da recepção antes da gente passar pela catraca.

- Tchau Grace.

- Até amanhã. - Alec da um tchauzinho pra ela.

- Assim espero...

- Cassie! - ouço me gritar.

Antes de me virar eu sei que é ele, pelo cheiro do seu perfume amadeirado e do cigarro de menta. Fecho os olhos rapidamente sabendo que estar no meio de Sebastian e Alec não será nada agradável. Me viro e encontro seus olhos verdes escuros fixados em Alec enquanto ele se aproxima.

Droga.

- Oi Sebastian.

- Vim te buscar. - diz voltando seus olhos para os meus.

Consigo sentir no ar a tensão que se instaura entre nós três, especificamente entre eles dois mas tento manter a calma e a paz entre ambos.

- Alec esse é Sebastian... - fico sem ter um termo específico para falar quem Sebastian é na minha vida e isso me deixa confusa por alguns segundos - Sebastian esse é Alec meu professor de Kiki boxing.

Como se ele não soubesse...

Alec é o primeiro a estender a mão, seu rosto é duro e ele encara Sebastian da mesma forma. Por alguns segundos eu fico imaginando que talvez Sebastian não ceda tão fácil a ponto de querer apertar sua mão mas para a minha pequena paz interior, ele aperta a mão do meu professor e os dois se encaram firmemente.

- Prazer.

Sebastian não responde, apenas assente e seu semblante se fecha completamente.

Deus, é hoje que eu apanho tentando separar uma briga.

Depois de alguns segundos que se pareceram horas, os dois afastam as mãos e logo sinto uma das mãos de Sebastian na minha cintura, ele me puxa grudando nossas cinturas na intenção de marcar território, óbvio. Encaro Alec rapidamente e vejo ele travar o maxilar mas não diz nada. Eu me sinto mal por ser a causa desse momento tão constrangedor pra mim.

Como imã, volto meu olhar para Sebastian. Seus olhos intensos mergulham nos meus e ele trava o maxilar, na mesma hora eu vejo que ele está muito puto.

- Podemos ir? - pergunta me encarando e apenas assinto antes de olhar para Alec novamente.

- Tchau Alec.

- Tchau, até terça Cass.

Porra, por que ele me chamar dessa forma?

Me viro assim como Sebastian e andamos lado a lado com a sua mão nas minhas costas. Alec foi para o lado contrário mas a tensão continua no ar.

- O que houve com a sua moto? - pergunta seco.

- Coloquei ela pra consertar, está com problemas no motor.

Ele abre a porta pra mim sem dizer um palavra e a pequena viagem até a minha casa é inundada de um silêncio perturbador. O clima entre nós dois estava bastante estranho. Por diversas vezes eu me virei para ele na intensão de perguntar o que estava acontecendo, mas a sua carranca me deixava receosa de perguntar algo e acabar em uma discussão.

Ao descer do carro nem espero ele dar a volta e abro a minha porta, ele não diz nada e caminhamos até a minha porta, antes de abri-la encaro sua carranca.

- Tá bom Sebastian, me diz por que você está com essa carranca horrível desde a hora em que nos encontramos? - pergunto com as mãos na cintura.

Ele respira fundo e passa as mãos nos cabelos.

- Eu não quero você tendo aula com esse professorzinho de merda. - arregalo os olhos.

- Você esqueceu da parte que não manda em mim. Tá louco?

- Porra Cassie ele é a fim de você, tá na cara que ele quer te levar pra cama.

- Sebastian, Alec é meu professor nada mais.

- Independente caralho... Por que você não disse a ele que era a minha namorada? E que eu era o seu homem?

Merda.

- Ué, eu não sabia o que dizer, na verdade eu nem sabia que já havia rotulado o que temos.

- Por a acaso tá a fim de dar pra ele também? - altera a voz.

Abro minha boca surpresa com a sua grosseria.

- O que? Você ao menos se escutou? Eu não sou suas putas porra. - grito irritada.

Ele fica em silêncio e eu continuo.

- Acho melhor você medir as palavras antes de falar comigo, eu não sou uma qualquer e nunca te desrespeitei. - aponto o dedo para ele - Agora vai embora.

- Não, eu vou entrar.

- Não! Você vai voltar pra casa, quando aprender a conversar como gente, sem ofender o outro você volta. - balanço a cabeça puta - Você foi un escroto.

- Cassie... - ele tenta se aproximar.

- Não! - digo encarando seus olhos - Boa noite Sebastian. - bato a porta na sua cara.

Que idiota.

Ouço ele resmungar xingando e batendo o pé enquanto volta para o carro. Quando vejo que seu carro já foi eu me escoro sobre a porta pensando no quanto ele foi babaca hoje.

(...)

NA MANHÃ SEGUINTE, acordei mal mesmo sabendo que eu não tive culpa em absolutamente nada do que aconteceu. Ele não deveria ter falado comigo daquela maneira.

Bufo e me levanto da cama, preciso esquecer isso e focar no desaparecimento de Stacy. Tomo un banho quente, coloco roupas quentinhas e faço café, o dia amanheceu chuvoso e com temperatura baixa.

Vou até o pequeno escritório que tenho em casa e pego o notebook dela, hoje não estou a fim de ir ao escritório que fica próximo ao centro, até por que não tenho pegado casos por fora e isso está lotando as minha caixa de mensagem.

Abro a pasta ferramentas procurando se há alguma obstrução no seu notebook ou se alguém acessou ele de longe através de hacker. Estreito os olhos ao ver que a luz da câmera dele está azul, ou seja a câmera está ligada. Fecho o notebook na mesma hora preocupada com quem poderia ser do outro lado da tela. Tiro a bateria e paro pensativa, será que alguém me viu através dá câmera? Ou pior, tem a minha localização?

Merda Cassie.

Irei pedir ajuda a um conhecido meu que é hacker pra vê se ele descobre algo, não saber se tinha alguém do outro lado ou não me preocupa de mais. Espero que nada disso atrapalhe a minha investigação.

(...)

NO FINAL DA TARDE a minha campainha toca, olho para porta pensativa sabendo quem pode estar do outro lado dela. Respiro fundo e caminho até a porta contraditória. Quando abro, meus olhos arregalam ao ver quem está na minha frente.

- Papai?

- Olá minha filha, já que você quase nunca vai me ver eu resolvi te fazer uma visita.

Ah droga, terei que lidar com mais essa agora.

__________
NOTA DA CAAH: Oh Sebastian vacilou ein 😒
Pai da Cass em Toronto, será que teremos apresentação do namorado?
Beijinhos 😘

Desejo Perigoso Where stories live. Discover now