q u a t r o

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Bae's POV.

Olhei para as horas, 21:55. O meu estômago revirou enquanto eu andava para a porta das traseiras. Devo ir? Voltei a olhar para o relógio, já tinha passado um minuto.Suspirei e andei para a porta das traseiras devagar. Abri as cortinas, vendo a sombra de uma pessoa. Harry. De repente a sua cabeça levanta, olhando para mim mesmo antes de eu deixar as cortinas caírem.

"Bae." Ouvi a voz dele e congelei. Não penses, não penses. "Bae, são 10 horas.

Disseste que vinhas aqui para falarmos." A voz dele era calma e suave.

Hesitante, agarrei a maçaneta da porta lentamente, torcendo-a e puxando-a para abrir apenas um bocado.  "Okay.. fala." Disse, mantendo a minha voz baixa para não acordar a minha mãe. Apesar dela dormir que nem uma pedra. "Bae, vem cá fora." A sua voz estava baixa agora. Olhei nos seus olhos, vendo que eram de um verde escuro. Abri a porta, e saí de casa. Eu tinha vestido umas calças de fato de treino e uma camisola.

Olhei à minha volta, uma fina camada de neve cobria o chão. Parei quando vi os pés de Harry. Descalços. Eles estavam roxos e cheios de feridas.

Senti pena dela, deviam estar a doer. "Não, não estão." Olhei para ele. "Desculpa?" Harry não respondeu,

Reparei que ele não estava na minha varanda.

"Porque não estás calçado?" Perguntei-lhe, vendo que ele ligeiramente mexeu os dedos dos pés. "Não preciso deles." Ele disse, com a voz baixa. Franzi as sobrancelhas, mas decidi não o pressionar. Ficou tudo em silêncio antes de eu lhe perguntar, "Harry, o que aconteceu na noite passada?" Olhei para ele, as suas sobrancelhas estavam franzidas, o seu lábio inferior estava preso entre os dentes e ele estava a olhar para a neve no chão. "Eu deixo-te nervosa?" Perguntou, ignorando a minha resposta. Sim, estou aterrorizada. "Não." Menti, não olhando para ele. Harry ficou calado uns segundos, "Eu preciso de saber se posso confiar em ti e se não vais contar a ninguém." Disse, sem nunca deixar de olhar para mim.

"Como?" Perguntei, olhando para ele finalmente.

"Deixa-me entrar." Ele disse, os olhos dele estavam com uma cor diferente. "Deixar-te entrar?"Perguntei-lhe, confusa. "Deixa-me explicar, convida-me para entrar."

Disse, a voz dele era mais profunda agora. Abanei a cabeça, "N-Não." Como é que eu deixando-o entrar, pode mostrar que ele pode confiar em mim? Harry levantou a sobrancelha, "Vem aqui então." Disse, apontando para o quintal. Abanei a cabeça outra vez, "Não."

Vi o olhar do Harry ficar ainda mais escuro. "Pelo menos convida-me para a varanda." Eu preciso de o convidar para ele vir para a minha varanda? "Okay.." Nem sequer pensei, só queria perceber o que ía acontecer. "Podes entrar?" Disse mais como uma pergunta. Harry abanou a cabeça, "Tens de dizer, eu convido-te para a varanda." E eu repeti, sem sequer pensar duas vezes. "Eu convido-te para a varanda." De repente, Harry estava a minha frente com os olhos vermelhos. Engasguei-me, indo para ao pé da porta. "Eu não te vou fazer nada." Disse, os olhos dele estavam verdes novamente. Suspirei, a pensar de ía embora ou não. "Não vás." Harry disse rapidamente, agarrando no meu pulso. Saltei, tentando que ele me largasse.

"Harry larga-me." Disse, puxando o meu braço. "Não, enquanto não me deixares explicar." Disse. "Okay, explica." Murmurei, porque é que ele me ia explicar isto, ele nem sequer me conhece. Harry riu, "Oh Bae, conheço-te mais do que tu imaginas." Disse, abanando a cabeça. Decidi não lhe pedir explicaçoes sobre o que ele disse, apenas ignorei. "Explica por favor, porque ao contrário de ti, os meus pés não aguentam este tempo." Não queria soar rude, mas sooei.

"Okay," Ele mordeu o lábio, pensando. "Acreditas em pessoas que estão mortas, mas vivas? E não, não estou a falar de zombies." Disse com a voz séria. "Vampiros?" Perguntei, confusa.

Ele assentiu, "Hum, não. Isto não é o filme do Drácula, isto é o mundo real." Ri.

De repente ele ficou sério e pálido, mais do que já era. Parei de rir, Okay, não tem graça. "Okay, é hum...possível." Murmurei. "O que é que os vampiros conseguem fazer?" perguntou. A madeira rachou e eu puxei o braço quando ele estava distraído. 

Os braços dele são gelados, muito. Harry olhou para mim à espera que respondesse, "Bem...eles bebem sangue." Ele assentiu, "São frios. Precisam de ser convidados para entrar nalguma casa, correm muito rápido e só saem à noite." Disse, olhando para ele.

"Tenta lembrar-te da segunda vez que nós nos vimos." Ele disse, com os braços cruzados.

Tentei lembrar-me, o Harry mandou-se ao chão quando viu o líquido vermelho, ele correu muito depressa, eu só o vejo à noite... Oh meu Deus. "H-Harry tu és-" Ele assentiu, sem dizer nada. Deu um passo em frente, estando mais perto de mim. Estremeci, agarrando na maçaneta da porta. "Bae, não tenhas medo." Disse esticando a mão devagar para me agarrar. Os seus dedos tocaram levemente na minha camisola antes de eu rodar a maçaneta e entrar em casa. "Bae!"

Harry disse, com pânico visível na sua voz. Não não não, ele está a mentir. É só... uma piada sem graça. "Bae, isto não é uma piada." Disse, a sua mão estava no vidro da porta, mas ele não de atrevia a entrar.

Voltei a pensar nas notícias, três pessoas foram encontradas mortas. "F-Foste tu? Matas-te aquelas pessoas?"  Perguntei. "Sim." Disse "É a única maneira que eu tenho para sobreviver, se eu pudesse eu mudava, mas não posso." Disse, ele queria entrar, eu sentia isso. Abanei a cabeça, eu não quero saber. Ele não devia estar aqui. "Bae por favor, vamos falar." Disse, quase a implorar. "Porque é que tu queres falar comigo?! Nós não nos conhecemos!" Gritei.

"Bae, são 10:30 da noite querida, porque estás acordada?" Disse a minha mãe. "Por nada mãe, volta para a cama." Disse, olhando para ela. Quando voltei a olhar para a porta, Harry já não estava lá. A minha mãe não disse nada, só assentiu e voltou para o seu quarto. Fui em direção à porta, agarrei na maçaneta e olhei para a rua. Saltei quando vi o Harry na sua varanda, agarrado ao corrimão, ele ía abrir a boca, mas eu fechei a porta, trancando-a. Fui para o quarto da minha mãe e deitei-me na cama dela. Eu preciso dela, mesmo que esteja a dormir... eu preciso dela.

Levantei o seu braço, coloquei-o na minha cintura e aconcheguei-me, sentindo um leve aperto. Sorri e adormeci.

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Olá meninas! Desculpem ter demorando tanto a postar este capítulo, mas tenho estado muito ocupada, desculpem, desculpem. desculpem!! Mas hoje finalmente postei ehehehe 

Mais uma vez lembro-vos que a escritora desta história maravilhosa é "gayboyharry", por favor sigam-na, ela merece.

Beijinho-vos ♥🌹

Midnight h.s. // ptWhere stories live. Discover now