Capítulo Quartoze: Loucuras de amor

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Anos mais tarde. Uma linda catedral da Grande Manchester estava pronta para uma cerimônia de casamento, estando decorada tanto por dentro quanto por fora, e os convidados já estavam apostos em seus lugares. Dentre eles, estavam John e Alice, que eram os prestigiados por um dos anfitriões daquele evento.

– Você está suando de nervoso ou é impressão minha, Ryan? – perguntou Alice, observando o seu rosto.

Ryan olhou de lado para a irmã, havendo um tempo para pensar.

– Se eu disser que é por causa do meu terno, você não acreditaria.

– Prefiro acreditar no que o meu irmão diz – disse ela, sendo humorada. Alice percebeu que seu companheiro estava muito calado. – John?

– Sim, Alice – sorriu de repente.

– Você está meio aéreo... Já está pensando em uma cerimônia dessas para quando casarmos?

– Quase isso.

Um elegante carro surgia no horizonte. Quem estava em frente da catedral, já começaram a fazer um corredor, contornando um tapete vermelho, para dar passagem da calçada à porta. Esse carro estacionou conforme o esperado. O motorista saiu do veículo e abriu a porta traseira lentamente. Aos poucos, a noiva saía do carro, e todos a olhavam com uma imensa expectativa de vê-la por completo. Então, a noiva que todos queriam ver pronta era a Nathaly, toda produzida para um dia que todas as mulheres desejam ter.

Nathaly passava pelo tapete enquanto olhava para os lados, distribuindo sorrisos. Seu pai e Juliana a esperavam ansiosos na porta.

– Ual, Nathaly. Você está muito, mas muito bonita – elogiou Juliana, toda entusiasmada.

– Obrigada – agradeceu.

– Filha...

Nathaly olhou para o pai, erguendo suas sobrancelhas sob um sorriso de lábio.

– Estou orgulhoso de você. Seja feliz nessa nova etapa em sua vida.

As portas se abriram. E todos se levantaram. Nathaly, de braços dados ao pai, entrava rumo ao altar. Ryan, esperando, recebeu sua futura esposa das mãos do seu futuro sogro, que desceu e tomou assento entre Clara e Juliana na primeira fileira. Após a primeira parte da cerimônia, as pessoas sentaram-se, e o padre iniciou a parte mais importante do casamento: o selar da união. Em uma das fileiras, John não parava de balançar suas pernas. Alice sentia aquela tremulação ao seu lado, chegando a olhá-lo com um desconforto. Mas não disse nada, preferindo prestar a atenção na cerimônia.

Depois de toda aquela roteirização, o padre chegou ao momento-chave para o matrimônio:

– Agora, se houver alguém que se opõe a este matrimônio, fale agora ou cale-se para sempre – disse o padre.

– Eu! – gritou John, ao levantar-se do banco.

Todos olharam para ele. Alice não sabia onde colocar sua cabeça.

– Sou eu quem deveria estar aí. – Ele olhou para Nathaly. – Porque eu amo você, Nathaly.

Nathaly arregalou os olhos e olhou temerosamente para Ryan. O que John falara deixou Ryan visivelmente tenso diante daquela vergonha e silêncio gerados no ambiente, e não sabia o que fazer; apenas fechou os olhos. De repente, ele os abriu e se via em seu quarto com o rosto pingando de suor. Com tudo, levantou-se e olhou o relógio na parede, que marcava dez e meia da noite. Toda aquela cena de casamento era apena um sonho.

Ryan se encontrava andando pelas ruas do bairro naquela noite fria. Ele chegou a uma casa e começou a bater na porta insistentemente. Mas ninguém o atendia.

A Filha da Natureza - Volume 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora