Capítulo Treze: A má justiça

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A justiça de Southampton marcou a audiência para o julgamento de Dylan Smith, indiciado como o provocador do acidente envolvendo o novo transatlântico Relic Titanic. O órgão local convocou alguns dos passageiros e familiares de outros que perderam a vida na queda da chaminé, além dos tripulantes, para testemunho e acompanhar o julgamento. O aviso para comparecimento à audiência foi através de cartas convocatórias.

– Querido. Você já leu a carta que recebemos? – perguntou Luiza, olhando seu esposo se arrumando no quarto do casal.

– Foi uma das primeiras coisas que vi em meio às nossas correspondências essa semana, Luiza.

– Por que não arrumamos as nossas coisas ainda? Precisamos estar no hotel indicado hoje para o julgamento de amanhã.

– Nós temos compromissos importantes.

– Mas aquela carta não foi um chamado. Foi uma convocação.

Eduard parou o que estava fazendo, virando-se para ela.

– Não se preocupe. O nosso advogado entrará com a justificativa da ausência – explicou. – Então, você pode trabalhar tranquila na empresa enquanto eu trato de um compromisso amanhã.

– Sim. Estou sabendo do seu compromisso, que não é nada vulgar para que eu possa saber.

Ele continuou olhando para ela totalmente despreocupado das circunstâncias e o que seria de amanhã. O foco era o hoje para ele.

Uma mesma carta chegou à casa dos Kates durante a semana. Eles já estavam se organizando para ir ao respectivo hotel de Southampton, colocando algumas malas no carro.

– Minha filha. Essas malas são pesadas para você – disse Clara, vendo Nathaly sair da casa com duas malas. – Devia ter deixado-as para o seu pai.

– Aí, mãe – riu. – Olha, eu não sou mais uma criança. Ainda mais, posso adquirir força física.

– Mas você é uma dama, independente dos seus poderes.

Steven se aproximou da esposa, sorrindo para sua família.

– Deixa, querida. Se ela se sente bem fazendo isso, deixa – disse ele. – Para não dizerem que sou mau...

Ele pegou as duas malas que a filha carregava. Eram as únicas que faltavam colocar no carro. Assim, Nathaly pegou a chave da casa para trancá-la. E iniciaram a ida à cidade.

A viagem ao destino durou três horas, mais alguns minutos para a procura do hotel. Na recepção do lugar, toda uma assistência fora dada à família desde o atendimento à pessoa física até o carregar das malas ao quarto reservado.

Subindo as escadas com os seus pais, Nathaly foi segurada.

– Com licença, senhorita.

Ela olhou para trás rapidamente.

– Sou eu. Aquele homem que salvaste no elevador do navio.

Steven e Clara viram-na com aquele homem, parada nos primeiros degraus. Como pai, Steven já pensava em defendê-la, mesmo não sabendo o que era. Podia ser visto em sua cara.

– Está tudo bem, pai – garantiu. – Vão. Eu já estou indo.

O pedido foi concedido, e deixaram-na no térreo com o homem. Esse homem a levou a um canto dali.

– Desculpe-me em lhe assustar, senhorita – desculpou-se. – Meu nome é Benjamin. Benjamin Holmes. E o seu?

– Meu nome é Nathaly Kate – respondeu.

A Filha da Natureza - Volume 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora