Capítulo Oito: Em Débito com um Espírito

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Penitenciária da Grande Manchester. Lá, era o lugar onde Alice manteve-se presa por alguns dias no setor feminino, e o dia da sua liberdade havia chegado. Porém, alguns papéis regulatórios precisavam ser compensados para colocá-la em liberdade. Seus pais estavam fazendo isso junto ao diretor do lugar enquanto John, que viera com eles, estava com a namorada na sala de visita.

– Não vejo a hora de sair daqui e voltar à minha vida normalmente – disse Alice. – E eu estava com muita saudade de você, John.

– Eu também estava, Alice – contou. – Se eu pudesse trazer alguns agrados para você, eu os traria. Mas nem tudo é permitido aqui. – Ele olhava para os lados.

– Pelo menos, você me visitou nessa e outras ocasiões – sorriu. – Ai... Quanto tempo irá demorar para eu sair daqui, hein?

– Fica tranquila, amor. Seus pais estão resolvendo os papéis da sua liberdade – disse ele. – Olha, haverá uma festa formal entre pais, alunos e professores na escola amanhã, no começo da noite. Não é um dia perfeito para comemorar sua liberdade?

– Sério, John? Bacana!

Curiosamente, Eduard marcava presença no mesmo presídio. Ele andava pelos corredores, acompanhado por um policial e um carcereiro, indo à sala de visitas. Dentro da sala, Lauren Dixon e as duas amigas e companheiras de cela o esperavam.

– O que quer conosco agora, Sr. Butzek? – perguntou Lauren, sempre tomando à frente para falar. – Bateu um arrependimento e veio para nos libertar?

– Não, Srta. Dixon. Eu vim para tirar uma dúvida com vocês – disse ele, ajuntando as mãos e apoiando-se na mesa. – Da onde vocês tiraram tanta força para arrancar o meu cofre da parede?

Uma das suas amigas já ia dar com a língua nos dentes para responder aquela pergunta, trazendo a atenção de Eduard para si. Mas Lauren a impediu, interrompendo seu raciocínio logo na primeira palavra.

– Primeiramente, a sua filha deve ter contado isso – presumiu. – Realmente, não foi algo criado a parti dela.

– Bem, não foi essa a pergunta que eu fiz; eu acredito em minha filha – desconsiderou.

– Calma. Há a parte dois do meu discurso. – Lauren aproximou-se dele, levantando-se parcialmente da cadeira e apoiando-se na mesa. – Se quiser saber o segredo, queremos em troca a nossa liberdade, assim como você vez com Alice.

– Chantagens não estão na nossa pauta, Srta. Dixon. Portanto, comporte-se.

Ela tomou assento e escorou-se no encosto da cadeira. Tudo sem pressa.

– É. Mas cientistas como você precisam se arriscar. É tudo ou nada – sorriu, se garantindo.

De repente, um estrondo pôde ser ouvido da sala, chegando a tremer o chão. Todos ficaram preocupados e se levantavam lentamente da mesa.

– Eu juro que não fui eu – disse Lauren, erguendo as mãos para o cientista, que a olhava.

Alice e John, que estavam em outra sala bem distante, também sentiram o estranho impacto. O carcereiro acompanhante de Alice que estava do lado de fora da sala atendeu ao telefone ao lado da porta.

– Sim? – disse o carcereiro.

– Houve uma explosão que originou ao um incêndio na penitenciária! – alertou-o um policial. – Chame os demais da equipe para conduzir os prisioneiros e fazer aquele esquema. Rápido!

Ele rapidamente mais os outros da equipe se mobilizaram. Depois, cada um entrou nas suas respectivas salas de visita para começar a alertar e separar os visitantes e os presos para a fuga e buscar abrigo. Isso acontecia em todos os setores da prisão, acarretando muita correria pelos corredores. Sobre o motivo da explosão, era desconhecida; o incêndio se espalhava muito rápido, chegando a algumas celas que já tinham sido vazias pela providência tomada. Essas celas, feitas por fundição com alguns minerais modificados, começaram a ser consumidas pelo fogo. Alguns funcionários se arriscavam apagar as chamas jogando baldes e mais baldes de água, gerando mais fumaça internamente.

A Filha da Natureza - Volume 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora