Capítulo Onze: Os Desejos de um Halloween

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A direção da escola planejou uma festa noturna – em um horário acessível – como uma comemoração de mais um Halloween na vida dos ingleses. No meio dessa festa, haveria um baile que também fora promovido pela escola. Nada como algo romântico atrás de uma festa assustadora. Assim, com tantas outras novidades, a expectativa da festa aumentou ainda mais, quando esse dia havia chegado.

Já era noite, poucos minutos para começar a festa na escola. Nathaly ainda estava em seu quarto já vestida com um lindo vestido, da mesma cor de seus olhos, sendo a cor predominante, e alguns detalhes em branco, que fora especialmente comprado pelos seus pais para ir a essa festa, e bem maquiada.

– Filha? – chamou Steven, abrindo a porta lentamente. – O que houve? Por que a demora?

– Nada, pai – respondeu, virando-se para ele. – Mulheres demoram a se arrumar.

– Mas não tanto quanto você... O que está havendo? Você parece um pouco abatida. – Ele chegou mais perto dela. – É sobre o baile que você nos falou que ia ter além da festa?

– Sim, pai – confessou. – Como eu vou chegar lá sem ter um par? Além do mais, você não estará comigo e nem a minha mãe.

– Sim, infelizmente. Mas você não se arriscou a aceitar algum convite de algum garoto de sua sala ou alguma coisa assim?

– Não – respondeu. – Eu ainda carrego aquele receio por eu ser tão diferente das demais pessoas e poder machucá-las ou descobrirem algo sobre mim.

– Filha... Eu torno a dizer que você precisa ter uma vida normal, mesmo sendo assim, tão diferente – disse ele, olhando nos olhos dela. – Não se esqueça de que, pessoas diferentes, como você bem disse, possuem algo especial dentro delas.

Nathaly já olhou incentivada para o pai.

– Então, mesmo você não ter arranjado ninguém para fazer par com você, vai a essa festa mesmo assim. Não se limite ao baile – incentivou. – Afinal, sua mãe e eu compramos esse vestido para te ver mais feliz do que você já é. Sinta-se livre com ele.

– Sabe, pai... Por isso você é um dos melhores pais que um filho pode ter – sorriu. – Obrigada por tudo.

– Eu apenas quero te ver bem, filha – disse o pai, também sorrindo. – Agora, vamos lá. Sua mãe quer lhe ver como você está com esse vestido, e eu gostaria de levá-la no carro.

A festa já estava rolando no imenso pátio da escola, e Nathaly chegou. Andando de vagar e observando o lugar todo arrumado, bem decorado e vendo pessoas fantasiadas, ela de repente sentiu uma leve dor em seu braço direito. Era o efeito radioativo vindo de uma luz azulada de uma abóbora que estava ao seu lado. Essa luz emitia raios à base de minerais modificados.

– Aí! – queixou-se e curvou-se disfarçadamente. – Eu não deveria ter vindo.

Como aquela radiação já estava a incomodando mais, Nathaly se afastou na mesma hora, o que a fez se esbarrar em Juliana, que estava com o seu par.

– Nathaly? Está com medo daquela abóbora? – brincou Juliana.

– Desculpa, Juliana. Eu apenas me desequilibrei com o meu salto – disfarçou.

– Por que demorou?

– Você sabe. Nós, mulheres, demoramos nos arrumar.

– Entendo – compreendeu. – Olha. Esse é o meu par para o baile. Ele é de outra turma.

O garoto que fazia par com a amiga se apresentou para Nathaly.

– Quanto a você, amiga? Cadê o seu par, poxa?

A Filha da Natureza - Volume 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora