Benjamin notou uma desconfiança em sua resposta.
– Tudo bem, Srta. Kate. – Ele chegou perto dos ouvidos dela. – Seu segredo está muito bem guardado comigo; você foi um anjo naquele navio.
– Obrigada – riu sem graça.
– Na verdade, se não fosse aquele crápula do Sr. Smith, nada disso teria acontecido.
O homem começou a desabafar mais coisas, revelando o que pensava do réu projetista. Respeitando aquela fúria interna, Nathaly se fazia de um ouvido amigo, e não falava nada.
– Você não acha que pessoas desse perfil, assassino, deveriam pagar com a vida e não ser apenas julgado para viver alguns anos na cadeia?
– Eu acho que esse tempo já passou, Sr. Holmes.
– Você nunca quis fazer justiça contra alguma adversidade?
– Sr. Holmes. A justiça está aí para isso. Esse não é o caminho certo.
– Se eu tivesse algum poder, não perderia se quer uma oportunidade de punir infratores, que colocam a vida de inocentes em risco.
– O senhor está um pouco exaltado depois do que vivenciou. Acalme-se.
Nathaly pegou um copo com água e levou até ele.
– Obrigado.
– Agora, eu preciso ir. E se prepare para manter-se firme na hora do julgamento.
– Tentarei.
Ela se retirou. Benjamin bebia lentamente aquela água, e olhava para o interior do copo. A lentidão devia-se aos seus pensamentos. Em meio a eles, ele recordou de uma das suas frases ditas na conversa:
"Se eu tivesse algum poder, não perderia se quer uma oportunidade de punir infratores..."
Então, ele ergueu sua cabeça e colocou a mão no queixo.
– Se eu tivesse algum poder...
Depois de beber toda a água, ele amassou o copo com toda a força, levantou-se, jogou o copo amassado no lixo e foi tragar um charuto lá fora.
Nathaly estava subindo os andares quando, em um dos corredores, ela encontrou o seu amigo John, também convocado para compor o julgamento.
– Oi, John – disse ela, surpresa.
– Olá, Nathaly. – Ele se aproximou. – O mundo não é pequeno para nós. É minúsculo.
O comportamento dele estava estranho, mesmo expondo seu característico sorriso. Parecia que ele estava preocupado com alguma coisa. Isso começou a ficar evidente em sua face. Nathaly percebeu o seu atual comportamento, e chegou perto dele, colocando a mão no ombro do amigo.
– Está nervoso sobre amanhã? Se estiver, eu já lhe adianto que ninguém vai nos perguntar nada.
– Não é isso. Estou tranquilo quanto a isso – disse ele, dando algumas risadas secas e olhando para outras coisas em volta, menos para Nathaly.
– Como você um dia disse para mim, seus olhos não mentem – ressaltou. – O que aconteceu?
John olhou para ela, que já o observava com aqueles olhos verdes e inclinando um pouco a cabeça para o lado para tentar uma melhor atenção dele. Aquela pequena pressão originada pela a preocupação dela o fez contar a verdade, envolvendo a aflição de sua namorada com o seu pai, que ainda estava no mesmo quadro de saúde no hospital, em coma. A situação estava o afligindo também, por ver Alice sofrendo.
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A Filha da Natureza - Volume 1
Science FictionSinopse: Nathaly Kate é uma bela jovem inglesa dos raros olhos verdes do século XX, que vive na industrial cidade e revolucionária Manchester com os seus pais Steven e Clara Kate, sendo um fruto milagroso após ela e sua mãe sobreviverem a uma intens...
Capítulo Treze: A má justiça
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