A revolução Russa

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15 dias depois

Palácio de Peterhof – (22:00hrs)

Quinze dias se passaram desde a ameaça de Rasputin, que está se cumprindo neste exato momento. Estou de mãos dadas com minha vó, correndo imediatamente deste castelo, nosso povo está fazendo uma revolução e estão quebrando os portões do castelo prontos para invadir.

Guardas bolcheviques já entraram e mataram toda minha família, meu coração aperta e as lágrimas descem como cachoeiras.
Minha avó só conseguiu proteger a mim, eu e ela nos escondemos e os outros membros da família foram pegos e mortos a tiros e pancadas! Meu pai, minha mãe, Olga, Tatiana, Maria e... Alexey.

As pessoas de todo o castelo estão correndo para lá e para cá tentando fugir de nosso povo que estão tentando quebrar os portões.

Alguns deles se viraram contra nós por motivos de estado. Rasputin já havia previsto isso antes de suas ameaças. Eu não sei onde está Dimitry! Estou preocupada com ele,  já perdi minha família, não quero perdê-lo também. Se eu soubesse onde ele está eu iria agora atrás dele.

Continuo correndo pensando em tudo que perdi, minhas irmãs, meus pais, o castelo. Não quero perder mais nada! Tudo aqui é importante para mim, eu preciso...

— Minha caixinha de música! — corro do lado oposto para pegar a única lembrança que me resta deste castelo.

— Anastásia! Não! Volte! Volte! — ela grita vindo atrás de mim, eu corro bastante e consigo entrar no meu quarto, apanho a caixinha e me preparo para voltar.

— Anastásia! Você enlouqueceu? — diz ela passando e trancando a porta atrás dela.

— Elas estão aqui! — Gritam do outro lado da porta. Ah não! São os bolcheviques.

Minha vó se deita no chão ao meu lado e começa a me abraçar forte enquanto olha para a porta, meu Deus! O que foi que eu fiz? Eu acabei de condenar a nós duas, o que deu em mim!?

A morte está atrás dessa porta pronta para nos pegar.
Começamos a chorar, quando de repente algo me puxa pelo braço, eu grito.

— Anastásia! - olho para trás e vejo ele...

— Dimitry! — ele sai de uma porta escondida atrás da cômoda de meu quarto, como eu nunca vi isso antes? Parece um tipo de passagem secreta. Ele começa a nos empurrar para dentro, sem querer entrar também.

— Dimitry não! — ele tenta me empurrar para a passagem, eu entro, mas não fecho a porta, estou tentando puxá-lo junto.

— O que você está fazendo Anastásia? Vá! Eu vou ficar bem.

— Dimitry eu não posso deixar você...— choro pegando forte em suas mãos. Estou com medo. Ele segura as minhas também e me olha nos olhos, sua boca está a alguns centímetros da minha, consigo sentir sua respiração quente batendo em meu rosto.

— Se você não for... eles te mataram! Eu devo ficar para que eles pensem que eu que entrei aqui. Olha, vai dar tudo certo... e-eu alcanço vocês mais tarde! Agora vá. — Ele me solta e me empurra para dentro da passagem, eu sem pensar o puxo pela camiseta e o beijo rapidamente, como se fosse um beijo de adeus.

Ele se surpreende no começo, mas depois me abraça e me beija de volta, com mais intensidade. Nossos lábios apenas se entrelaçam, mas com um grande significado! Pois sinto que nunca mais ô verei de volta. Ele me solta e coloca as duas mãos em meu rosto, enxugando minhas lágrimas, depois fecha os olhos e encosta sua testa com a minha.

— Adeus Anastásia...

— O que? Dimitry! Não — ele me empurra com força e rapidez para dentro da passagem, me fazendo deixar cair a caixinha de música do outro lado. Começo a bater na porta! Tentando abrir, mas não adianta! Ele colocou algo pesado do outro lado da porta. Não consigo abrir. — Não! Abra essa porta Dimitry! Agora! Abra! —, eu fico empurrando a porta tentando abri-la, mas não consigo, estou presa! Se eu também perder o Dimitry não sei o que vou fazer.

Duquesa Anastásia - Era Uma Vez Em DezembroWhere stories live. Discover now