Descobrindo-me

Extra!

 Jade narrando
Tudo voltou ao normal, as lembranças da Ayla, a situação da alcatéia, até mesmo agora os lobos confiam em mim e não sou mais a bruxa estrangeira. Cheguei em casa, era umas dez pras onze da noite e vi um convite em cima da mesa.
Precisamos conversar e nós decidir...
Te vejo amanhã de noite, Luan!
Ultimamente nós nos aproximamos mais do que parentes podem, não queria acreditar nas palavras do meu suposto tio maligno que a pessoa que estava começando a ter sentimentos era na verdade um parente distante...Mas quando comecei a aceitar esse fato, Luan não aceito...Eu o amo, mas não sei porque me sinto culpada por admitir isso por ele ser quem é. Acho que a sorte não é algo com que eu possa contar nessa minha vida.
Após um banho, me deito e caio num sono profundo.
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Outono...É a estação na qual esta enquanto ando pela praça de uma cidade extremamente pequena, olho para os lados e de certa forma esta tudo mais grande do que deveria. Passo em frente uma loja e dou de cara com um espelho e minha visão mostra-me, uma garotinha de uns cinco anos de idade.
???- Jade!!!
Ouço a voz de uma mulher e ao virar-me dou de cara com minha mãe, apenas sei que é ela pela foto que meu pai guardava com muito carinho e amor. Choro assim que a mesma me abraça forte, chamando por ela diversas vezes enquanto ela passa sua mão nas minhas costas tentando me acalmar e logo desfaz o abraço pegando meu rosto com suas duas mãos e limpando minhas lágrimas.
Mãe- Você é tão linda minha pequena! Porque não me mostra como realmente esta atualmente?
Estranho sua questão, mas logo dou por mim e noto que isso tudo é apenas um sonho ao qual de algum jeito esta sendo real, e isso não deveria acontecer.
Jade- V-você morreu..c-como pode estar aqui agora?
Mãe- Fui uma deusa e antes de minha morte fiz um feitiço para que quando tivesse algumas questões eu fosse capaz de falar e ver como você está, de como foi sua vida, saber de tudo que eu perdi...
Agora era ela quem estava chorando...Assim como ela pediu me concentrei e assumi minha forma adulta e me dei conta do quanto me pareço com ela, nós nos sentamos e contei a ela tudo que queria saber sobre minha vida, o que passei e sobre o destino que meu pai teve...Quando contei sobre os problemas com seu irmão a senti triste e de certa forma entendo esse sentimento, ai contei sobre o Luan e minhas dúvidas.
Mãe- Você o ama?
Jade- Sim, mas tem toda essa questão de --
Fui interrompida.
Mãe- Se for real você vai saber que isso não importa tanto quanto aparenta, alias nunca confie no meu irmão miserável e se for verdade a distancia de parentesco de vocês deve ser tanta que se fossemos fazer uma comparação daria negativo.
Um sorriso brota em seus lábios, ela faz parecer tão simples. Olho em volta e tudo esta começando a sumir...Estou acordando! A abraço com todas as forças e sinto sua mão passar pelos meus cabelos...Não queria acordar, não queria ter que me despedir, pelo menos não agora.
Mãe- Siga seus instintos, o que seu coração diz, pois as vezes a cabeça pensa demais e faz com que possamos perder a chance de acharmos a verdadeira felicidade...Adeus minha pequena.
Como as pétulas de flores de cerejeira ela se desafaz em meus braços...
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No dia seguinte, assim que acordo fico pensativa do que devo fazer. Após fazer minha higiene matinal, vou até a casa da Pamela que é professora dos adolescentes problemáticos é como ela chama.
Jade- Ohayõ.
Pamela- Bom dia pra você também.
Jade- Licença.
Pamela- Toda, café na mesa doida.
Jade- Obrigadinha.
Pamela- E então, o que te trás aqui tão cedo?
Conto a ela sobre minhas indecisões, digamos que ela pra mim é tipo uma psicologa.
Pam- Entendo, mas quero deixar claro, não adianta ficar nessa indecisão se lamentando se vai ou não escolher, como você disse que sua mãe disse, siga seus instintos....Agora com as minhas palavras se joga de cabeça logo garota, se você não quer ele tem quem queira, porque sejamos francas ele é um gato.
A olho feio e ela ri.
Pam- Ai viu, sente ciúmes...Então só me responde porque tá pensando tanto.
Jade- Não sei na real, é uma escolha que pode mudar muito a minha vida mais pra frente e só quero meio que ter certeza que é ou não a decisão certa a se tomar.
Pam- Quer saber? Quando se trata de amor, nunca sabemos se é ou não a decisão certa até que nós a tomamos. Mas mesmo se não for você pode fazer com que seja.
Ela viu meu olhar meio confuso com a ultima parte.
Pam- Não precisa entender.
Ficamos conversando por horas, até que deu o horário dela ir dar aula e deu ir embora...O resto do meu dia só o que me restou foi pensar, contrariei os conselhos que me foram dados e deixei com que minha cabeça pensasse demais, assim que a noite caiu fui ao encontro e quando o vi soube qual era a decisão, pois ali a alguns metros de distancia dele soube que se o deixasse ir me arrependeria pelo resto da minha vida, pois nunca mais o veria, antes que o mesmo me visse me aproximei o dando um abraço. Senti como se fosse passar mal de tanto nervoso, mas ele se virou e retribuiu me deixando um pouco menos nervosa.
Mesmo que ele odiasse o Reynard profundamente, estava disposto a desistir de ir atrás de vingança para viver uma vida ao meu lado e era nisso que eu deveria ter pensado, me focado a entender que mesmo com tudo ele continua aqui, ao meu lado. Agora não havia mais indecisão, mas sim apenas uma certeza e é que nunca vou abrir mão daquele que amo e que estará sempre ao meu lado quando eu precisar ou até mesmo quando não querer ninguém por perto sei que ele vai estar. A noite seguiu com um jantar e promessas de uma vida, uma família, um amor para o resto da vida, tanto da parte dele quanto da minha, pois estavamos apaixonados um pelo outro e agora que penso estava sendo boba ao ignorar isso apenas por uma duvida desnecessária para seguir em frente...
Nós casamos e agora temos uma filha, uma família de verdade...Apesar de Reynard não fazer mais parte de nossas vidas, infelizmente era irreversível que o mesmo era um inimigo e que um dia voltaria, mas agora diferente de antes estamos unidos e temos aquela pequena pessoinha a qual dariamos nossas vidas sem hesitar...E com o passar do tempo pude comprovar que aquela foi a decisão certa!