Capítulo 19 - Eu não sou ciumenta!

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Ana Clara

— SUA FILHA DA PUTA EU VOU TE MATAR! — Eu estava super concentrada em meu trabalho quando a porta da minha sala foi aberta em um estrondo, um grito furioso e muito conhecido por mim invadiu o silêncio da sala, com o susto eu acabei soltando um grito típico de mocinha dos filmes de terror e me levantei rapidamente olhando para porta e vendo minha cunhada com o rosto vermelho em fúria olhando-me como se fosse arrancar meus olhos, e acreditem, ela consegue fazer isso.

— Mari? — Perguntei confusa e ela fechou os olhos respirando fundo.

— Você tem cinco segundos para começar a correr! — Disse ainda de olhos fechado e eu arregalei os olhos olhando em volta, não tinha para onde correr. — CINCO! — Ela pulou toda a contagem e disparou correndo em minha direção que comecei a correr em volta da minha mesa com ela me tentando me pegar.

— Meu Deus Mari se acalma! — Falei parando de em um lado da mesa e ela do outro.

— Se acalmar? Eu quero ver minha sobrinha, sua sumida sem vergonha! — Pegou uma caneta e jogou em minha direção, por sorte consegui desviar. Mariana, ou melhor, Mari como gosta de ser chamada é irmã de André, foi adotada ainda recém-nascida, ela tem minha idade e fazia faculdade de artes na época que nos conhecemos, quando comecei a namorar André nós viramos grandes amigas e assim ela conheceu Bárbara e Flávia. Lésbica assumida dá em cima de todas ao seu redor, inclusive deu em cima de mim quando nos conhecemos. Com o tempo fui me acostumando com o jeito louco e agressivo dela, o ruim mesmo é quando junta ela, Bárbara e Lucas, acredite, não a quem aguente.

— Eu sumi? Você que saiu para viajar pelo mundo, mudou o número de telefone e assim eu perdi o contato com você! — Dois anos depois que André morreu os pais dele se foram também, assim Mari ficou "sozinha" o que não é verdade já que ela tem a mim, as meninas e a Lucas, mas não era a mesma coisa, então a mesma decidiu embarcar em uma viajem pelo mundo, perdi o contato com ela há três meses quando a mesma foi assaltada em um lugar na Índia e perdeu o celular, mudou de número e não passou o contato novo para mim, as poucas notícias que eu tinha sobre ela era pelas fotos que a mesma ostentava no Instagram.

— Isso é verdade, mas mesmo assim a culpa é sua! — Revirei os olhos e sai de trás da mesa abrindo os braços para ela.

— Vem logo me dar um abraço em vez de querer me matar! — Ela veio até mim e nos abraçamos apertado, eu estava com saudades daquela louca. — Como você está? — Perguntei querendo saber como foi esses últimos meses de sua vida.

— Tô ótima! Depois te conto tudo, mas me fala, como está aquele pequeno projeto de "anjo"? — falou se referindo a Angel

— Ela está maravilhosamente bem, mas esses dias atrás me deu um susto enorme! — falei e ela me olhou atentamente, a puxei para nos sentarmos no sofá e conversamos melhor. — Estávamos na praia e ela se afogou, sorte que Vitória, a minha nova secretaria a salvou a tempo se não eu nem gosto de pensar no que aconteceria!

— Meu Deus, ela está bem agora, não foi nada grave não é? — perguntou e eu podia ver a grande preocupação em seus olhos.

— Acalma-se, ela está ótima! — suspirou aliviada. Ficamos ali um tempo conversando, ela me contou sobre todos os países que conheceu, das coisas que comprou e dos lugares que frequentou, alguns bem exóticos e claro das mil e uma mulheres que ficou e conheceu durante tudo isso de viajem.

— Por falar em mulher, essa Vitória é linda demais, é solteira? — Falou e eu senti uma coisa dentro de mim, uma mistura de irritação, raiva e insegurança, eu sabia bem o que era esse sentimento.

— Não sei, provavelmente não! — menti tentando de algum jeito desviar a atenção de Mari em Vitória, eu sabia que quando Mari ficava afim de uma mulher ela tentava e tentava até finalmente conseguir algo.

A cura para o amorWhere stories live. Discover now