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Eu já podia ver o contorno da Taverna do Elixir do Caos, mas, por causa da escuridão, eu não conseguia ver os detalhes de sua estrutura, somente sua grande e torta silhueta

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Eu já podia ver o contorno da Taverna do Elixir do Caos, mas, por causa da escuridão, eu não conseguia ver os detalhes de sua estrutura, somente sua grande e torta silhueta. Me peguei imaginando como aquilo estava de pé, ainda mais após tantos anos, porque a Taverna parecia prestes a despencar.

O barulho que vinha dali era insuportável, vozes altas e grossas, músicas, vidros se chocando. E eu queria sair correndo, voltar atrás em minha decisão e voltar para a floresta.

Parada na porta, respirei fundo antes de virar a maçaneta. O interior do local era uma confusão, tinham mesas e cadeiras jogadas de qualquer jeito pelo lugar, homens discutindo aos berros, mulheres dançando, quadros tortos nas paredes, cacos de vidro no chão; eram tantos estímulos visuais que me senti tonta.

Estavam todos muito bêbados para perceberem uma nova pessoa ali, a única exceção era a mulher por trás do balcão. Seus cabelos, de um tom de vermelho sangue, estavam presos de qualquer jeito, fios estavam bagunçados por seu rosto. Os lábios eram cheios e pintados do mesmo tom dos cabelos. Os olhos azuis se voltaram em minha direção, me analisando dos pés à cabeça, o cenho franzido demonstrando que ela buscava em sua memória o meu rosto.

Me aproximei de onde ela estava, tentando disfarçar meu medo de ser reconhecida, o que eu sabia que era impossível. Ninguém nunca tinha me visto antes.

— Boa noite — desejei, sentando na cadeira de frente para a mulher.

Ela acenou com a cabeça, me olhando de forma analítica e desconfiada.

— Quem é você? — perguntou.

Sua voz me arrepiou, torci para que ela não tivesse percebido o leve tremor de meu corpo.

— Cassie, meu nome é Cassie — respondi, julgando ser seguro falar meu nome.

A mulher encheu um copo com um líquido escarlate e denso, por um momento imaginei que fosse sangue.

— Beba, foi para isso que veio, não? Pelo Elixir?

Assenti, agarrando o copo com a mão direita e o levando até a boca. Esperei que fosse detestar, pois Fedore havia dito que era uma merda, mas o sabor agridoce era agradável e gostoso. Quis beber mais, mas o aviso de Fedore quanto a ele havia sido claro: basta um copo para que a pessoa faça alguma besteira.

E eu não podia arriscar.

Por isso larguei o copo, passando a língua nos lábios.

— Você não tem um sobrenome, Cassie? — tornou a questionar.

Um homem alto e largo bateu com um copo no balcão, tão próximo e tão repentino que dei um pulo pelo susto. Ela ralhou com ele, pegando seu copo e o enchendo com o Elixir. Ainda me recuperando da taquicardia que me acometeu, pensei em qual sobrenome eu falaria. A mulher depositou o copo de volta na superfície, e o homem o pegou, voltando para sua mesa, enquanto resmungava palavras incompreensíveis.

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