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O barulho dos animais noturnos embalava nossa jornada, a luz da lua iluminava parcialmente o caminho, mas, devido às nossas roupas com um tom escuro de vermelho, ela não conseguia nos atingir

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O barulho dos animais noturnos embalava nossa jornada, a luz da lua iluminava parcialmente o caminho, mas, devido às nossas roupas com um tom escuro de vermelho, ela não conseguia nos atingir. Portanto, permanecíamos na penumbra, disfarçadas e camufladas no ambiente como um camaleão.

Às vezes era possível ouvir galhos quebrando, o que nos tirava do modo automático que estávamos, já que precisávamos estar alertas para o caso de algum animal carnívoro que quisesse nos jantar.

Além de toda essa linda melodia, eu realmente amava os sons da natureza, só era possível ouvir nossos passos e respirações, aceleradas pela velocidade em que andávamos.

- Pode me repassar o plano? - pediu Fedore.

Assenti, mesmo sabendo que ela não veria, e comecei a explicar todos os detalhes, embora eu soubesse que o plano dependia muito mais da sorte do que de planejamento.

A mulher andava na minha frente, guiando o caminho, com sua espada na mão e, vez ou outra, a usando para cortar os galhos que nos impediam de passar sem nos cortarmos em seus espinhos.

O vento castigava, nos batendo com sua força, e eu precisei prender meus longos cabelos para que não fosse chicoteada por eles. Mesmo a parte mais comprida do cabelo de Fedore era bagunçada pelo vento e, por isso, ela colocou o capuz.

No final de meu relato, Fedore suspirou e se virou parcialmente.

- É muito arriscado, você tem certeza? - perguntou, me olhando temerosa.

Não respondi, não havia porquê responder. Estava claro que eu não tinha certeza de nada, mas que seguiria com o plano. E estava claro, embora eu tentasse me convencer do contrário, que eu estava morrendo de medo.

Se não desse certo, minha morte era iminente. Mas não era isso que me dava medo, afinal, morrer era a única certeza que eu tinha em minha vida, a única que sempre tive e a única que não mudou com toda a confusão que me acometeu. O que me dava medo era o modo com que ele me faria partir dessa vida.

Diante de todos os relatos de meus amigos, eu sabia que Alfred Nighy era um homem cruel, desumano. Sabia seus métodos de tortura, sua forma de punir aqueles que iam contra seu reinado. E eu sabia que eu representava algo muito maior do que uma simples oposição a ele, portanto, minha morte seria equivalente ao que eu, de fato, represento.

- Estamos quase chegando, só precisamos andar mais um pouco. A Taverna do Elixir do Caos é logo aqui. - Gargalhei, e ela avançou em minha direção com a mão esquerda esticada. Tampando minha boca, completou: - Sh! 'Tá maluca, porra? Acabei de dizer que a Taverna é aqui perto, eles podem te ouvir.

- Taverna do o quê? - perguntei, a voz abafada pela sua mão. Sem entender, ela me liberou, ainda se mantendo próxima, e eu repeti: - Taverna o quê?

- Do Elixir do Caos - respondeu, franzindo o cenho, e eu voltei a rir. - Puta que pariu, Red. O que é isso? Está bêbada só de inalar o ar próximo da Taverna? - Eu não sabia se era uma pergunta séria, embora imaginasse que não, mas eu gargalhei mais uma vez.

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