Meu olhar desceu por seu pescoço até parar em seu peito esquerdo, onde estava tatuada uma rosa vermelha. Sorri, levando meus dedos até ela. Rodeando o traçado como se estivesse a desenhando. Ao contrário da tatuagem de Fedore e Louise, sua tatuagem tinha traços borrados, ora grossos ora finos, e mal feitos, quase como se a pessoa que a havia feito não tivesse estabilidade alguma com a mão.

- Foi você quem fez? - sussurrei.

Apesar de achar que seria impossível para que ele a tatuasse em si próprio, ainda mais no peito, acreditava que havia essa possibilidade já que o traço estava terrível.

- Não, acredito que se eu tivesse feito teria ficado melhor. - Riu. - Foi Ivey quem me tatuou.

- Ivey? - perguntei, confusa, ainda passando a mão na rosa.

- É o sobrenome do Hawk. - Sua voz estava ainda mais rouca que o normal.

Soltei um murmúrio de compreensão, mas não respondi. Sua mão rodeou meu pulso, pressionando a palma de minha mão contra seu peito. Sem poder contornar o desenho, levantei meu olhar até o seu.

Berryan estava com a boca entreaberta e a respiração ofegante, encarando meus lábios.

- Puta que pariu, como você é linda, Red - sussurrou, o que fez com que eu passasse a encará-lo.

Sentia seu coração batendo acelerado contra minha mão e água gotejando em meu rosto, tamanha nossa proximidade.

- Me chame de Cassie, por favor - pedi, sua boca se esticou em um sorrido lateral.

- Me chame de Titus. - Neguei com a cabeça, ainda hipnotizada com a situação. - Não? - Sua voz exalava confusão, apesar da rouquidão fora do comum, e eu apenas neguei novamente. - Por quê?

- Porque seu nome é horrível, prefiro Berryan.

Ele gargalhou com sua característica jogada de cabeça. Senti que quebrei o clima que estava entre nós, mas encarar seu pescoço tão exposto e convidativo me fez ter vontade de enfiar meu rosto ali e tocar sua pele com meus dentes e língua.

Tirei minha mão da sua, deixando-a livre para percorrer o caminho de sua clavícula até o meu local de desejo. Meu movimento fez sua gargalhada cessar, e ele engoliu em seco, abaixando o rosto apenas o suficiente para que pudesse me olhar, mas que seu pescoço continuasse esticado.

Rocei minhas unhas com suavidade, vendo seus poros arrepiados. O ar de seu suspiro alcançou minha face, e eu olhei para seus castanhos e nublados olhos. O desejo estampado ali fez com que eu me arrepiasse também.

Mas eu não o conhecia. Eu não sabia quem ele era.

A única coisa que eu sabia era que eu só estava me sentindo assim porque ele era o único homem que eu já havia visto durante minha vida inteira. E eu não queria beijá-lo apenas por isso, apenas pelo desejo de nossos corpos.

Infernos, eu nem ao menos sabia beijar.

Sua mão voltou a segurar a minha, me impedindo de continuar com a carícia.

- É melhor a gente parar, Cassie - falou, a voz em um fio. - Ou não conseguirei me segurar e te beijarei. - Meu corpo inteiro tremeu, e ele, percebendo o que aconteceu, perdeu o ar por alguns segundos.

- Você faz uma em mim? - perguntei, querendo mudar de assunto.

- O quê?

- Uma rosa vermelha. - Ele assentiu, e eu, ainda com a mão presa na sua, levei as duas até o ponto abaixo de meu seio direito, passando a ponta de seus dedos onde eu gostaria que ele fizesse a tatuagem. Deixando que o comprimento de seus dedos roçasse na carne mais acima. - Bem aqui.

RedWhere stories live. Discover now