― Bom dia. ― Respondo com a mão do Daniel ainda na minha cintura.

― Namorado? ― Henrique pergunta com certo desprezo na voz.

― Sim. Namorado. Estamos namorando e estamos felizes por isso.

― Parabéns, Lu. Espero que esteja feliz. ― Henrique agora diz ignorando completamente Daniel. ― Você merece ser feliz. ― Ele diz saindo e sinto Daniel apertar minha cintura se segurando acho que para não fazer nenhuma besteira.

― Idiota. ― Daniel fala, já vermelho pela raiva. ― Ele é um babaca. Se não segurar esse sorriso idiota que eu não gosto nem um pouco, não vou pensar duas vezes em demitir essa hiena. ― Ele diz nervoso, e mesmo a situação sendo tensa, eu acho graça e fofo o seu ciúme.

― Daniel se acalme. Ele apenas perguntou sobre a aliança. ― Falo, passando a mão em seu rosto. Olho ao redor e ainda estamos do lado de fora da clínica. ― Vamos entrar, preciso verificar minha sala, tenho paciente agora.

Entramos e somos recepcionados por um sorriso de Clara.

― Bom dia!! ― Ela diz alegremente como se percebesse a alegria que eu o Daniel estávamos sentindo.

― Bom dia. ― Respondemos juntos.

Seguimos pelo corredor de mãos dadas. A sala do Daniel fica no final do corredor. Soltei sua mão indo em direção à minha. Mas Daniel me puxou quase que correndo pelo corredor. Abriu a porta da sua sala, me puxando para dentro. Fechou a porta ainda segurando minha mão e aproximando nossos corpos.

Então me virou, fazendo com que eu me encostasse à porta. Beijou-me de novo me pegando de surpresa. Aquilo de surpresa estava ficando rotineiro. Seu beijo era um beijo urgente, como aquele que me deu no chalé.

Tentei falar ou respirar, mas fui impedida pelos seus lábios, que agora me dominavam de vez. O oxigênio definitivamente havia me deixado e sei que se for assim sempre, em breve terei sérios problemas cardíacos.

Ele finalmente para de me beijar, mas não desgruda seu corpo do meu.

― Preste atenção. Você é minha namorada. E eu posso parecer um babaca, louco, ciumento, mas não quero aquele imbecil perto de você. Sei bem o que ele quer. E o que ele quer não está disponível, entendeu? ― Ele diz, mordendo meu lábio inferior e meu corpo estremece. ― O que ele quer, é meu. E só meu. ― Conclui me beijando de novo.

E eu? Eu nesse momento pareço não ser dona dos meus atos. Esqueci completamente que posso falar. Na verdade, estou completamente impedida de tal ato. E confesso que gosto muito desse impedimento.

Ele solta meus lábios e aos poucos se distancia de mim. Eu pareço estar grudada na porta, porque por mais que eu queira me mover, estou com dificuldade tamanha a fraqueza em que minhas pernas se encontram.

― Agora você pode ir trabalhar, linda. Já dei meu recado. Você é minha e não se esqueça disso. Tenha um excelente dia e pense em mim. Porque é só isso que tenho feito. Pensar em você.

Sorri, e com dificuldades mostrei um sorriso para aquele homem à minha frente com seu cabelo caindo em sua testa, sua barba por fazer, que eu amava, deixando ele levemente com um ar de quem não se importa com nada.

― Está bem, lindo. Vou trabalhar e não vou me esquecer do seu recado. E você não tem com o que se preocupar, vou pensar em você. Tenho feito isso com muita facilidade ultimamente. ― Falo me virando e abrindo a porta. Viro-me em sua direção novamente. ― E agora como vai ser? Todo mundo vai saber o que somos?

― É claro! Quero que o mundo saiba que você é minha namorada. Ah, vamos almoçar juntos, está bem? ― Ele diz, indo para sua mesa.

― Está bem. ― Saio fechando a porta e indo para minha sala. Confesso que andar naquele momento está sendo difícil. Depois daquele tratamento, que diga-se de passagem, tinha sido um excelente recado.

Seu sorriso  ( Degustação)Where stories live. Discover now