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LM

Abri os olhos lentamente e tive que me acostumar com a aquela claridade no meu rosto. Olhei para os lados e reconheci o famoso quarto do hospital.

Ouço o barulho da porta se fechando e encaro Alexia com os olhos semi-cerrados. Sua cara inchada, olhos avermelhados e um semblante péssimo no rosto.

Alexia: Até que enfim você acordou. - se aproximou e me puxou para um abraço. - Não sabe o quanto fiquei com medo de te perder!

LM: Nunca iria te deixar. - ela me largou e encarou meus olhos. - Fiz uma promessa que cuidaria de ti por toda a minha vida!

Alexia: É. Mas parece que eu cuido mais de você do que o contrário! - dou um sorriso de lado. - Você assustou todo mundo.

LM: Quem está aí? - me refiro ao pessoal.

Alexia: Todo mundo. - dá de ombros.

LM: E cadê a Naiara? Por quê ela não entrou com você? - pergunto, me ajeitando na cama.

Alexia: Talvez ela.... ela não venha! - gaguejou.

LM: Por quê? Tá brincando com a minha cara, né? - gargalho. - Cadê as câmeras para falar "pegadinha"?

Alexia me encarou fundo nos olhos e desviou o olhar em seguida. Tentei me levantar, mas minha barriga começou a doer e voltei a me deitar.

Alexia: Não faça nenhum esforço por agora, por favor. - pediu, se levantando. - Vou pedir para a Emma vir te ver. Mas... fique deitado! - assenti com a cabeça e ela saiu do quarto apressado.

Coloquei minha cabeça no travesseiro e fiquei encarando o teto.
A Naiara não poderia ter ido embora agora. Ela não pode ter me deixado justo hoje, quando preciso dela do meu lado.
Ela não podia ter feito isso. Ela não faria isso.

Emma: Ouvi dizer que alguém queria ver os filhos queridos. - entrou no quarto acompanhado de Jake e Pedrinho. - Pensei que nos veria por último dos últimos!

JK: Fala, coroa. - parou ao meu lado. - Como tu tá?

LM: Com dor. Cansado. Com ódio! - bufo. - Por falar nisso, como está seu tio? Me diz que ele está vivo.

Emma: O médico nos disse que fez o possível e o impossível na cirurgia. Mas, as balas prejudicaram muito ele e...

LM: E....

JK: Os médicos disseram que ele pode morrer há qualquer momento. - deu de ombros. - A tia Evy está lá na UTI junto da Sara!

Parei de assimilar quando ouvi que meu primo morreria há qualquer instante. Tudo isso, por eu não ter impedido ele de ter participado dessa invasão estúpida.

Na qual eu não estávamos preparados o suficiente para isso. Quando os armamentos não foram o suficiente para derrubar esses botas filhos da puta. Quando todos os soldados morreram por bater de frente com esses vermes.

LM: Ele está morrendo por minha culpa, né? - pergunto, sentindo meus olhos lacrimejarem.

Emma: O quê? - perguntou. - Não. Claro que não. Ele fez aquilo que você também faria por ele!

LM: Cadê a Naiara? Por quê ela ainda não veio me ver? Tragam ela aqui. AGORA! - gritou.

Ela encarou Jake e fez um sinal com a cabeça.

JK: Fica bem! - apertou minha mão. - Vamos, Pedro?

Pedrinho: Sim. - encarei o mesmo. - Espero o senhor em casa?

Olhei nos seus olhos e dei um sorriso de lado.

LM: Vamos nos divertir quando eu voltar, moleque. - ele sorri. - Te prometo!

Ele fica sorrindo, todo bobo, e sai do quarto junto de Jake. Encaro Emma, esperando que ela me fale alguma coisa.

Emma: Olha, pai...

LM: Me fala logo. - me sento. - É verdade o quê a sua tia me disse? Ela foi embora?

Ela suspirou e abriu a sua bolsa.

Emma: Quando voltei para o escritório, ela já não estava lá. Até pensei que já tinha vindo para cá, mas... ninguém conseguiu falar com ela desde que o senhor deu entrada aqui. - tirou uma carta de dentro da sua bolsa e me entregou. - Em cima da mesa dela, tinha duas dessas. Uma com meu nome e a outra com o seu! - peguei a carta.

LM: Uma carta? Sério? - gargalho. - Jamais pensei que ela gostava de clichê.

Emma: O clichê também é bonito, pai. E a minha mãe gostava bastante dele! - colocou sua bolsa no ombro.

LM: O quê está escrito aqui? - ela deu de ombros.

Emma: Não abri a sua carta pra ler. É falta de educação! - revirou os olhos. - E também acho que... o senhor deveria ler sozinho.

LM: Você já leu, né? Para estar falando assim, já deve saber o que está escrito aqui...

Emma: Não, eu não sei. Eu poderia muito bem ter lido e rasgado, jurado para todos que a minha mãe sumiu e não deixou nenhum recado para o senhor. - falou sarcástica. - Mas eu te enteguei porque quero que o senhor saiba o que aconteceu com a minha mãe. - seus olhos lacrimejaram. - Ela não atende as minhas ligações, não responde as minhas mensagens. Ela não está falando com ninguém! - gritou. - Então, ao invés do senhor ficar fazendo charme, dizendo que eu li a porra dessa carta... abre logo e lê! - se virou e saiu do quarto, batendo a porta e bufando.

Fiquei encarando o chão por um tempo, pensando aonde errei. Não lembro de ter pegado tão pesado nas minhas palavras com Emma.
Só estava brincando com ela.

Balancei a cabeça e encarei a carta novamente. Meu nome escrito, numa caligrafia tão linda, que eu poderia morrer lendo isso. Rasgei o papel e tirei a folha branca de lá, mas antes que eu lesse, Alexia abriu a porta com uma cara nada boa.

Só de observar seu semblante, de tristeza e mágoa, eu já sabia o que significa. Eu já sabia o que tinha acontecido.

Fechei os olhos, encostando a cabeça no travesseiro e tentando controlar a dor dentro do meu peito, que surgiu de um modo desesperado. Parecendo que ia me engolir em minutos/segundos.

Alexia: A Paloma recebeu uma ligação do Vitor. - começou. - Sabemos o quê aconteceu com a Naiara!

LM: Por favor, me diga que algo bom...

Alexia: O Rafael sequestrou ela! - me sentei num pulo. - E o Vitor sabe onde ele a levou.

//NÃO REVISADO//

Bom, antes que tudo, quero agradecer todos os comentários positivos no capítulo passado e as mensagens no meu chat. Vocês são demais!

Desde o dia em que postei aquele aviso, decidi repensar na minha decisão. Então, decidi terminar a história para vocês. Acho que, vocês merecem um final depois de tudo!

Antes que eu me esqueça... VEM LIVRO NOVO POR AÍ! fiquem na ativa.

Espero que vocês me perdoem e gostem do capítulo de hoje. Até amanhã!

Comentem e votem.

Vem Comigo 2.0Where stories live. Discover now